Pesquisa mostra que brasileiro não sabe calcular financiamento da casa própria

A amostra é de 231 questionários, respondidos no período de 22 de outubro a 12 de novembro

qua, 19/12/2007 - 21h12 | Do Portal do Governo

O brasileiro não sabe como as prestações do financiamento da casa própria são calculadas. De acordo com levantamento da Fundação Procon-SP, 78,35% dos consumidores declararam não compreender o mecanismo de cálculo. No entanto, 66,67% responderam que encontraram informações completas quanto às taxas, tarifas e demais encargos de financiamento imobiliário junto às instituições e construtoras que oferecem crédito.

Na opinião de 52,38% dos consumidores, financiar a compra de um imóvel está mais fácil atualmente. Destes, 40,50% apontam como principal motivo a maior facilidade de obter crédito através dos bancos e construtoras e outros 26,45% elegeram a possibilidade de pagar parcelas menores. No entanto, quando indagados se acham que o alongamento no prazo de financiamento imobiliário traz alguma desvantagem ao consumidor, 51,52% responderam que sim.

Nota-se que, de uma maneira geral, o consumidor tem procurado informações sobre financiamento imobiliário, mas infelizmente existe uma grande parcela de empresas que não fornecem informações completas. Um fato preocupante é que o desconhecimento sobre a existência de outras modalidades de crédito ou sobre as ferramentas que lhe permitiriam fazer comparações entre essas modalidades impede que o consumidor exerça a plena liberdade de escolha.

Para a maior parte dos consumidores da amostra, atualmente existem mais facilidades para se financiar a compra de um imóvel. Há o reconhecimento de que o crédito está mais abundante e que o alongamento dos prazos permite que a parcela seja mais acessível; no entanto, há também a percepção de que esse alongamento traz alguma desvantagem. Quanto maior o prazo de financiamento, maior o preço final do imóvel (desembolso total).

Há os que acham que não está mais fácil financiar a compra de um imóvel atualmente. O motivo mais apontado para sustentar essa opinião é as altas taxas de juros. Na verdade, apesar das taxas terem caído, ainda se encontram em patamares altos, especialmente para os contratos longos, que prevêem parcelas fixas até o final.

O anúncio de novas medidas do governo vem encorajando, ainda mais, o setor habitacional. A portabilidade do crédito imobiliário (que permite ao mutuário transferir financiamento entre bancos) e a criação do cadastro único de imóveis (onde serão inscritos todos os ônus sobre as propriedades) ainda estão em estudo e visam estimular a concorrência entre os bancos e trazer maior segurança à contratação.

Mesmo com esse cenário otimista, a compra de um imóvel é um investimento de grande porte, que compromete o orçamento familiar por um longo tempo e que precisa, portanto, estar respaldada em muita informação.

As informações foram obtidas pela aplicação de questionário estruturado, via internet (site da Fundação Procon-SP). O questionário é constituído, a priori, de cinco questões fechadas, focadas no perfil do consumidor e no seu parecer diante dos temas propostos. A amostra é de 231 questionários, respondidos no período de 22 de outubro a 12 de novembro. Não houve segmentação por sexo, faixa etária, escolaridade ou classe social.