Orquestra Sinfônica da Unicamp apresenta ópera italiana em Paulínia

Encenação de ‘La Traviata’ ocorrerá entre os dias 6 e 9 de setembro, em teatro da cidade do interior do Estado de SP

seg, 27/08/2018 - 14h08 | Do Portal do Governo

No próximo mês, o Theatro Municipal de Paulínia, no interior paulista, receberá apresentações da Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A obra “La Traviata”, do compositor italiano Giuseppe Verdi (1813-1901), é o tema dos ensaios dos artistas, que ocorrem na sala Almeida Prado, no Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp (CIDDIC), da universidade.

Com direção de Angelo José Fernandes, coordenador-geral do projeto, Felipe Venâncio, diretor de cena e cenógrafo, e Cinthia Alireti, diretora musical e regente, a ópera mobiliza mais de cem artistas da Orquestra Sinfônica, Coral Unicamp Zíper na Boca, Coro Contemporâneo de Campinas e Ópera Estúdio Unicamp.

“La Traviata” estará em cena, completa, assim como foi com A Flauta Mágica (2017), O Elixir do Amor (2016), Don Giovanni (2015) e As Bodas de Fígaro (2014). “Nós fazemos uma ópera por ano agora. É o maior orgulho conseguirmos encenar a ópera porque, no início, seria apenas uma versão do concerto parcialmente encenada”, afirma a regente Cinthia Alireti.

“Acho que dentro do meio acadêmico das universidades é raro no Brasil quem consiga montar óperas e, para nós estudantes daqui, é um ganho”, explica a soprano Raíssa Amaral, de 26 anos, doutoranda da universidade.

Repertório

Vale destacar que “La Traviata” foi escolhida por ser uma das óperas mais populares do repertório erudito, além de poder ser executada com uma orquestra de porte não muito grande, como é a da Unicamp, com 45 integrantes, e solistas, que a instituição também possui, formados pelo Ópera Estúdio. O teatro da cidade vizinha foi escolhido por ser o único da região com um fosso para a orquestra, necessário para esse tipo de espetáculo.

A montagem de uma ópera é um quebra-cabeças com peças que se unem aos poucos. Os solistas têm ensaiado separadamente desde o semestre passado. A partir desta segunda-feira (27), os ensaios ocorrem no palco, com todos os participantes. O elenco continuará a maratona de canto até a estreia, em 6 de setembro.

Originalmente, “La Traviata” seria encenada em trajes modernos. “Mas o autor mudou de ideia porque os integrantes do coro que eram pessoas comuns, teriam que se vestir como burgueses e não teriam esse refinamento. Ele mudou a ópera para acontecer em 1700”, explica a regente. Assim, a obra estreou em 1853 em Veneza, na Itália. “Hoje a gente consegue fazer isso completamente. Vamos fazer completamente moderno”, acrescenta.

“Eu digo para o elenco que a apresentação é de 2056, ou seja, 200 anos depois da estreia na Itália”, brinca o diretor cênico Felipe Venâncio. “Estamos trazendo na cenografia uma versão mais moderna, mexendo com luzes LED e brilho”, completa.

Formação

Pela primeira vez, um ingresso será cobrado, com valor simbólico e arrecadação de alimentos. Os artistas reafirmarão a viabilidade da ópera no mundo contemporâneo e regional.

“Não houve época melhor para nós, músicos da Sinfônica da Unicamp”, comenta o trombonista João José Leite. Com quase trinta anos de orquestra, ele pode participar da formação de cantores líricos. “É excepcional essa nova geração da Unicamp, que abre horizontes. É muito bacana trabalhar com grandes artistas que o Instituto de Artes está produzindo”, celebra.