PM ganha Diretoria de Policiamento Comunitário e Direitos Humanos

Sucesso da aplicação possibilitou a exportação do modelo para países latino-americanos

qua, 25/02/2009 - 12h09 | Do Portal do Governo

“A notícia não podia ser melhor”, frisa o coronel Vicente Mariano, coordenador da diretoria de Policiamento Comunitário e Direitos Humanos, ao se referir à criação da nova diretoria nos quadros da Polícia Militar. Isso só foi possível graças ao sucesso do projeto que vem sendo desenvolvido pela PM paulista há 15 anos. Além de cuidar das 260 Bases Comunitárias de Segurança (BCS), muitas localizadas em comunidades carentes, a nova diretoria tem sob sua responsabilidade dois projetos especiais: o Juventude Construindo a Cidadania (JCC) e o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd).

Criado em 1999, o Juventude já atendeu 778 mil alunos de escolas públicas – números computados a partir de 2004. Inspirado em programa norte-americano, o JCC é uma iniciativa do Comando Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo e funciona em 869 escolas do Estado de São Paulo.

A meta principal é criar um ambiente escolar mais saudável, livre das drogas e da violência, por meio de ações e mudanças comportamentais desencadeadas por grupos de alunos que atuam dentro das escolas, sempre com a supervisão dos professores e a orientação de um policial militar ou colaborador.

“O programa Juventude Construindo a Cidadania visa a auxiliar a direção da instituição de ensino e professores a melhorarem as condições da disciplina escolar, propondo ideias, fazendo visitas que despertem entre os alunos o interesse pela mudança de alguns comportamentos inadequados”, conta a tenente-coronel Lilian Cristina da Silva.  

Criado em 1993, o Proerd atendeu, até agora, 4,5 milhões de crianças, de diversas escolas paulistas. “O nosso maior desafio é atingir 100% dos estabelecimentos escolares, tanto da rede pública como da privada”, diz a capitão Rita de Cássia Romão Azevedo. A oficial, há quatro anos no projeto, salienta que o envolvimento do policial com a comunidade é fator primordial para que jovens e crianças, muitas vezes em situação de risco, “descubram que têm direito à cidadania e que há uma saída positiva, fora das drogas”.

Festividade – Na semana passada, o auditório da Universidade Bandeirantes de São Paulo (Uniban) estava lotado de formandos. Eram os 35 instrutores do Proerd-SP que concluíram o Curso de Formação de Instrutores do Proerd-I/09. A jornada para a formação desses profissionais é de 80 horas-aula. “Durante esse período, o profissional aprende a lidar com crianças, participa de dinâmicas de grupo (foram divididos em equipes) e por fim realiza estágio para dar início a uma nova jornada em sua carreira”, explica a primeira-tenente Adriana Roledo, mentora do Proerd I/09. A oficial se emociona ao relembrar que há 15 anos participou da primeira turma do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência.

O soldado Reinaldo da Silva, do 5o BPM-I, foi destaque da turma, por causa das habilidades demonstradas durante o curso. Entre as equipes, destacou-se a azul, com os seguintes participantes: soldados Renata Spalaor; Rosângela Rossi; Rodnei e Pires. “Não vou esquecer o primeiro dia do estágio. Foi emocionante o contato com os estudantes. Eles estavam interessados em prevenir o uso das drogas e interagiram bastante conosco”, afirma a soldado Rosângela Rossi.

Exportação – Além da formatura de novos profissionais do Proerd, a divisão formará multiplicadores de policiamento comunitário em outros Estados brasileiros, a partir de março. O pedido para a realização do curso partiu da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.

Alguns policiais de países da América Latina (El Salvador, Honduras, Nicarágua, Guatemala e Costa Rica) conheceram o projeto em 2008 e agora a experiência será dividida. Dois oficiais, o major Delfranio Barbosa Carvalho e o capitão Jamil Lourenço da Silva, estão em El Salvador, para coordenar as atividades iniciais de operacionalização do policiamento comunitário na polícia salvadorenha

Maria Lúcia Zanelli – Da Agência Imprensa Oficial