Pesquisadores do Pólo Regional da Alta Paulista iniciam pesquisas sobre o urucum

Pesquisadora conta que o cultivo atual e convencional do urucum, passa por algumas dificuldades no controle de pragas e doenças

sáb, 31/03/2007 - 16h04 | Do Portal do Governo

Os pesquisadores Eliane Gomes Fabri e Paulo Eduardo da Rocha Tavares, do Pólo Regional da Alta Paulista, vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, estão iniciando pesquisas na área de fitotecnia, melhoramento e agregação de valor para a Cadeia de Produção do Urucum, visando melhores condições ao produtor de urucum da região, bem como, um estudo mais detalhado da cultura para essa região.

Os estudos da área agronômica estão a cargo da pesquisadora Eliane Fabri, que está desenvolvendo projetos como produção de mudas de alta qualidade, manejo adequado da cultura, sistemas de irrigação, adubação, controle de qualidade na colheita, transformação de resíduos em novos produtos e seleção de novos materiais para a região.

Uma outra linha de pesquisa que deverá ser implantada é o cultivo orgânico do urucum. A pesquisadora conta que o cultivo atual e convencional do urucum, passa por algumas dificuldades no controle de pragas e doenças, pela falta de produtos registrados para a cultura, esse é um trabalho que exigirá mais esforços e necessitará de parcerias com outras instituições.

Segundo Fabri, todas essas pesquisas são necessárias para o Estado de São Paulo e principalmente para a região da Alta Paulista, que possui mais de um milhão de pés de urucum em produção. Ela conta que somente nesse primeiro bimestre de 2007, houve um aumento aproximadamente de mais 500.000 pés plantados em plantações tradicionalmente de mão-de-obra familiar e com grande importância sócio econômica.

Paulo Eduardo Tavares, responsável pela pesquisas de agregação de valor na produção de urucum, afirma que os estudos se concentram em pesquisas que verifiquem a possibilidade de aumentar o teor de Bixina, carotenoide responsável pelo poder corante do urucum. Além disso, estão sendo desenvolvidas técnicas que permitam ao pequeno produtor, retirar o corante do urucum na própria propriedade, prática que atualmente é realizada pelas indústrias de corantes.

Os pesquisadores contam que a o mercado de corantes está em ascensão nos últimos anos, principalmente após a proibição da OMS (Organização Mundial de Saúde) ao uso de corantes artificiais e sintéticos em alimentos e pela crescente consciência ao uso de produtos naturais livres de aditivos sintéticos. O urucum é usado como corante para produtos alimentícios como laticínios, doces, massas, carnes, sorvetes, bebidas, óleos e gorduras, desidratados, cosméticos, farmacêuticas, têxteis, tintas entre outros.

A região da Alta Paulista concentra a maior produção de urucum do Estado de São Paulo, na qual há, pelo menos, 1 milhão de pés do urucum da variedade Piave, principal variedade utilizada pelas industrias de corantes líquidos. A produção da cultura surgiu como alternativa para o desenvolvimento da cultura agrícola na região, após a decadência do café, em 1930.

O desenvolvimento, os resultados e as novas projeções para a cultura do urucum no país, serão discutidos no final deste ano, no Encontro Nacional de Cadeia de Produção de Corantes, que será realizado no ITAL, em Campinas nos dias 5 e 6 de dezembro de 2007.

Mais informações para a Imprensa, com os pesquisadores Paulo Eduardo da Rocha Tavares e Eliane Gomes Fabri pelos e-mails ptavares@aptaregional.sp.gov.br .

Da Assessoria de Comunicação da Apta Regional

C.M.