Pesquisa norteia plano de qualificação de SP

Estudo aponta carência de profissionais qualificados em municípios paulistas

qua, 19/03/2008 - 11h32 | Do Portal do Governo

Atualizada às 18h11

Com presença do governador em exercício Alberto Goldman, a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) e a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) divulgaram nesta quarta-feira, 19, os resultados do “Diagnóstico sobre a Qualificação do Emprego e Trabalho no Estado de São Paulo”, estudo inédito sobre a demanda por mão-de-obra e por cursos de qualificação no Estado de São Paulo.  

O diagnóstico é parte integrante do Programa Estadual de Qualificação Profissional, que está sendo implementado pelo Governo do Estado de São Paulo. O estudo foi encomendado pela Sert à Fundação Seade com o objetivo de detectar a carência de profissionais qualificados em todos os municípios do Estado, o que se pode chamar de “apagão da qualificação profissional”.

“Somos um país com poucos recursos e muitas demandas, portanto é preciso saber usar bem os recursos para que as demandas possam ser cumpridas o máximo possível”, disse o governador em exercício e secretário do Desenvolvimento Alberto Goldman, fazendo referência ao fato de que o diagnóstico apresentado hoje servirá como peça-chave na definição de políticas públicas de qualificação de mão-de-obra no Estado.

Para o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, “os principais objetivos do diagnóstico são indicar as reais necessidades do mercado de trabalho e oferecer cursos de qualificação e capacitação adequados e sintonizados com as vagas de emprego disponíveis nos municípios, evitando-se assim o desperdício de dinheiro público com treinamentos desnecessários”. A previsão é de que cerca de 180 mil trabalhadores sejam qualificados até 2010.

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A pesquisa

Segundo a Dra. Felícia Madeira, diretora executiva da Fundação Seade, a elaboração do Diagnóstico “mostra a determinação do governo do Estado, em especial da Sert, em gerar políticas na área de emprego e trabalho de forma séria, com ciência das dificuldades existentes”, afirma.

Ainda de acordo com Felícia, criam-se assim, alternativas de políticas viáveis, justas e eficientes, respeitando tanto o público-alvo dos programas como a sociedade, que contribui com parte de seu trabalho para o financiamento desses programas. O material está dividido em regiões administrativas, com mapas, tabelas e gráficos.

A pesquisa que deu origem ao diagnóstico foi feita em 2007, durante a Caravana do Trabalho, que consistiu na visita do secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, a 22 regiões do Estado, nas quais técnicos da Seade e da Sert tiveram contato direto com a realidade de cada município. Foram levantadas as profissões mais solicitadas pelas empresas e captadas junto aos prefeitos as tendências e perspectivas do mercado de trabalho local, que identificaram a demanda pelos cursos.

O Programa Estadual de Qualificação Profissional visa aumentar e melhorar a empregabilidade dos trabalhadores paulistas e formalizar o mercado, contribuindo para uma distribuição de renda mais justa e para o crescimento da economia paulista. Com o diagnóstico será possível saber quanto investir em qualificação e onde aplicar os recursos do Orçamento do Estado e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Metas

Goldman acredita que as ações na área podem ser desenvolvidas em parceria com entidades de diferentes esferas, sejam federais, estaduais ou municipais, públicas ou da iniciativa privada. “É importante que busquemos uma coordenação desse conjunto de entidades. O elemento mais importante para o desenvolvimento é a educação e estamos perdendo essa guerra contra ele não por falta de recursos, mas por falta de coordenação. Esse diagnóstico nos abre os olhos para isso”, argumentou Goldman.

O Governo do Estado vai trabalhar com a estrutura disponível, adiantou Afif, citando como principal elemento o Centro Paula Souza. A instituição é responsável por 138 Etecs (Escolas Técnicas) e 39 Fatecs (Faculdades de Tecnologia), o que a torna a maior do país no gênero. “O governo entendeu a necessidade da formação profissional e é por isso que vamos mais do que dobrar a capacidade de nosso sistema. O que é muito bom porque assim também vamos atender a formação inicial e continuada”, disse a diretora superintendente do centro, Laura Laganá.

De posse do diagnóstico, o objetivo daqui para frente, adiantou o secretário Afif, é qualificar 180 mil alunos até o final de 2010. “Vamos começar com uma meta modesta. Esperamos encerrar 2008 com 30 mil alunos, vamos dobrar no ano seguinte e triplicar em 2010. É pouco. Mas para fazer um trabalho bem feito e medir se estamos no caminho certo, é um trabalho correto”.

Manoel Schlindwein / Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho