Parcerias permitem a oferta de cinco mil bolsas de estudo a alunos da USP

Entre elas, há 400 de pré-iniciação científica para alunos do ensino médio de escolas públicas

sáb, 29/09/2007 - 10h07 | Do Portal do Governo

A Universidade de São Paulo se uniu ao Banco Santander e ao Portal Universia para garantir a oferta de 5 mil bolsas de estudo, em três atividades diferentes. Estão divididas em 400 de pré-iniciação científica, direcionadas a alunos do ensino médio da rede pública estadual, 600 de iniciação científica, para alunos da universidade e 4 mil destinadas ao curso de espanhol on-line, a serem distribuídas entre graduandos, pós-graduandos e funcionários.

As parcerias foram estabelecidas com base no objetivo de ampliar as ações consideradas prioritárias pela reitoria, ou seja, que visam à melhoria da formação dos alunos graduandos e pós-graduandos, à internacionalização do ensino e da pesquisa e ao fortalecimento da inclusão de estudantes do ensino médio da rede pública. “Nosso intuito é promover e desenvolver todas as formas de conhecimento”, explicou a reitora da USP, Suely Vilela.

Os convênios foram assinados no dia 20. Na ocasião, o presidente do Banco Santander, Gabriel Jaramillo, salientou que a parceria faz parte da filosofia mundial do grupo, cujos investimentos sociais se concentram principalmente na educação superior. “O Grupo Santander expressa, mais uma vez, sua sensibilidade para com os projetos educacionais da nossa universidade”, ressaltou Vilela.

A diretora-geral do Universia Brasil, Alina Correa, avaliou que a união representa o reforço ao papel do portal da Internet, voltado ao estímulo da educação. “Acreditamos que investir na capacidade intelectual dos estudantes brasileiros é fundamental para o crescimento do País”, afirmou. O Universia, além de sediar o curso de espanhol a distância, atuará na sua administração e gestão.

Vírus da curiosidade

A oferta de bolsas de pré-iniciação científica a alunos do ensino médio é uma ação pioneira da USP. A iniciativa, da Pró-Reitoria de Pesquisa, tem a parceria da Secretaria Estadual de Educação. As duas instituições selecionarão estudantes das escolas estaduais com melhor desempenho e interesse nas áreas de humanas, biológicas e exatas para participação no projeto.

Eles terão à disposição, a partir de fevereiro de 2008, infra-estrutura física e de professores e orientadores da USP. Os 400 jovens, com idades entre 15 e 18 anos, participarão de pesquisas em cerca de cem laboratórios, de todas as áreas da instituição de ensino, por um ano. A média será de três a quatro alunos por laboratório.

A atividade ocorrerá durante o período letivo em oito horas semanais, divididas em dois dias. Em ocasiões de recesso escolar e nas férias, deverão cumprir 16 horas semanais. A jornada será complementada com a participação dos jovens em seminários, a serem realizados para a discussão de assuntos científicos atuais e polêmicos, como organismos transgênicos, bioética e células-tronco, por exemplo.

A idéia surgiu a partir dos bons resultados obtidos entre os estudantes da USP com o programa de iniciação científica. O objetivo, a longo prazo, é aumentar as chances dos bons alunos de escolas públicas entrar nas universidades e escolas técnicas, de desenvolver o espírito crítico, de ampliar a sua motivação para estudar, ou simplesmente ler. “E mais do que tudo, de serem contaminados de modo irreversível com um vírus, o da curiosidade”, explica a pró-reitora de pesquisa, Mayana Zatz.

O Programa de Pré-Iniciação Científica será avaliado nos aspectos do aprendizado formal e no campo psicanalítico. Para essa observação, atuarão 20 psicanalistas, num projeto liderado pelo médico Jorge Forbes. A investigação levará em conta os impactos da experiência na visão de mundo e de futuro, na escolha profissional, na relação entre professor e aluno, com a família, no espírito crítico, no conceito sobre a USP, entre outros. As informações darão origem a um livro, que servirá de parâmetro para a USP e outras universidades interessadas.

Sobre o conteúdo formal, haverá acompanhamento de integrantes da instituição escolar e supervisão da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp), da secretaria. O banco Santander participará da parceria arcando com os gastos dos estudantes (R$ 150 por mês, para cada um, como ajuda de custo) e a Monsanto patrocinará as bolsas dos professores. O projeto de avaliação contará com recursos do Instituto Unibanco e da Monsanto.

“É uma oportunidade fantástica de aproximação entre a escola pública e uma universidade tão qualificada quanto a USP. O ganho será enorme tanto para a escola como para a universidade”, afirma João Freitas da Silva, coordenador da parceria pela pasta da Educação.

Da Agência Imprensa Oficial

(I.P.)