Pesquisa da USP mostra as vantagens dos veículos elétricos híbridos

Veículo elétrico híbrido apresenta redução na emissão de poluentes, economia de combustível e níveis baixos de ruídos e vibrações

sex, 27/04/2007 - 21h35 | Do Portal do Governo

Além da redução de emissões e economia de combustível (podendo chegar em alguns casos a 15%), os veículos elétricos híbridos — sistema que utiliza duas fontes de energia para se movimentar e, geralmente, adota o motor elétrico como fonte alternativa — apresentam níveis mais baixos de ruído e vibrações. A conclusão é do pesquisador Eude Cezar de Oliveira, especialista técnico da Ford Motor Company, que estudou o tema para seu mestrado em Engenharia Automotiva na Escola Politécnica da USP.

Oliveira estudou as principais características dos veículos elétricos híbridos, por meio de simulações no motor Zetec Rocam 1.0 L, usado nos modelos Ka e Fiesta. Para que os resultados obtidos fossem bem próximos da realidade, Oliveira optou pela utilização do programa computacional ADVISOR (Advanced Vehicle Simulator), desenvolvido pela National Renewable Energy Laboratory (NREL) e Argonne National Laboratory (ANL).

Durante os testes, o pesquisador avaliou o nível de desempenho, de emissões e o comportamento de seus principais componentes, as baterias e os motores elétricos. Oliveira sugere como uma solução mais próxima da realidade brasileira o sistema de gerador-partida integrado (Integrated Starter Generator – ISG), que permite que o motor desligue sozinho quando o veículo está parado, por exemplo, em um semáforo. O ISG evita ociosidades desnecessárias e, para o carro partir novamente, basta acionar o acelerador. “É um sistema economicamente mais viável e de fácil implantação”, esclarece.

Tecnologia limpa

De acordo com o engenheiro, o Brasil demonstra interesse pelo tema há cerca de dez anos, mas o custo elevado de implementação da tecnologia ainda é uma barreira. Por enquanto, o País só utiliza o sistema híbrido elétrico em ônibus. “O Brasil já faz uso de tecnologia limpa com o álcool, no entanto é necessário continuar estudando outras tecnologias de menor impacto ao meio ambiente”, justifica Oliveira, para quem o consumidor só aceitará pagar mais por um produto com nova tecnologia se estiver ciente das vantagens que compensam o aumento do custo ou a perda de eficiência.

“Nos países em desenvolvimento, o mercado automobilístico é bastante competitivo, com baixa lucratividade e altas taxas de impostos, e em geral o maior volume é constituído pelos carros populares. Normalmente, quando falamos dos veículos elétricos híbridos, imaginamos veículos de grande valor agregado e com pouca possibilidade de venda nestes mercados, devido aos custos e ao baixo volume”, comenta.

A pesquisa, orientada pelo professor Décio Crisol Donha, recebeu o prêmio Menção Honrosa durante o Congresso da SAE Brasil, em novembro de 2006, promovido pela Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade. Neste mês de abril, o engenheiro Eude Cezar de Oliveira apresentou outros trabalhos no SAE 2007 World Congress, em Detroit, Michigam (EUA).

Os veículos elétricos híbridos são vistos como uma opção mais eficiente e menos poluente, quando comparada ao sistema de propulsão convencional. Entre os modelos de veículos elétricos híbridos que atendem o mercado mundial atual, destacam-se o Prius da Toyota, o Insight da Honda e o Escape da Ford. Todos eles possuem motor de combustão interna como fonte preliminar de potência e o motor elétrico que provê potência durante a partida e a aceleração e, eventualmente supre potência em condição de alta demanda.

Da Assessoria de Imprensa do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli

(R.A.)