Pequeno Cidadão faz 11 anos e comemora bons resultados

220 crianças e adolescentes são atendidos atualmente pelo projeto

ter, 17/07/2007 - 18h35 | Do Portal do Governo

A aproximação entre USP e pessoas de baixa renda – intermediada pelo setor privado – se faz presente no campus da Universidade em São Carlos, com o Projeto Pequeno Cidadão. A iniciativa chega, em 2007, a seus 11 anos de existência, com um número expressivo de crianças inseridas da sociedade e um legado já consolidado em São Carlos.

São 220 crianças e adolescentes atendidos atualmente pelo projeto. Lá, eles passam por um trabalho que tem quatro anos de duração – e contempla uma série de atividades que proporcionam o crescimento do aprendizado, o desenvolvimento de aptidões e também a descoberta de vocações específicas.

“Podemos dizer que estabelecemos um círculo positivo. O trabalho dá certo e, assim, mais pessoas sentem-se com vontade de fazer parte dele. O Projeto tem uma boa base e assim cresce cada vez mais”, afirma Elaine Trimer Ruggiero, coordenadora pedagógica do Pequeno Cidadão.

Rotina

Os jovens chegam ao Pequeno Cidadão com 10 anos. O ponto de partida é a inscrição feita pelos próprios pais. Quando as datas de inscrição são abertas, é feita a divulgação nas escolas da rede pública no município e os pais procuram os responsáveis pelo programa.

A equipe do Pequeno Cidadão, então, avalia uma série de características dos interessados – entre elas, as condições sócio-econômicas da criança e seu desempenho escolar – e, caso o jovem seja escolhido, entra no programa por um período de experiência por 30 dias. Superada esse etapa, a criança torna-se efetivamente uma integrante do Pequeno Cidadão – e está apta a iniciar seu ciclo no projeto, que tem duração de quatro anos.

Os jovens vão ao Pequeno Cidadão no período complementar ao que freqüentam sua escola regular – ou seja, se estudam à tarde vão para a USP no período da manhã, e vice-versa. As atividades que realizam atendem a variados eixos. Há o reforço escolar, que visa a melhoria do desempenho na sala de aula; iniciação artística e esportiva, para trabalhar vocações individuais; atendimento médico e odontológico; e outras tarefas lúdicas e culturais, como realização de palestras, shows e estímulo á leitura, com uma biblioteca.

Identificar as vocações – e trabalhá-las buscando uma otimização – é algo que traz recompensas imediatas. As crianças com melhores resultados no campo artístico freqüentemente são contempladas com exposições dos seus trabalhos, como a ocorrida no início do mês num shopping de São Carlos. E no esporte, os alunos que mais se destacam recebem treinamentos específicos, frutos de parcerias que o Pequeno Cidadão realiza com outras instituições e pessoas – uma é estabelecida com Antonio Carlos do Amaral, o Cali, técnico da seleção brasileira de triatlo, que está treinando pessoalmente 20 alunos do projeto.

Mas talvez a maior dessas recompensas venha no campo educacional. Com patrocínio da empresa KPMG – que apóia o Pequeno Cidadão desde seu segundo ano de existência, em 1997 – o programa concede anualmente uma bolsa de estudos em um colégio particular para o aluno que obtiver o melhor desempenho nesses quatro anos de permanência. “E essa iniciativa da KPMG fez com que outras instituições também se motivassem a conceder bolsas aos alunos do Pequeno Cidadão. É mais uma prova do ciclo positivo”, diz Elaine Trimer Ruggiero.

Resultados

Um dado que exemplifica o sucesso do Pequeno Cidadão está na baixíssima evasão de seus alunos. Cerca de 90% dos que iniciam o programa aos 10 anos fazem o curso em toda a sua duração. “Via de regra, as poucas saídas que temos são de crianças que mudam de cidade”, explica Elaine.

Mais um dado positivo: 70% dos ex-alunos hoje estão matriculados em cursos profissionalizantes e encaminhados no mercado de trabalho. Uma das grandes ambições do Pequeno Cidadão ainda não foi cumprida: “nós queremos ver um ex-aluno nosso entrando na graduação da USP”, aponta a coordenadora pedagógica. Segundo ela, as atividades pedagógicas do Pequeno Cidadão e as bolsas de estudo concedidas aos melhores alunos fazem com que a realização desse sonho seja possível num prazo relativamente curto de tempo.

A equipe de funcionários fixos do Pequeno Cidadão é relativamente pequena: são 11 pessoas. Para que o projeto caminhe, é necessária a presença de bolsistas e dos indispensáveis voluntários. “Temos um programa de voluntariado sério e que prima pelo profissionalismo. A pessoa que quiser ser voluntária aqui precisa apresentar um projeto de trabalho e garantir sua assiduidade”, completa Elaine.

Contato

Fale com a equipe do Pequeno Cidadão pelo telefone (16) 3373-9105 ou acesse o site www.sc.usp.br/pequenocidadao.

Da USP Online