Orquestra de Câmara Engenho Barroco mostra seu repertório em São Paulo

Músicos destacam barroco brasileiro da época colonial em apresentação no Museu da Casa Brasileira dia 2 de março

ter, 19/02/2008 - 10h28 | Do Portal do Governo

A Orquestra de Câmara Engenho Barroco fará concerto inédito no domingo, 2 de março, às 11 horas, no terraço do Museu da Casa Brasileira, localizado na zona sul da capital. A apresentação marcará a estréia do maestro e pianista João Carlos Martins, atual curador do projeto Música no Museu 2008.

No programa, a orquestra unirá as músicas barrocas feitas no Brasil e em Portugal, na época do Brasil Colônia, e as influências das harmonias tonais, próprias do barroco, nas composições dos séculos 19 e 20. Idem em relação às raízes da música folclórica, ou seja, no movimento armorial de Ariano Suassuna.

A primeira parte do programa começa com a chegada da corte portuguesa ao Brasil. Entre seus membros-integrantes estava o compositor Sigsmund Neukomm. Seguem-se as composições do pernambucano Luiz Álvares Pinto (século 18) e as peças oriundas de seu Te Deum (hino litúrgico católico) e arranjadas pelo próprio. A orquestra incluirá em seu programa obras de um dos compositores mais importantes da corte portuguesa no século 18, Carlos Seixas, que viveu em Portugal na época do Brasil Colônia.

Na segunda parte, haverá uma releitura de obras de compositores do século 20 influenciadas pelo período barroco. As músicas dos atuais compositores pernambucanos Clóvis Pereira e Antônio Madureira estão fortemente ligadas ao movimento Armorial e trazem à tona a música folclórica nordestina, influenciada pela música barroca; e a sertaneja, povoada de traços e características das várias etnias que colonizaram o Brasil – mouros, judeus, portugueses e ibéricos.

Arcos de época

Com direção musical e artística de Laércio Sinhorelli Diniz (spalla), a Orquestra de Câmara Engenho Barroco é integrada por profissionais que atuam nas principais orquestras profissionais de São Paulo: Josué Campos, Katia Spassova, Dorin Serban Tudoras, César Miranda (violinos); Tânia Kier (viola); Ana Maria C. Chamorro (violoncelo); Alexandre Rosa (contrabaixo); Stella Almeida (cravo).

A proposta é oferecer a interpretação das obras do período barroco e clássico e executar esse repertório da maneira mais próxima possível do estilo original. Para isso, são utilizados instrumentos modernos e arcos de época, isto é, cópias fiéis, construídas pelo luthier Marcos Gomes Nogueira.

Em 1999, CD com peças de Arcângelo Corelli, Johann Sebastian Bach, Geminiani e Telemann foi gravado pelo selo Som Puro. Em 2001, 2002 e 2003 lançou Acervo da Música Brasileira – Restauração e Difusão de Partituras com três CDs de compositores brasileiros e patrocínio da Petrobras. Em 2006, a orquestra realizou seu primeiro concerto na Europa, em Berlim, com grande sucesso de crítica e público.

Programa 

Sigsmund Riter von Neukomm (1778-1858), abertura da ópera de Wolfgang Amadeus Mozart Clemenza de Tito, reescrita na versão para orquestra de cordas (1817); Luiz Álvares Pinto (1719-1789), peças baseadas no Te Deum, versão instrumental; Carlos Seixas (1704-1742), Sinfonia em Si Bemol Maior, Allegro, Adágio, Minueto; Clóvis Pereira, três peças nordestinas: No Reino da Pedra Verde, Aboio, Galope; Antônio José Madureira, Toré, com arranjo de Adail Fernandes.

SERVIÇO

Orquestra de Câmara Engenho Barroco apresenta seu trabalho domingo, 2 de março, às 11 horas. O terraço do Museu da Casa Brasileira fica na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2.705. Telefone (11) 3032-3727. Jardim Paulistano. Site: www.mcb.sp.gov.br

A entrada é franca

 

Do Museu da Casa Brasileira

(I.P.)