Orquestra Sinfônica comemora 10 anos de sua reestruturação

Maestro John Neschling comanda a festa que também marca o início da construção da Sala São Paulo

seg, 23/04/2007 - 19h45 | Do Portal do Governo

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo comemora nesta quarta-feira, 25, os 10 anos de sua reestruturação e o início da construção da Sala São Paulo, a melhor e mais moderna sala de concertos da América Latina. Tudo acontece em homenagem a Mario Covas, que possibilitou a transformação da Estação Júlio Prestes em um dos mais nobres complexos culturais do país.

No programa, sob a regência do maestro John Neschling e com Chun Wang no piano, estão previstas as execuções da Abertura Concertante, de M. Camargo Guarnieri, do Concerto nº1 para Piano em mi menor, Op.11, de Frédéric Chopin e da Sinfonia nº7 em Lá maior, Op.92, de Ludwing Van Beethoven.

O concerto é uma promoção da Fundação Mario Covas, com a colaboração da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e da Fundação OSESP. Os ingressos, ao preço único de R$ 50,00, podem ser adquiridos na bilheteria da Sala São Paulo ou pela internet: www.ingressorapido.com.br.

Uma história de sucesso

Em 1997, o então governador Mario Covas idealizou a reforma no complexo do prédio da Estação Júlio Prestes, que resultou na criação da Sala São Paulo, que atualmente é considerada uma das mais modernas e bem equipadas salas de concerto do mundo e proporcionou uma sede definitiva para a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Em 11 de maio daquele ano, no jardim interno da Estação Júlio Prestes, hoje Sala São Paulo, Neschling realizou o primeiro concerto da nova fase da sinfônica.

O projeto da Sala São Paulo, que transformou o prédio historio da Estação Júlio Prestes em complexo cultural, nasceu com o objetivo de elevar o nível da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo a um padrão de qualidade internacional. A reforma durou um ano e meio e levou em conta os mais modernos parâmetros técnico-acústicos existentes na época.

O escritório Dupre Arquitetura, com a assessoria acústica da empresa americana Artec foram os responsáveis em executar o projeto da Sala São Paulo. A grande inovação tecnológica desse projeto foi a implantação de um teto móvel, formado por placas que podem subir ou descer para ajustar a  qualidade de som.

A Osesp

Com 130 apresentações anuais em sua temporada de concertos, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) é considerada hoje a mais destacada orquestra da América Latina. Com uma programação abrangente — que mescla as grandes obras da literatura musical internacional com primeiras audições mundiais e compositores brasileiro –, a Osesp traz ao Brasil alguns dos maiores solistas e regentes da atualidade, como o maestro Kurt Masur, o compositor Krzysztof Penderecki, a soprano Barbara Hendricks, o barítono Sergei Leiferkus, os pianistas Stephen Kovacevich e Nelson Freire, o flautista Emmanuel Pahud, o violonista Pepe Romero, o violista Gerard Caussé, os violinistas Benjamin Schmid e Leonidas Kavakos, dentre mais de 60 convidados a cada ano.

Nos concertos que realiza na Sala São Paulo, sede da Orquestra, os 1500 ingressos esgotam-se em praticamente todas as apresentações e, ano após ano, as séries de assinatura disponibilizadas têm sua capacidade máxima alcançada.

Desde 1997 sob a direção do maestro John Neschling, a Orquestra passou por transformações que a colocaram como um novo referencial de qualidade e excelência nos campos da Arte, da Cultura e da Educação no Brasil. Com o apoio do Governo do Estado, Neschling criou o Centro de documentação Musical Maestro Eleazar de Carvalho, o Serviço de Assinaturas, a Coordenadoria de Programas Educacionais, o Serviço de Voluntários, a editora de partituras Criadores do Brasil e iniciou uma parceria com as gravadoras BIS e Biscoito Fino para o lançamento de mais de 30 CDs.

O antigo Coro Sinfônico do Estado de São Paulo foi incorporado pela Osesp, dando origem aos Coros Sinfônico e de Câmara (Naomi Munakata). Foram criados ainda o Coro Infantil (Teruo Yoshida) e, em 2004, o Coro Juvenil da Osesp(Victor Hugo Toro). Após as turnês pela América Latina (2000), Estados Unidos da América (2002), Europa (2003), Brasil (2004). Cone-Sul (2005), Estados Unidos (2006), a Osesp retornou à Europa em 2007 para a turnê mais importante de sua história, passando por 16 cidades em oito países.

O Complexo Cultural Júlio Prestes – Sala São Paulo

O complexo Cultural Júlio Prestes, localizado no antigo prédio da Sorocabana se insere em um projeto de recuperação e valorização do centro antigo da cidade de São Paulo, que já incluem a recuperação da Pinacoteca do Estado, o restauro do Teatro São Pedro, do Museu de Arte Sacra e a reforma do prédio do antigo DOPS.

Importante marco do período áureo da economia cafeeira e da Estrada de Ferro Sorocabana, a Estação Júlio Prestes foi idealizada e projetada pelo renomado arquiteto Christiano Stockler das Neves influenciado pelos princípios de composição da Escola de Belas Artes de Paris. No edifício, estas referências são percebidas na valorização da simetria, harmonia, ritmo e adoção de eixos principais e secundários como elementos ordenadores do espaço que caracterizam o estilo Luís XVI Eclético.

O projeto original previa a construção em mansardas de uma cobertura que arrematava o edifício que não chegou a ser concluída, dada as diversas crises pelas quais passaram o estado e o país, desde o início da obra em 1926 até sua conclusão em 1938. Assim, o Grande Hall no centro do prédio permaneceu a céu aberto, originando um jardim interno cercado por colunas de influência greco-romana. Foi este o espaço escolhido para abrigar a Sala São Paulo por ter dimensões ideais para acústica.

O antigo edifício foi escolhido para abrigar a sala de concertos sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, e para adequar-se a sua nova função foram feitas uma série de alterações. O projeto de revitalização foi concebido pelo arquiteto Nelson Dupré, suas intervenções procuraram estabelecer um diálogo com o espaço existente, valorizando os conceitos e características da arquitetura original.

A Sala São Paulo foi elaborada para possibilitar a apresentação, desde orquestras de câmara até formações com 120 músicos, com excelente qualidade acústica. O forro com painéis móveis permite alterar o volume do espaço adequando a reverberação para cada apresentação. Além disso, os elementos de composição da Sala foram concebidos para terem reflexão sonora multidirecional. Desta forma, cada item que compõe a Sala São Paulo foi desenvolvido para que estivessem de acordo com as variantes acústicas e valorizassem a arquitetura antiga.

A nova utilização não apenas recupera o antigo edifício, mas também garante a sua preservação por meio de uma ocupação significativa para a cultura da cidade. A preocupação com o Patrimônio Histórico reflete o entendimento de que não há desenvolvimento, nem progresso sem o cuidado com o passado.

Da Fundação Osesp