Pesquisa do Procon detecta diferenças de até 523,81% nos preços dos medicamentos

Genéricos são, em média, 52,27% mais baratos que os de referência

seg, 31/05/2010 - 16h30 | Do Portal do Governo

Pesquisa da Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da  Defesa  da  Cidadania,  constatou diferenças de até 523,81% nos preços de medicamentos genéricos e de até 135,81% entre os de referência.  O levantamento, realizado entre os dias 3 e 5 de maio, reforça mais uma vez a importância de o consumidor comparar os preços em diversos estabelecimentos antes de efetuar uma compra.

Ainda de acordo com a pesquisa, os preços dos genéricos são, em média, 52,27% mais baratos do que os de referência de mesma apresentação. Por serem produzidos por diversos laboratórios, os medicamentos genéricos são, em geral, mais baratos. Mas é bom lembrar que um genérico de um mesmo laboratório também pode apresentar preços diferentes entre as drogarias/farmácias. Logo, é essencial a pesquisa de preços sempre aliada à recomendação e prescrição médica.

O levantamento, que envolveu 15 drogarias distribuídas pelas cinco regiões de São Paulo, pesquisou 52 medicamentos.

Veja as maiores diferenças encontradas na pesquisa:

Entre os medicamentos de referência
Diferença: 135,81%
Medicamento: Gardenal (Fenobarbital) – Sanofi-Aventis
Apresentação: 100 mg – 20 comprimidos
Maior preço: R$ 5,40
Menor preço: R$ 2,29
Diferença valor absoluto: R$ 3,11

Entre os medicamentos genéricos
Diferença: 523,81%
Medicamento: Diclofenaco Sódico
Apresentação: 50 mg – 20 comprimidos
Maior preço: R$ 11,79
Menor preço: R$ 1,89
Diferença valor absoluto: R$ 9,90

A Drogaria Pacheco (Região Leste) foi o estabelecimento que apresentou a maior quantidade de produtos com o menor preço (23 produtos dos 45 encontrados).

É importante destacar que as drogarias/farmácias devem etiquetar o medicamento com  o preço de venda ao consumidor. O valor não pode ultrapassar o PMC (Preço  Máximo  ao  Consumidor) calculado de acordo com o disposto na Resolução nº 2, de 8 de março de 2010, da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos  (CMED).  Vale destacar que em  31 de março, as empresas produtoras de medicamentos foram autorizadas a reajustar os preços dos medicamentos, nos termos da Resolução nº 2.

Os técnicos  da  fundação verificaram fatores determinantes na formação de preços  no mercado de medicamentos, tais como os descontos podem variar de acordo com as condições locais de mercado, rentabilidade da loja, condições comerciais  de compra; em algumas drogarias de rede há políticas comerciais diferentes  para  cada  canal de venda (loja física, telefone e site – loja virtual);  há  redes  que são regidas pelo sistema de franquia, não havendo uma política única de preços entre os franqueados.

Com  base  na  diversidade  de  política  de  preços adotada pelos diversos estabelecimentos  e  para  que fosse possível efetuar um comparativo, foram definidos  os  seguintes parâmetros:  levantamento, feito pessoalmente, dos preços  em  farmácia/drogaria  (loja  física),  de  médio  e  grande porte, escolhidas aleatoriamente, distribuídas pelas cinco regiões do município de São  Paulo;  pesquisa  somente do medicamento de referência e o genérico de menor   preço   (apresentação   definida   pelo   Procon,  independente  do laboratório)  encontrado  no  estabelecimento  no dia da coleta; utilização como critério o “preço com desconto máximo para o cliente comum”, independe da  exigência  de  cadastro do consumidor. Entendendo-se como cliente comum aquele que não  possui  nenhuma  condição especial (aposentado, empresas, planos de saúde conveniados, etc.). 

Os técnicos do Procon dão uma dica: consulte  a  lista  de Preços Máximos (PMC) dos medicamentos, disponível no site  da  Anvisa (www.anvisa.gov.br), antes de iniciar uma pesquisa de preços. A consulta também poderá ser efetuada nas listas de preços que devem estar disponíveis ao consumidor nas unidades do  comércio  varejista,  ou  seja,  nas  farmácias  /  drogarias, conforme determina a Resolução nº 2 da CMED.

Do Procon