Pesquisa mensal aponta alta de 2,25% no valor da cesta básica

Levantamento foi realizado pela Fundação Procon-SP

seg, 09/07/2007 - 17h21 | Do Portal do Governo

O valor da cesta básica de junho apresentou alta de 2,25%, segundo pesquisa da Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, em convênio com o Dieese, divulgada nesta sexta-feira, 6 de julho. O preço médio da cesta, em 31 de maio, era R$ 220,93 e passou para R$ 225,89 em 29 de junho. O grupo higiene pessoal foi o que registrou a maior alta: 3,94%.

Dentre os produtos que compõem o grupo Alimentação, destacamos os que registraram as maiores altas de preço neste mês: o feijão carioquinha – pac. 1 kg (12,75%), o leite em pó integral – emb. 400-500 g (10,93%), a margarina – pote 250 g (8,97%) e o queijo mussarela fatiado – kg (8,88%).

Dos 31 produtos pesquisados na variação mensal, 21 apresentaram alta, oito diminuíram de preço e dois permaneceram estáveis. Por grupo, foram constatadas as seguintes variações: Alimentação, 2,11%, Limpeza, 1,18% e Higiene Pessoal, 3,94%.

O recorde da cesta básica desde o Plano Real foi verificado em 26/06/07, quando o valor chegou a R$ 226,14.

A variação no ano é de 4,92% (base 28/12/06) e, nos últimos 12 meses, de 12,85% (base 29/06/06).

Os aumentos ou quedas de preço dos produtos que compõem a cesta básica nem sempre estão atrelados a algum desequilíbrio entre oferta e demanda, motivado por razões internas (quebras de safra, política de preços mínimos aos produtores, conjuntura econômica do país, etc.) ou por razões externas (mudanças no cenário internacional, restrições políticas ou sanitárias às importações brasileiras, etc.).

As alterações de preços, especialmente as de pequena magnitude, podem refletir tão somente procedimentos adotados por determinados supermercados da amostra, seja para estimular a concorrência, para se destacar em algum segmento, ou simplesmente para desovar estoques através do rebaixamento temporário dos preços.

A análise a seguir pretende focalizar os produtos com maior participação na variação do valor médio da cesta básica deste mês. Destacou-se também a carne bovina, não pela magnitude do aumento de preço, mas pelo seu peso na composição da cesta. Apesar da variação negativa, a batata e a cebola voltam à cena. Foi a primeira queda de seus preços registrada no ano, depois de altas significativas.

Feijão O feijão apresentou a segunda alta consecutiva de preços, na cesta básica, desde o início do ano.

De janeiro a abril os preços recuaram, em função da má qualidade da primeira safra do produto em Minas Gerais, devido ao excesso de chuvas durante a colheita, fazendo com que o agricultor comercializasse o grão com defasagem de preço.

A partir de maio, a pequena oferta e a boa procura (decorrente da recomposição dos estoques por parte dos empacotadores) mantiveram os preços do feijão carioca aquecidos. A pouca disponibilidade do produto pode ser creditada não só ao intervalo entre a colheita da primeira e da segunda safra, como também à menor produtividade de ambas.

Leite e derivados O leite continua apresentando alta de preço. A quebra na produção de leite na Austrália e na Argentina (por motivos climáticos), o aumento do consumo na Ásia e a redução da produção na Europa, provocaram forte demanda, com conseqüente alta dos preços internacionais do produto.

Essa valorização teve reflexos no mercado interno, que também vive um período de entressafra, o que ocasiona uma diminuição da oferta.

A alta no preço do leite não se restringe ao produto; já se espalha por seus derivados, tanto no atacado quanto no varejo. Essa alta ultrapassou expectativas e surpreendeu produtores, supermercados e especialmente os consumidores. O comportamento dos preços do segmento de leite também pressionaram os índices de inflação em maio e primeira quinzena de junho.

Na pesquisa da cesta básica, o leite em pó integral e o queijo muzzarela fatiado acumularam, no ano, alta de 24,22% e 29,05%, respectivamente.

Carne bovina As variações de preço da carne bovina não têm sido muito significativas. Reduções pontuais de oferta ou o aumento do excedente da carne exportável acabam por determinar pequenas altas e quedas de preço ao longo do ano.

Em junho, a menor disponibilidade de gado para abate por causa do fim da safra – num momento em que ainda não há oferta de gado de confinamento – explica a alta dos preços.

Cumpre ressaltar, ainda, que o avanço do plantio da cana-de-açúcar, por conta do etanol, especialmente no Estado de São Paulo, tem levado pecuaristas a investir mais no confinamento do gado de corte. Muitos produtores estão preferindo arrendar parte das terras para usinas de álcool ou plantar diretamente a cana-de-açúcar, transformando muitos pastos em canaviais.

Além do mais, a expansão do confinamento do gado pode ser limitada pelos custos da ração, já que os preços dos grãos subiram significativamente neste ano. Aumento dos custos de produção têm reflexo direto no preço final do produto.

Batata e cebola A batata e a cebola registraram queda de preço na cesta básica, após sucessivas altas no decorrer do ano. Fatores como variações climáticas, atraso do calendário de colheita e crescimento sazonal de demanda influenciaram positivamente os preços nos cinco primeiros meses do ano.

A partir de junho a situação reverteu. A atual safra da batata, denominada safra das secas, entrou em pico de oferta, tendo como principais regiões ofertantes o Sudoeste Paulista, Sul de Minas Gerais e algumas regiões do Paraná e Rio Grande do Sul.

Além do pico de colheita na safra das secas, algumas regiões da safra das águas continuam no mercado, elevando ainda mais a oferta e deprimindo os preços.

No caso da cebola, o início da colheita e as importações da Argentina promoveram o abastecimento do mercado interno, pressionando os preços para baixo.

Da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania