Orquestra regida por médico-maestro leva alegria a pacientes do Heliópolis

Em uma hora de concerto, o público ouviu obras clássicas de Mozart, Villa Lobos, Brahms

sáb, 15/09/2007 - 13h43 | Do Portal do Governo

Pacientes e funcionários do Hospital Estadual Heliópolis tiveram um dia diferente e alegre na última quarta-feira. Eles assistiram a um concerto gratuito de música clássica apresentado pela Orquestra do Limiar – grupo de cordas formado por 12 músicos, regidos pelo maestro e médico Samir Rahme. Em uma hora de concerto, o público ouviu obras clássicas de Mozart, Villa Lobos, Brahms e de compositores contemporâneos brasileiros e estrangeiros.

Foi a sexta apresentação do Programa Música nos Hospitais, de 13 previstas para este ano.  A iniciativa, idealizada pela Associação Paulista de Medicina (APM), com patrocínio da indústria farmacêutica sanofi-aventis, tem como objetivo a humanização hospitalar. É uma forma de levar entretenimento, cultura e paz a pacientes, funcionários da unidade e à população local. Todos são convidados. O próximo concerto será na Santa Casa de Santos, no dia 25.

Criado há quatro anos pela parceria com a APM e sanofi-aventis, o programa percorreu 40 hospitais públicos, privados ou mantidos por fundações, tendo atraído cerca de 8 mil pessoas. A diretora de comunicação da sanofi, Cristina Moscardi, ressalta que este ano o programa dará ênfase a hospitais públicos. “Por se tratar de grandes instituições, muitas delas de referência em saúde, acreditamos que este ano iremos atingir públicos ainda maiores”, confia Cristina.  

Estímulo positivo – “Ficamos contente em levar alegria a pessoas doentes, seus familiares e aos profissionais do hospital, pois reconhecemos o quanto eles trabalham”, completa Cristina. Ela conta que o projeto tem três grandes objetivos: promover ambiente acolhedor, disseminar obras de músicas clássicas e revelar novos talentos entre os instrumentistas.  

O psicólogo do Hospital Heliópolis, Samuel Ribeiro da Silva, que presenciou e aplaudiu o concerto, diz que a música, bem como as artes em geral, proporciona vazão de sentimento nas pessoas. “Funciona como estímulo positivo para quem está doente e ajuda muito na recuperação”, receita Ribeiro da Silva.

Afirma, ainda, que esse “estado de alegria” libera hormônios como a endorfina, que faz com que a pessoa sinta prazer e tenha instantes de euforia. “Esta sensação deixa o doente mais disposto e motivado, com vontade de se curar logo para voltar a viver sua vida normalmente”, diagnostica o psicólogo do Heliópolis. 

Música e medicina  – O maestro Samir Rahme lembra que criou a Orquestra do Limiar, quatro anos atrás, alguns meses antes do início do programa Música nos Hospitais. Sua intenção, ao reunir e ensaiar o grupo de músicos, era somente animar um simpósio médico.

Representantes da APM se encantaram com a turma das cordas e resolveram convidar o médico-maestro para encabeçar a idéia de levar música aos hospitais. “Não temos ambição terapêutica, pois o que queremos é proporcionar alegria e esperança, além de criar público para a música clássica”, rege o doutor e maestro, Samir.

Sob a sua batuta, 12 jovens músicos mostram habilidade nos dedos e nos arcos de seus violinos, violoncelos e contrabaixo. O repertório da orquestra é de quase uma centena de músicas, de compositores famosos e também desconhecidos pelos ouvidos leigos, como o italiano Arcangelo Corelli (1652-1713) e o brasileiro nordestino Clóvis Pereira dos Santos (1927).

Em cada espetáculo do Música nos Hospitais, o grupo escolhe e interpreta seis a oito peças, bem variadas, do barroco ao tango moderno de Astor Piazolla. Uma das músicas, chamada Peixeira, é de autoria do próprio maestro Rahme, que se formou médico em sua cidade natal, Juiz de Fora (MG), e depois em regência pela Unesp.

Um dos músicos mais recentes da Orquestra do Limiar é o violoncelista Jorge Santos, de 23 anos, que cursa o terceiro ano na Unesp. Heliópolis foi sua segunda apresentação, mas garante estar enturmado, porque já conhecia boa parte dos colegas. Ele acha “bacana” tocar em hospitais e alegrar a vida dos pacientes. “A música tem um poder extraordinário sobres as pessoas”, interpreta Jorge.  

SERVIÇO

Mais informações nos sites www.apm.org.br / www.sanofi-aventis.com.br 

Confira a agenda hospitalar da orquestra  

– 25 de setembro, Santa Casa de Misericórdia de Santos

– 10 de outubro, Hospital Infantil Darcy Vargas, em São Paulo

– 31 de outubro, Hospital Universitário da USP, capital

– 8 de novembro, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília

– 21 de novembro, Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo

– 5 de dezembro, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, na capital

– 19 de dezembro, Hospital do Servidor Público Estadual, capital   

Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial