Pesquisa do IAC visa acelerar desenvolvimento de variedade de feijão

Com o intuito de acelerar a conclusão de nova variedade, o IAC está desenvolvendo uma pesquisa inédita na área de feijão

dom, 09/09/2007 - 11h09 | Do Portal do Governo

As pesquisas realizadas no Instituto Agronômico (IAC) buscam disponibilizar ao agricultor melhores variedades. Por isso, quando o resultado de uma nova tecnologia vem em menor tempo, o agricultor acaba sendo mais beneficiado. Com o intuito de acelerar a conclusão de nova variedade, o IAC está desenvolvendo uma pesquisa inédita na área de feijão, que busca, por meio do cultivo in vitro, a obtenção de linhagens puras, logo após os cruzamentos entre os geradores dessa nova variedade. A pesquisa está sendo desenvolvida no curso de Pós-Graduação do IAC, pela aluna Francine Lunardi Farias, sob orientação de pesquisadores do IAC, no biênio 2007/2008.

Uma das intenções é diminuir os custos e o tempo de pesquisa para se chegar a uma linhagem pura. A técnica de pesquisa que será usada — a regeneração de micrósporos in vitro pelo cultivo apenas das células sexuais masculinas — pode reduzir o tempo de pesquisa em até 50%. As plantas obtidas por esse processo têm metade do número normal de cromossomos e, portanto, são estéreis. Para recuperar a fertilidade e a produção de grãos de feijão, elas deverão sofrer um processo para duplicação de cromossomos.

O cultivo desses polens imaturos se dá em meios de cultura contendo sais minerais, açúcar, vitaminas e hormônios vegetais. No caso do feijão, não existem procedimentos publicados e, assim, todos os fatores que implicam no sucesso da obtenção de uma planta a partir de um grão de pólen imaturo deverão ser estudados – esse é o desafio da pesquisa, de acordo com Ilene Passos, pesquisadora do IAC, órgão da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Espécies como a cenoura e o fumo são modelos em regeneração, mas o feijoeiro é uma planta difícil, tendo sido considerado, até a década de 90, como uma cultura que não regenerava a partir de células e tecidos. As únicas células regeneradoras que se conhecem atualmente localizam-se entre o caule a as primeiras folhas de uma planta recém geminada. “Pegando-se um segmento do epicótilo, que é parte do caule, e colocando-o em um meio de cultura apropriado nascerá uma planta”, afirma a pesquisadora. A intenção é obter várias plantas regeneradas, para melhor aprofundar os estudos, pois após a fase da regeneração deve-se avaliar as plantas no campo, juntamente com outras variedades, antes de se comercializar a semente.

Segundo a pesquisadora, o interesse do grupo de pesquisa, liderado pelo pesquisador do IAC Sérgio Carbonell, é desenvolver variedades de feijão com maior produtividade, resistentes a pragas e doenças e com alta qualidade tecnológica e nutricional. “O objetivo dessa pesquisa é produzir um material melhor para o agricultor, em menor espaço de tempo”, ressalta Ilene.

Do Instituto Agronômico de Campinas

C.M.