Pesquisa revela perfil e hábitos de viagem dos usuários do Metrô

Mulheres e jovens compõem a maior parte dos passageiros

qui, 26/11/2009 - 17h00 | Do Portal do Governo

Quem são as pessoas que utilizam o metrô? Qual sua idade, sexo, formação e renda? Como fazem seus deslocamentos? Com que frequência usam o sistema? Respostas para estas e outras questões estão na pesquisa “Caracterização socioeconômica dos usuários e seus hábitos de viagem”, realizada a cada dois anos pelo Metrô.

O objetivo do estudo é mapear o perfil do público que utiliza esse modo de transporte, levando em consideração atributos pessoais e hábitos de viagem. A nova edição da pesquisa permite fazer um comparativo das variáveis nos últimos 10 anos. Entre as novidades investigadas estão o tempo de uso de metrô e a alteração dos deslocamentos cotidianos.

A partir deste levantamento inédito, o Metrô consegue planejar suas ações relacionadas ao sistema de integração, gestão da gratuidade com o governo e outras empresas, campanhas de orientação de uso do sistema voltadas a segmentos específicos, oferta de equipamentos operacionais e comercialização dos espaços.

Perfil padrão

Pela primeira vez desde o início da pesquisa, em 1974, as mulheres são a maioria no metrô: correspondem a 54% do total de usuários. Os jovens também compõem a maior parte dos passageiros (59%) – a faixa etária de 18 a 34 anos é predominante no sistema.

Os usuários do Metrô pertencem à classe média (B2+C do Critério Brasil), representando 74%. A renda média familiar é de R$ 3.112,50, ao passo que a individual é de R$ 1.452,50. Entre os entrevistados, 71% têm vínculo empregatício.

Quanto às viagens, 89% utilizam o metrô três ou mais dias na semana – são os considerados usuários habituais. Para 68%, o principal motivo das viagens é o trabalho. Também é frequente o uso do metrô integrado a outros meios de transporte, modalidade de viagem realizada por 73% dos passageiros.

O levantamento aponta que os residentes na zona leste da capital são os que mais utilizam o metrô, totalizando 29%. Em seguida, aparecem os moradores da zona sul (25%) e da Grande São Paulo (20%).

Variação no perfil dos usuários

Os itens gênero e idade apresentaram alterações no comparativo do biênio 2006-2008. O número de mulheres aumentou de 50% para 54% do total de passageiros. O percentual de usuários mais jovens, de 18 a 24 anos, cresceu de 25% para 29%.

Os usuários das classes média e média-baixa continuam a predominar no sistema. A renda desse perfil de passageiros permaneceu estável nos últimos dois anos. Entre os entrevistados, 56% possuem rendimento familiar entre R$ 1.245,00 e R$ 4.565,00. O percentual de usuários com ganhos entre dois e quatro salários mínimos, por sua vez, subiu de 24% a 27%. Já a parcela que recebe mais de 15 salários mínimos sofreu redução de 13% para 10%. Também tiveram queda a renda média familiar (de 8,0 salários mínimos para 7,5) e a renda média individual (de 4,3 salários mínimos para 3,5).

As ocupações apresentaram uma pequena variação no período de 2006 a 2008. O número de usuários em funções técnicas, porém, passou de 13% para 16% e a parcela de estudantes apresentou incremento de 9% para 12%. Já a quantidade de carteiras assinadas cresceu de 67% para 71%.

Cresceu também o número de pessoas que usam o metrô mais dias na semana. A frequência de quem utiliza o sistema seis ou sete dias semanais variou de 36% para 42%. Aqueles que fazem viagens habitualmente – três dias ou mais na semana – registraram aumento de três pontos percentuais, de 86% para 89%.

Origem e destino das viagens

Zona sul 
Das viagens originadas na zona sul, 30% têm como destino a mesma região, 19% o centro expandido e 18% a Grande São Paulo.

Centro expandido
26% dos deslocamentos têm como destino a zona leste, 24% a zona sul e 17% a Grande São Paulo.

Zona leste
Do total de viagens realizadas, 24% têm por destino o centro, 24% o centro expandido e 14% a zona oeste.

Zona norte
16% têm por destino o centro, 10% o centro expandido e 9% a zona sul.

Análise dos aspectos pessoais e sociais

· Sexo
Em 2008, as mulheres ultrapassaram os homens na demanda do metrô. Eles eram a maioria no período entre 1997 e 2003. Em 2005 e 2006, o número de homens e mulheres no sistema se igualou. Agora, pela primeira vez, o sexo feminino é predominante.

O aumento do percentual de mulheres pode ser explicado pelo fato desse meio de transporte estar localizado em uma área de influência na qual sobressai o setor de serviços, que incorpora um número maior de pessoas do sexo feminino. Além disso, as mulheres realizam mais atividades fora do ambiente de trabalho.

Na comparação entre os hábitos de viagem por sexo é possível identificar que as mulheres fazem mais integração com micro-ônibus/lotação do que os homens, que realizam viagens exclusivas. Elas também fazem mais viagens de metrô por motivo de saúde.

· Instrução
O grau de escolaridade da maioria dos passageiros do metrô (55%) é o ensino médio completo. As pessoas com mais de 55 anos possuem menor grau de escolaridade, enquanto os usuários com nível superior têm entre 25 e 54 anos. Os usuários com renda familiar mais alta estão entre os que apresentam nível superior completo e faixa etária acima de 45 anos.

· Classe socioeconômica e renda
Os usuários com renda familiar mais baixa são os mais habituais no sistema, uma vez que o motivo “trabalho” gera assiduidade na utilização do metrô. Inclusive o uso nos finais de semana é maior nesse grupo pelo mesmo motivo.

Nos últimos anos, o crescimento tem ocorrido na faixa de renda familiar entre dois e quatro salários mínimos, a chamada classe média baixa, que representa 37% da demanda metroviária. Os usuários cuja renda familiar está no patamar acima de 30 salários mínimos correspondem a 2%.

Com relação à renda individual, os passageiros que recebem até quatro salários mínimos somam 74% e aqueles que ganham entre quatro e oito, 18%.

Sobre a pesquisa

A pesquisa “Caracterização socioeconômica dos usuários e seus hábitos de viagem” é realizada a cada dois anos pela gerência de Operações do Metrô. O levantamento é feito por meio de uma pesquisa quantitativa. As entrevistas são realizadas de forma aleatória no momento de embarque nas áreas pagas do sistema.

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