Pecuarista não precisa vacinar rebanho contra raiva de herbívoros

Controle da Agricultura de focos eliminou progressivamente as áreas de risco em SP

qui, 06/11/2008 - 12h48 | Do Portal do Governo

A partir deste mês, o pecuarista não é mais obrigado a vacinar seu rebanho bovino, bubalino, eqüino, caprino e ovino contra a raiva dos herbívoros, doença transmitida pelo morcego hematófago – que se alimenta de sangue. A decisão foi anunciada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.

Os controles de focos da doença e das populações do transmissor, por parte das equipes da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da secretaria, possibilitaram a redução drástica no número de propriedades com registro da moléstia. O total caiu de 536 em 2003 para 45 em 2007.

A vacinação, que ocorria simultaneamente à campanha de imunização contra a febre aftosa, nos meses de maio e novembro, foi realizada na última etapa (maio) somente nos municípios das regionais de Mogi das Cruzes, Pindamonhangaba e Guaratinguetá, alcançando 98,2% de cobertura vacinal de um total de 750 mil animais.

Com o fim da obrigatoriedade, o pecuarista fica desonerado da compra dessa vacina. Entretanto, se houver agressões por morcegos hematófagos, a CDA recomenda a imunização e a aplicação de pasta cicratizante ao redor da mordedura.

Controle – Preocupado com o avanço da raiva dos herbívoros, o Estado de São Paulo mudou, em 2001, a estratégia de ação com relação ao seu controle. Por meio da Resolução nº 29, de 24 de setembro daquele ano, a Secretaria de Agricultura tornou obrigatória a vacinação contra a doença em toda a área de risco, abrangendo 18 regionais e 57 mil propriedades. O número total de animais vacinados chegava a 3,2 milhões.

O controle do transmissor, o morcego Desmodus rotundus, começou a ser feito por meio de busca ativa. Os técnicos da secretaria passaram a visitar as propriedades para localizar animais agredidos e os abrigos dos morcegos hematófagos, principalmente em áreas de cavernas e montanhas. Essas atividades foram contínuas nos últimos sete anos.

Dez equipes trabalharam duas semanas por mês, em forma de mutirão, em regiões específicas, ficando o monitoramento diário por conta dos escritórios regionais de defesa agropecuária (EDAs), 40 em todo o Estado. Com o trabalho, os focos de raiva diminuíram e a obrigatoriedade foi gradualmente suspensa nas 18 regiões.

Pecuarista deve continuar atento aos sintomas da doença

No Estado de São Paulo, o principal transmissor da raiva aos herbívoros é o morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus. O herbívoro doente não oferece risco de transmissão a outros animais. Os sintomas iniciais são isolamento do animal, hipersalivação, tremores musculares e paralisia dos membros posteriores.

A morte ocorre entre três e cinco dias após o início dos sintomas. No caso do homem, a contaminação acontece somente se houver contato com a secreção dos animais. Por isso, é recomendável que estes sejam isolados.

Se algum animal apresentar sintomas sugestivos de raiva ou se for observada a existência de abrigo de morcego hematófago, é preciso comunicar imediatamente à unidade de defesa agropecuária mais próxima.

Informações completas podem ser obtidas no site www.cda.sp.gov.br, no link Programas – Sanidade Animal.

Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento

(M.C.)