Pesquisadores da Unicamp desenvolvem processo de codificação de imagens

A metodologia reduz em 95% o tempo de codificação, sem perda de qualidade

dom, 18/03/2007 - 16h00 | Do Portal do Governo

Pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp desenvolveram um processo de codificação de imagens e vídeos digitais com tecnologias de ponta. A metodologia reduz em 95% o tempo de codificação, sem perda de qualidade. O método alia duas técnicas já existentes – as transformadas wavelets e a tecnologia fractal. Trata-se, portanto, de um sistema de codificação híbrido.

Segundo um dos autores do trabalho, professor Yuzo Iano, a gama de possíveis aplicações comerciais desta nova tecnologia é muito ampla, abrangendo compressão e transmissão de imagens via satélite, via internet, em câmeras e filmadoras digitais, webcams e ainda na digitalização de arquivos em bibliotecas virtuais.

O pedido de patente da nova tecnologia já foi requerido pela Agência de Inovação da Unicamp e encontra-se disponível para ser transferida à indústria, especialmente na área de telecomunicações ou informática. Além de Iano, também assinam a patente os pesquisadores Fernando Silvestre da Silva e Ana Lúcia Mendes Cruz.

As transformadas wavelets decompõem a imagem em camadas de detalhes, que podem ser tratadas separadamente, permitindo transmissão progressiva, como é o caso das imagens através da internet, e tratamentos para obter melhor qualidade. Já as técnicas fractais exploram a auto-similaridade da imagem, que é a semelhança que as partes das imagens têm entre si, para representá-las num número menor de bits – arquivo de tamanho menor. “O que fizemos foi juntar as funcionalidades de cada um dos sistemas para criar uma técnica mais eficiente”, explica Yuzo Iano.

Com algumas melhorias e desenvolvimento de hardware dedicado, esta nova tecnologia pode ser utilizada em aplicações de tempo real, como, por exemplo, o sistema de televisão digital recentemente adotado pelo Brasil. Cada vez mais, comenta Iano, as pesquisas acadêmicas contemplam processos que transmitam o maior número de informações com qualidade e em tempo reduzido. Por isso, os métodos de compressão de arquivos com alto poder de processamento, velocidade e eficiência são alvo de estudos da equipe há cerca de três anos.

De acordo com o professor, existe a possibilidade de o método ser utilizado no primeiro satélite universitário brasileiro, o Itasat. O equipamento vem sendo desenvolvido conjuntamente pela Unicamp, Instituto de Tecnologia de Aeronáutica (ITA) e Universidade de São Paulo (USP).Do

Jornal da Unicamp

(JH)