Pesquisa: Quercetina apresenta grande atividade antixoidante na pele em baixas concentrações

A pesquisa foi desenvolvida os laboratórios da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP

qui, 26/10/2006 - 20h30 | Do Portal do Governo

A farmacêutica bioquímica Rúbia Casagrande desenvolveu nos laboratórios da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP um creme e um gel-creme de quercetina, substância que protege a pele dos radicais livres formados pela exposição à radiação ultravioleta do Sol e a poluição. A quercetina, substância do grupo dos flavonóides encontrada em frutas, hortaliças e outros vegetais, tem alta atividade antioxidante mesmo em baixas concentrações.

“A quercetina também neutraliza a ação dos metais que participam da produção de radicais livres”, conta Rúbia. A pesquisadora desenvolveu produtos que veiculam a quercetina na pele. “Quando aplicada na pele, ela atravessa a primeira camada, o estrato córneo, e atinge a epiderme viável onde deve atuar.”

Segundo a professora Maria José Vieira da Fonseca, da FCFRP, que orientou a pesquisa, o creme e o gel não agem como protetor solar, pois não impedem a passagem dos raios ultra-violeta. “Eles vão tratar a pele no caso de processo inflamatório causado pela exposição ao sol, quando aparece aquele vermelho na pele”.

No trabalho foi utilizada a quercetina já purificada e existente no mercado. “Ela é facilmente extraída das plantas e encontra-se em grande quantidade, diminuindo o seu custo”, diz a pesquisadora.

Segundo a pesquisadora, a quercetina é encontrada em várias espécies vegetais, e apresenta maiores concentrações no chá verde, maçã, cebola e brócolis. “Ingerir estes alimentos também ajudam o organismo a ter proteção, mas o

creme e o gel servem para suplementar a pele com um antioxidante”, diz.

Antioxidante

Rubia Casagrande ressalta que “a quercetina possui elevada atividade antioxidante, sequestrando EROS (Espécies Reativas de Oxigênio) que são radicais livres de oxigênio responsáveis pela degradação de lipídios, proteínas e DNA do organismo que levam ao desequilíbrio e instalação de patologias como câncer e aterosclerose”.

O produto foi testado em camundongos da linhagem hairless, que não têm pêlos. “A quercetina apresenta vários mecanismos antioxidantes, inibindo enzimas, protegendo antioxidantes endógenos e impedindo a ação dos metais”, explica Casagrande.

“Os resultados da eficácia in vivo da quercetina mostraram que a administração das formulações inibe os danos fotooxidativos-inflamatórios induzidos pela radiação UV, protegendo a pele de danos causados por radicais livres produzidos pela exposição ao sol”

“Novos estudos farmacotécnicos e pré-clínicos serão necessários para aperfeiçoar as formulações antes dos testes em seres humanos”. Rúbia Casagrande pesquisou a quercetina para sua tese de doutorado, defendida na FCFRP. A pesquisadora trabalha no departamento de Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná.

Com informações do Serviço de Comunicação Social da Prefeitura do Campus de Ribeirão Preto

Mais informações: (0XX43) 3323-4798, com Rúbia Casagrande

Agência USP

C.A.