Parentes de vítimas de acidente aéreo têm sangue coletado pelo IML e Imesc

Equipes visitaram os três hotéis onde estão hospedados estes parentes que moram em outros Estados ou cidades distantes de São Paulo

dom, 22/07/2007 - 9h15 | Do Portal do Governo

 

Juntas, equipes do IML – Instituto Médico Legal e Imesc – Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo – recolheram, ao longo deste sábado, dia 21, 124 amostras de sangue de 84 famílias de parentes de vítimas do acidente que envolveu uma aeronave da TAM na última terça-feira no aeroporto de Congonhas, São Paulo. As equipes visitaram os três hotéis onde estão hospedados estes parentes que moram em outros Estados ou cidades distantes de São Paulo.

A coleta foi feita para que aqueles parentes que queiram voltar às suas casas, não corram o risco de terem que voltar a São Paulo, caso haja necessidade de ser realizado um exame de DNA para a identificação do corpo da vítima. Aqueles que não tiveram a oportunidade de realizar a coleta de sangue e estiverem em São Paulo ou morem na cidade, poderão realizar o mesmo processo a partir de segunda-feira, dia 23, no Imesc. Para isso, basta se apresentar na recepção do instituto para ser atendido e encaminhado.

Parentes de vítimas residentes em outros Estados também contarão com o mesmo serviço. O IML divulgará, por meio do site da Secretaria da Segurança Pública, uma lista com endereços de institutos e laboratórios em outros Estados para que possam ser feitas as coletas, o mapeamento genético e enviados em seguida para o IML Central de São Paulo.

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Ronaldo Marzagão, e Celso Perioli, superintendente da Polícia Técnico Científica do Estado de São Paulo, acompanharam os trabalhos destas duas equipes.

Coletas começaram pela manhã

Peritos criminais especialistas em DNA do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica e uma equipe do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc), organizaram um mutirão para coletar sangue dos familiares das vítimas do acidente aéreo com o Airbus da TAM.

Uma equipe de nove profissionais do Imesc, dentre eles médicos, uma bióloga e uma advogada, iniciaram às 9 horas, num dos hotéis onde estão hospedados parentes das vítimas, a coleta do sangue de 17 famílias. Parentes de primeiro grau – pai, mãe, irmãos ou filhos – deixaram suas amostras à disposição do órgão. “O DNA dos familiares ficará a cargo do Imesc. Nós do IC vamos receber os perfis genéticos e comparar com aqueles que temos das vítimas”, disse a perita criminal Norma Bonaccorso. A perita reforçou que será coletado material de todos os familiares das vítimas que ainda não foram identificadas, mas eles serão utilizados somente em última instância. “É uma coleta preventiva para os familiares poderem retornar às suas cidades de origem”.

Outras 156 famílias foram atendidas em outros dois hotéis na Capital. O mutirão foi organizado na noite de ontem e pretende, segundo o superintendente do Imesc, Sidney Carvalho Júnior, ter no mínimo 90% dos exames de todos os familiares prontos até o final da próxima semana. “Temos muitos equipamentos, muito pessoal, muitos kits para realizar os exames”, disse Carvalho.

Existem três formas de se fazer o reconhecimento dos corpos. A primeira é por meio das impressões digitais, a segunda utiliza o critério da antropologia, pela qual são relatados o sexo, a altura, a idade, a cor de olhos, o cabelo e pele, além do estudo da arcada dentária. A última opção é o DNA.

O Imesc é um órgão vinculado a Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo que trabalha na área de investigação de paternidade pelo método do DNA. O Instituto tem o maior laboratório de investigação de paternidade da América Latina.

Segundo a perita criminal, Cristina Lekich, o Instituto de Criminalística também faz esse trabalho de coleta, mas no caso do acidente com o avião da TAM, a ajuda do Imesc é muito importante. “São muitas pessoas e precisamos agilizar nosso trabalho”, disse ela.

A perita informou que todos os corpos que chegaram ao Instituto Médico Legal (IML) já tiveram material recolhido e armazenado. “Se não for possível identificar pela impressão digital ou arcada dentária, processaremos esse material e faremos o mapa genético”, explicou ela.

Da Assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública

(R.A.)