Pesquisa identifica vírus que ataca hortênsias azuis

A partir da identificação do vírus, foram geradas plantas sadias

ter, 18/11/2008 - 10h05 | Do Portal do Governo

Pesquisa do Instituto Agronômico, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (IAC/Apta/SAA), identificou vírus, até então nunca encontrado no Brasil, que reduz o tamanho das flores e mancha as folhas das hortênsias azuis. Esses efeitos – que diminuem o valor de mercado da principal variedade comercial – vinham sendo observados há cerca de seis anos por produtores da região de Arujá, que enviaram amostras ao IAC. A partir da identificação do vírus, foram geradas plantas sadias que darão origem às mudas também livres do problema.

Nesta terça-feira, 18, o instituto entregará aos floricultores o atestado de isenção do Hydrangea ringspot virus, que provoca a mancha anelar da hortênsia. O secretário-adjunto de Agricultura, Antonio Julio Junqueira de Queiroz, estará presente no evento, realizado na Associação dos Floricultores da Região da Via Dutra (Aflord), que reúne 84 produtores de plantas ornamentais, localizada em Arujá. A região, juntamente com Mogi das Cruzes e Guararema, concentra 80% da produção de hortênsias de vaso do Estado, responsável por 70% da floricultura brasileira, segundo a Câmara Setorial de Flores e Plantas Ornamentais.

As mudas sadias são um caminho para a expansão da produção de hortênsias. A conquista de consumidores é um objetivo maior – no Brasil, o consumo por pessoa gira em torno de US$ 9 por ano; nos Estados Unidos, US$ 40; e na Europa, US$ 60.  A floricultura é um setor carente em pesquisas e tem nesse trabalho uma solução importante para o segmento de hortênsias, conforme ressalta a organização do evento.

Sobre a pesquisa – Foram quatro anos de estudos, com uma “limpeza” da variedade chamada Renat Blue, a principal no mercado, para a obtenção de ao menos uma planta sadia. “O resultado é inédito no Brasil, principalmente na parte de obtenção de planta sem vírus”, diz pesquisador do IAC, Valdir Atsushi Yuki. A ocorrência de patógeno exótico foi comunicada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nesse trabalho, são parceiros do IAC, além da Aflord, a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp/Botucatu) e o Instituto Biológico (IB/Apta/SAA).

Por meio da técnica de termoterapia, feita no IAC, e de cultura de tecidos, realizada na Aflord, os resultados chegaram em dois anos: em 2006, foram obtidas várias plantas. De lá para cá, testes confirmaram a sanidade do material. Dez plantas isentas de vírus foram confirmadas. Essas são as matrizes básicas e, a partir delas, é feita a multiplicação de mudas.

O pesquisador do IAC conta que orienta constantemente os produtores, porque as plantas podem se contaminar novamente caso não sejam adotadas as medidas corretas de manejo. Por exemplo, o cuidado no corte de mudas, já que a tesoura pode transmitir o vírus. A atenção às estufas também é essencial e, nesse caso, recomenda-se a proibição de entrada de estranhos.

O vírus identificado está disseminado em todas as regiões produtoras de hortênsias, inclusive no Japão e na Alemanha, os principais países nesse segmento. (Fonte: Assessoria de Imprensa do IAC)

Serviço

Entrega de atestado de sanidade da variedade Renat Blue isenta do Hydrangea ringspot virus

Data: 18 de novembro
Horário: a partir das 14 horas
Local: Aflord – Av. PL do Brasil, quilômetro 4,5 bairro Fazenda Velha, Arujá/SP

Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento