Parque do Belém ocupará área do Complexo Tatuapé da Febem

Na próxima segunda-feira (18/09), a Febem abre envelopes das empresas interessadas na licitação para implantação da 1ª fase do projeto

ter, 12/09/2006 - 16h35 | Do Portal do Governo

A zona Leste da capital vai ganhar um novo parque. Trata-se do Parque do Belém, que será implantado na área ocupada pelo Complexo Tatuapé da Febem, a exemplo do que já foi feito com o Complexo Imigrantes da Febem, que deu lugar ao Parque Estadual Fontes do Ipiranga (Pefi), e a Casa de Detenção do Carandiru, que foi demolida e transformada no Parque da Juventude. 

Segundo o vice-presidente da Febem e responsável pela implantação do projeto, Mansueto Henrique Lunardi, o parque será construído em duas etapas. “Na próxima segunda-feira (18/09), serão abertos os envelopes das empresas interessadas na licitação para implantação da 1ª fase do projeto”. Ele informou que seis empresas apresentaram propostas técnicas e comerciais, mas uma delas foi inabilitada por não atender os requisitos necessários. “Será escolhida a empresa que oferecer o menor preço, dentre as que atenderem às exigências do edital”, acrescentou Lunardi.

Primeira etapa

A primeira etapa do parque ocupará 80 mil metros quadrados da área do Complexo. O projeto prevê a implantação de uma praça de acesso, com marquise – a entrada principal do parque; e de uma portaria, que abrigará um mirante de onde será possível ver boa parte do parque. Além disso, está prevista a construção de uma ciclovia, que terá início na Praça de Acesso e cortará todo parque. Estão previstos ainda a preservação e o manejo da vegetação arbórea existente e a implantação de áreas gramadas.

A estrutura de circulação existente será composta por uma alameda com árvores ‘alecrins-de-campinas’ e a via perpendicular será recuperada e integrada à nova alameda. Estão previstos ainda a preservação e o manejo da vegetação arbórea existente e a implantação de áreas gramadas.

As seis quadras esportivas que eram utilizadas pelos internos da Febem serão recuperadas e receberão conjuntos de árvores nas proximidades para proporcionar sombra e área para descanso e circulação. Também serão criados dois playgrounds com diversos brinquedos para atender às crianças e, em meio à vegetação, um coreto.

Com uma área de 255 mil metros quadrados, o Complexo Tatuapé chegou a ter 18 unidades de internação, onde cerca de 1.500 funcionários eram responsáveis pelo atendimento de 1.200 jovens. Para se ter uma idéia, a população do Complexo chegou a ser superior a de municípios como Alvilândia, Borá, Dolcinópolis, Flora Rica e Santa Salete. Dez unidades já foram desativadas e demolidas. Para a implantação da primeira etapa do parque, outras duas unidades serão retiradas. O trabalho de demolição dessas unidades começa na primeira quinzena de outubro, de acordo com Mansueto.

Complexo Tatuapé

Criado para receber jovens abandonados ou que tivessem cometido algum crime, no início da década de 1900, o Complexo Tatuapé foi implantado na Chácara do Belém. Naquela época, a área, que ficava bem distante do centro da cidade, foi cedida ao Estado e em pouco tempo foi erguido um pequeno prédio para abrigar um instituto disciplinar para jovens. A construção foi batizada de Escola Correcional.

Esse prédio, que é preservado pelo patrimônio público, será mantido e restaurado e abrigará algumas atividades relativas ao parque, como por exemplo, salas de administração, vestiários, enfermaria, sala do programa Acessa São Paulo (acesso gratuito à internet), sala de multiuso, sala para contratados (limpeza e manutenção do prédio) e sanitários públicos.

Também serão preservados os edifícios do antigo Reformatório das Meninas e Casa do Diretor, construídos na década de 1930, e da antiga Escola do Belenzinho, da década de 1920. Ainda não há caracterização de uso dessas construções, já que estão incluídos na 2ª etapa de implantação do parque, cujo projeto ainda está em discussão.

“A licitação para restauração dos edifícios, principalmente a antiga sede da Febem (prédio da Escola Correcional) está agendada para o próximo ano, já que necessitam de empresas especializadas em restauração”, informa Lunardi.

Cíntia Cury/André Muniz