Pesquisa ajuda a definir grupos de risco à gripe A H1N1

Obesos e diabéticos têm sete vezes mais chances de morrer pela nova gripe

dom, 24/01/2010 - 17h00 | Do Portal do Governo

Um estudo realizado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Saúde aponta que portadores de doença metabólica crônica, como obesidade, diabetes e colesterol elevado, têm 7,58 vezes mais chances de morrer se contraírem a gripe A H1N1 (suína) do que pessoas que não apresentam essas condições.

O resultado é fruto da análise de 10,2 mil casos da doença notificados pelos municípios paulistas até o dia 7 de dezembro de 2009. O estudo pode ajudar na definição dos grupos prioritários a serem vacinados na campanha nacional de imunização que está sendo planejada pelo Ministério da Saúde.

O cálculo, matemático, que utiliza ferramentas de estatística, leva em consideração dados sobre óbito e cura de pacientes, segundo as comorbidades informadas na ficha de notificação. Para cada condição, há um campo para preenchimento, com as opções “sim”, “não” e “ignorado”. Os dados são cruzados e lançados em um software, que calcula o Odds Ratio (razão de chances, em inglês) para aquela determinada condição. O levantamento ainda é preliminar, e o próximo passo é concluir um estudo de caso controle que contempla entrevistas com pacientes e familiares e a análise de prontuários, para a comparação dos dados.

De 196 pacientes com gripe A H1N1, com informação positiva de doença metabólica no Estado, 60 morreram. Já entre os imunodeprimidos (portadores de câncer e HIV, por exemplo), as chances de óbito são 4,17 maiores, em relação a pessoas com a gripe A H1N1 e que não possuem tais condições. Foram 265 casos de pacientes com este tipo de comorbidade preenchida em ficha, dos quais 54 morreram.

O risco de portadores de doença renal crônica morrerem após contraírem o novo vírus é 3,72 vezes maior, segundo o estudo, com 19,4% de mortes entre 98 casos com a doença. As chances de óbito são 3,40 vezes mais altas entre os cardiopatas crônicos e 1,94 vezes entre os tabagistas. Entre os portadores de pneumopatia crônica, a chance de morrer de 1,33 vezes em relação aos não portadores não é considerada significante do ponto de vista estatístico.

Grávidas

Entre as mulheres grávidas, o risco de morte para aquelas estão no segundo ou terceiro trimestre de gestação é 4,3 vezes maior do que para aquelas no primeiro trimestre, segundo o estudo da Secretaria. Das 602 confirmações de gripe suína em gestantes com Doença Respiratória Aguda Grave no Estado, foram contabilizados 52 óbitos. Desse total, 38,5% morreram no segundo trimestre de gestação e 53,8%, no terceiro. Apenas 5,8% dos óbitos de gestantes ocorreram nos três primeiros meses de gravidez.

Da Secretaria da Saúde