Pitu 2020 planeja o futuro do transporte na Região Metropolitana de São Paulo

Plano Integrado de Transportes Urbanos foi elaborado
em parceria com prefeituras e a iniciativa privada.
Módulo do Pitu foi compilado e transformado em livro.

Uma das responsabilidades do Poder Executivo é planejar o futuro. Partindo dessa premissa, o Governo do Estado, em parceria com as 39 prefeituras da Região Metropolitana da Capital e especialistas na área de transporte e urbanismo traçaram uma projeção do que deve ser feito nos próximos 20 anos para que a Grande São Paulo possa ter boas condições de transporte. O resultado desses estudos foi apresentado pelo governador Mário Covas, nesta quarta-feira, dia 19, no Mosteiro São Bento. Trata-se do Plano Integrado de Transportes Urbanos para 2020, o Pitu 2020. O módulo foi compilado e transformado em livro, lançado durante a cerimônia. “O objetivo do Pitu 2020 não é o de qualificar ou expor aquilo que está sendo feito, mas, mais do que isso, é projetar para os próximos 20 anos um programa para que a Região Metropolitana tente resolver os problemas hoje existentes”, afirmou Covas.

Para o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, atualmente é possível que seja feito um plano como esse porque a cidade está razoavelmente estabilizada em termos de população e definida em suas características geográficas. “É o momento em que há condições de um certo direcionamento de como vai ser a nossa vida nos próximos anos”, disse. Além disso, as articulações no setor dos transportes na Região Metropolitana são demoradas e volumosas, por isso dependem de ações presentes. E, para isso, é necessário que haja comprometimento de todos os envolvidos: governos federal, estadual e municipal, a iniciativa privada e os próprios usuários. De acordo com Covas, o Plano é “um instrumento que, sem obrigar ninguém, dá a cada um a dimensão de sua responsabilidade para que se possa resolver esse problema”.

O Pitu 2020 propõe investimentos em metrô e ferrovia, que são infra-estruturas caras e representam cerca de 80% da composição do plano. Para Frederico, as obras realizadas nos últimos seis anos apenas pelo Governo do Estado seriam a primeira noção de que o plano é viável “se houver a vontade e a adesão de todos”. O plano também inclui considerações sobre estacionamento e cria o conceito de um viário metropolitano, ou seja, de um conjunto de vias estaduais, federais e municipais com a finalidade de melhorar a vida na Região Metropolitana.

Para a elaboração do Pitu 2020 foram levados em conta os planos já existentes das prefeituras, que podem ser modificados a cada gestão, desde que essas mudanças sejam coordenadas com os demais participantes do Plano. “O planejamento que hoje se faz em nenhum instante se deu em substituição às realizações que hoje se executam”, ressaltou o governador.

Covas destacou que nesses cinco anos e meio de sua gestão têm sido feitos esforços muito grandes nessa área para melhorar a qualidade, a segurança, a quantidade e os benefícios que se pode oferecer no transporte de massa.
O governador lembrou que iniciou suas obras nas regiões que mais precisavam de assistência, que era justamente no subúrbio. Destacou que foram construídos 12 quilômetros de linha de metrô, que resultaram nas inaugurações de duas estações na Vila Madalena, três na Linha Norte e mais três na Linha Leste, além de ter sido feita a associação do trem com o metrô, na Linha Leste. Atualmente, composições de última geração que não permitem que as pessoas viagem em cima dos carros e só circulam com as portas fechadas, possibilitaram que em dois anos consecutivos não se registrasse uma única morte. Antes dessa intervenção, cerca de 200 pessoas morriam anualmente nos trens. Ainda no transporte sobre trilhos, entregou seis novas estações ao longo da Marginal Pinheiros, linha que passará a ser operada pelo metrô. Falou também sobre obras que permitiram a integração metropolitana nos corredores de transporte, por meio de ônibus elétricos, não-poluentes.

Todas essas obras eram parte de um Plano Integrado de Transportes Urbanos (Pitu) elaborado no início da gestão de Mário Covas, porém, naquela época se falava em metas para os próximos dez anos. Os investimentos propostos naquele Pitu foram assegurados e as obras hoje estão se tornando realidade. Para o secretário dos Transportes Metropolitanos, o principal papel de legitimar o Pitu 2020 será feito daqui para a frente pela opinião pública, que deve cobrar as ações de seus representantes nos vários níveis da administração.