Pesquisa de Araraquara recebe Prêmio Ethos

Tema é desenvolvimento sustentável em empresas

qua, 18/07/2007 - 13h04 | Do Portal do Governo

Um estudo comparativo sobre o desenvolvimento sustentável nas empresas brasileiras e transnacionais que atuam no país no setor de papel e celulose, realizado no Programa de Mestrado em Economia da Faculdade de Ciências e Letras (FCL), câmpus de Araraquara, foi o vencedor da 7ª edição do Prêmio Ethos-Valor Econômico, na categoria estudantes de pós-graduação, no mês passado, entre 139 trabalhos concorrentes.

A pesquisa avaliou e comparou o desenvolvimento sustentável, nos aspectos econômico, social e ambiental, das quatro maiores empresas transacionais e cinco nacionais. “Utilizamos o conceito da sustentabilidade como a busca das empresas na redução ou eliminação dos efeitos nocivos ao meio ambiente, além da melhoria nas condições de vida dos funcionários e ações sociais na comunidade local”, diz a economista Sueila Rocha, autora da pesquisa de mestrado orientado pela docente e economista Luciana Togeiro de Almeida.

As nove empresas possuem 45 filiais espalhadas por 16 estados brasileiros, e capacidade produtiva de nove milhões de toneladas de celulose e cinco milhões de toneladas de papel. Em 2004, elas foram responsáveis por 86% da produção total de celulose e 52% de papel. Entre as nacionais, participaram do estudo empresas como Votorantin, Ripasa, Suzano e Aracruz. As transnacionais como a Norske Skog e a Media Group representam cerca de 98% da produção estrangeira de celulose e 46% de papel.

Os dados da pesquisa foram coletados por meio de entrevistas, questionários, análise dos relatórios de atividades das empresas e levantamento da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo), responsável pela fiscalização ambiental do grau de comprometimento das empresas com a legislação ambiental, da adoção de tecnologias e medidas gerenciais que visem a redução de emissões.

Na etapa industrial, os resultados revelaram que as empresas nacionais consomem menos volume de água e emitem, em média, quantidade menor de três das quatro principais substâncias liberadas no processo de produção do papel e celulose. “Por exemplo, o TSS, total de sólidos em suspensão, lançado na água pelas transnacionais é o dobro da quantidade média emitida pelas empresas brasileiras”, avalia Sueila. “Além disso, as nacionais possuem mais unidades industriais com certificação, o que assegura o respeito à legislação ambiental”, acrescenta.

Quanto à gestão e manejo das florestas de eucalipto, as empresas brasileiras reservam, em média, 31% de suas propriedades para áreas de preservação permanente. A legislação ambiental estabelece o mínimo 20%. Este percentual é alcançado pelas transnacionais que, por um outro lado, têm maior quantidade de plantios certificados, em comparação com as nacionais.

As empresas brasileiras levam vantagem no processo de implementação de técnicas gerenciais de controle ambiental que englobam todas as fases do ciclo de vida do produto, escolha de matérias-primas, método, tecnologia de produção menos poluentes até a destinação final do resíduo gerado pelo consumo. “Considerando todos esses indicadores em conjunto, nota-se que as empresas nacionais lideram os esforços de melhoria do desempenho ambiental”, avalia Sueila.

Da Unesp