Pesquisa usa inteligência computacional em exames de endoscopia

Estudo feito pela Unesp de Bauru em parceria com instituições alemães promete melhorar e agilizar o procedimento

qui, 12/07/2018 - 17h34 | Do Portal do Governo

Pesquisadores do Brasil e da Alemanha estão desenvolvendo um sistema para melhorar a detecção de problemas de saúde em exames de endoscopia. Através da inteligência computacional, o projeto visa rastrear áreas que merecem mais atenção do médico no momento em que o procedimento começa.

Enquanto os exames convencionais duram cerca de dez minutos e demandam que o médico fique o tempo todo procurando anomalias na imagem, o novo sistema coloca as informações mais importantes em tela. Assim, o especialista poderá fazer com que o procedimento seja mais rápido e menos propenso a erros.

Entre os envolvidos no projeto é o professor da Faculdade de Ciências Unesp, em Bauru, e pesquisador do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), João Paulo Papa. Segundo ele, além de ter um software que funcione de maneira adequada e que auxilie o médico, um dos grandes objetivos é disponibilizar essa base de dados de maneira pública para também fomentar a pesquisa na área.

Todo ano, o professor passa pelo menos três meses na Alemanha para manter contato com o hospital Klinikum Augsburg e a Universidade de Ciências Aplicadas de Regensburg, parceiros do projeto. Os exames de endoscopia são realizados na Europa e enviados para os pesquisadores brasileiros, que cuidam do desenvolvimento da ferramenta e utilizam os dados para aperfeiçoá-la.

Papa também comenta que os modelos podem ser aplicados para outras áreas da saúde e não só para o exame de endoscopia. Assim, mais pessoas poderão trabalhar com esse sistema.

“Geralmente, o diagrama de operações segue um fluxo mais ou menos similar. Você tem imagens, extrai características, passa para um programa de inteligência artificial e ele dá uma resposta. Dado que temos toda essa base, todo esse fluxo estabelecido, fica muito mais fácil procurarmos uma nova aplicação, porque já sabemos como é o protocolo que deve ser seguido”, finaliza Papa.