São Paulo responde por 35% da produção nacional de mandioca. O principal pólo produtor paulista fica na região de Assis, com 65% do total do Estado. Uma pesquisa do Pólo Médio Paranapanema da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) inovou ao utilizar os galhos e folhas da raiz como feno para alimentar ovinos.
Antes descartado pelo produtor, o feno de mandioca trouxe aumento de 115% no peso total do rebanho em comparação à pastagem tradicional. Do ponto de vista nutricional, a qualidade do alimento é equivalente à obtida no pasto, explica Romeu Nardon, pesquisador do Pólo Médio Paranapanema da Apta.
Na composição da ração desenvolvida pela Apta entram 40% de feno produzido com galhos e folhas de mandioca e 60% de alimentos concentrados, como o farelo de soja. O resultado obtido foi engorda de 215 gramas/dia por animal, no período de agosto a outubro. O total supera o obtido em pastagem tradicional – 100 gramas/dia.
Na região do Médio Paranapanema e no restante do Estado há grande oferta de mandioca. O reaproveitamento dos galhos poderá gerar renda adicional para o produtor. Como complemento alimentar, foi bem aceito pelos animais.
O aumento de peso favorece a resistência do rebanho contra doenças, sem alterar o sabor e a aparência da carne, características valorizadas pelos consumidores. E favorece a refrigeração e armazenagem do produto.
Alternativa barata
A preparação dos galhos da raiz é manual. As ramas são cortadas e secadas no sol. Este é o único trabalho envolvido e trata-se de uma alternativa mais econômica do que plantar uma cultura somente para produzir feno ou silagem. Há 20 anos, Hélio Villani investe na ovinocultura e há três utiliza raspa de mandioca para alimentar seus animais. Comenta ser esta uma opção barata, capaz de reduzir os aumentos registrados no custo dos insumos (30%) e no sal mineral (60%) exigidos na criação.
Da Apta
(I.P.)