O navio oceanográfico Professor W. Besnard, principal embarcação de pesquisa do Instituto Oceanográfico da USP (Iousp) volta ao mar neste mês e já tem expedição marcada para meados de janeiro. Recolhido à doca de Santos em 1998, quando apresentou problemas no motor, o Besnard volta agora a apoiar pesquisas de campo em alto-mar e projetos que foram atrasados nestes dois anos. A reforma, que custou aproximadamente R$ 1 milhão, foi financiada em parte pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), vinculada à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, e incluiu a troca do motor e a instalação de novos equipamentos.
Dirigido atualmente pelo professor Rolf Roland Weber, o Iousp foi fundado em 1946 pelo professor francês Waldimir Besnard, que tinha como uma de suas principais motivações a aquisição de uma embarcação para a realização de pesquisas oceanográficas. Em 1958, o sonho tomou impulso com a aprovação de uma verba federal, mas se tornou realidade apenas em 5 de maio de 1967, com a compra de um navio construído em Bergen, na Noruega, por encomenda do governo paulista. Em 30 de maio, em homenagem póstuma, o navio foi batizado e transferido para a propriedade da USP, mas só chegaria ao porto de Santos em 9 de setembro de 1967. Sua primeira expedição, Vickindio, abrangeu as Ilhas Canárias e a costa brasileira de Recife a Santos.
Com mais de 150 cruzeiros, a grande aventura do Besnard foi a série de excursões científicas pela Antártica, como parte do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), nos verões de 1982 a 1988. Foram seis campanhas, com destaque para a 1ª Expedição Brasileira à Antártica e para a instalação da Estação Antártica Comandante Ferraz, na Ilha Rei George, quando o Brasil foi admitido como membro do Conselho Consultivo do Tratado da Antártica e da Comissão Científica de Pesquisa Antártica.
