Pesquisadores da Unicamp desenvolvem sensor capaz de detectar fraude em combustível

É possível verificar se o posto de gasolina vende um produto honesto logo depois de encher o tanque

ter, 03/04/2007 - 13h16 | Do Portal do Governo

Já é possível verificar se o posto de gasolina vende um produto honesto logo depois de encher o tanque, com meio giro na chave de ignição, sem sequer ligar o motor. A técnica, que está sendo disponibilizada por pesquisadores da Unicamp, baseia-se em um sensor instalado em fibras ópticas especiais fabricadas na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM).

Utilizada pela primeira vez para esta finalidade, a fibra óptica permite medir as concentrações na mistura de álcool e gasolina, a eventual adição de água no caso do álcool puro ou a presença de produtos estranhos em gasolina adulterada. “A grande vantagem é que esse sistema mede os valores em tempo real. Não é preciso coletar uma amostra para analisá-la em laboratório”, afirma o professor Carlos Kenichi Suzuki, do Departamento de Engenharia de Materiais.

Valores são medidos em tempo real

Mais do que detectar uma possível fraude contra o consumidor, a mesma técnica pode ser usada em cada passo da cadeia produtiva. Calibrado para identificar os componentes a cada segundo ou microssegundo, o sensor permite conferir a qualidade do combustível enquanto corre pelo duto na indústria, nos depósitos das agências de distribuição, na chegada ao posto de gasolina, até o consumidor final.

O professor Suzuki explica que veículos “flex” já possuem um sensor, mas que fica instalado no escapamento para determinar o nível de gasolina e de álcool na emissão dos gases. E, ainda assim, a medição é feita eletronicamente em um microprocessador. “O ideal é ter o sensor no momento de entrada do combustível e não apenas na sua queima”, observa.

O único problema é que a chegada desta técnica até o consumidor não depende dos pesquisadores da Unicamp, mas de empresas que se disponham a investir para transformá-la em produto. “Não é nossa preocupação montar uma ‘caixa-preta’ para colocar o sensor e comercializá-lo. Para nós, pesquisadores, o sensor de combustível é apenas uma aplicação a mais, dentre muitas que descobrimos para as fibras ópticas especiais que produzimos”, diz Carlos Suzuki.

Do Jornal da Unicamp

 

(AM)