Pesquisa revela queda de 36,2% no número de adolescentes grávidas

Mais de 94,4 mil jovens com idades até 19 anos engravidaram em 2008

qua, 21/07/2010 - 9h00 | Do Portal do Governo

O Estado de São Paulo registrou queda de 36,2% no número de adolescentes grávidas em 2008 (último dado disponível), em comparação com o ano de 1998. Foram 94.461 jovens com idades até 19 anos grávidas em 2008, contra 148.018 casos em 1998. Os números são menores ano a ano.

Atualmente o Estado conta com 23 Casas do Adolescente que oferecem atendimento integral e multidisciplinar. A unidade de Pinheiros, na capital, foi a primeira a ser implantada e oferece, desde 1993, atendimento com profissionais de áreas diversas, entre médicos, dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores, todos especializados em orientação sexual a jovens. Também há cursos, aulas de dança, cursos de culinária, de artesanato e terapias em grupo. Os projetos são colocados em prática de acordo com a demanda.

Grau de escolaridade x gravidez na adolescência

Metade dos jovens que tiveram filhos antes dos 22 anos de idade tinham mais de oito anos de estudo, ou seja, ao menos o primeiro grau completo. É o que revela estudo da Secretaria da Saúde com informações de 908 adolescentes e seus parceiros atendidos na Casa do Adolescente de Pinheiros, na zona oeste da capital, entre agosto de 1997 e janeiro de 2010.

Segundo o levantamento, 54,7% das meninas consultadas completaram ao menos o primeiro grau. Oito (1,7%) das 454 meninas questionadas eram universitárias. As jovens mães tinham, em média, 17,5 anos de idade quando engravidaram e iniciaram a vida sexual aos 15 anos. Do total de meninas só 14%, informaram que tiveram o desejo de engravidar.

Já no caso dos parceiros das adolescentes, 48,4% estudaram por mais de oito anos, dos quais 2% eram universitários. Os jovens tinham 22 anos, em média, quando se tornaram pais.

Os números da escolaridade contrastam com o fato de que 61% do total de entrevistados não usaram qualquer tipo de método contraceptivo no momento da relação sexual. O anticoncepcional via oral foi usado por 19% das mulheres, enquanto apenas 16% dos rapazes usaram preservativo.

“O dado chama a atenção porque quebra o tabu de relacionar a falta de cuidado à falta de informação, diretamente. Por isso é importante trabalhar outros aspectos, especialmente as emoções, sentimentos, medos e angústias desses jovens”, afirma a coordenadora do programa Saúde do Adolescente da Secretaria, Albertina Duarte Takiuti.

Da Secretaria da Saúde