Octávio Vecchi quis mostrar a diversidade da floresta

Visitante pode conferir várias amostras de sementes, essências e seus usos na indústria cosmética

qua, 07/11/2007 - 8h16 | Do Portal do Governo

No andar térreo do Museu Octávio Vecchi, na Capital, estão os bizéis de 30 espécies de madeira, um disco de imbuia com estimados 500 anos de idade e 362 quilos, uma grande mesa de jantar de jacarandá paulista e o busto de Vecchi, em madeira. Há, ainda, um auditório com 60 lugares, original da construção, para cursos, palestras e aberturas de eventos.

O andar superior guarda várias surpresas. A primeira está na sala da entrada do pavimento. Suas quatro paredes apresentam painéis pintados a óleo pelo artista Antônio Paim, em 1930, nos quais são apresentadas 44 espécies de árvores.

Segundo a diretora do museu, Roselaine Machado, foram recuperados em reforma e restauração realizada em 1980, já que haviam sido cobertos de tinta anteriormente. Podem ser vistos, também, um painel com 77 tipos de madeira, feito de marchetaria, e um busto de imbuia de São Pedro.

As próximas salas trazem as técnicas de madeira. A segunda, apresenta o charão e a xilografia. Mostras de objetos feitos com as duas e o material utilizado, produzidos nas escolas que o próprio museu abrigou. De 1938 a 1972 funcionou ali a única escola de charão de que se tem notícia. A técnica possui o mesmo nome da árvore, nativa do Japão e do Vietnã, e do pigmento sangrado de seu tronco, semelhante a um verniz preto (no Brasil, vingou a semente originária do Vietnã). Consiste em impermeabilizar as peças no tom, que depois são ornamentadas, com pigmentos coloridos, de motivos orientais.

Diversidade

Roselaine informa que no projeto inicial a sala abrigava a entomologia, o que acabou não acontecendo. Mas ficaram os vitrais com borboletas. “A idéia de Vecchi com o museu não era falar somente da madeira, mas da diversidade da floresta, com seus bichos, sementes, plantas etc.”, explica a arquiteta. Ali podem ser vistas várias amostras de sementes e seus usos na indústria cosmética, assim como as essências extraídas delas.

Na terceira sala, há dois exemplares de tronco petrificado, processo natural que o torna semelhante a uma pedra. Foram recebidos em doação e as últimas aquisições do acervo. Essa sala é usada também para a apresentação da técnica da xilografia, cuja escola funcionou no local entre 1940 e 1945. Podem ser vistos clichês e xilogravuras. As salas seguintes guardam as quase 300 pranchas de madeira entalhadas. 

Mobiliário

Em todos os ambientes há exemplares de mobiliário, usado ou não para a exposição de objetos, sementes, etc. São cristaleiras, banquetas, mesas, escrivaninhas, inclusive um risque e rabisque com a marca do Instituto Florestal. Destacam-se a cadeira escolar de época, que, segundo Roselaine, remete muita gente às lembranças da infância, e o suporte para equipamento e projeção de som, com vitrolas embutidas. Os lustres e três painéis pintados com fatos da história do Brasil completam a exposição.

O Octávio Vecchi recebeu cerca de 10 mil visitantes no ano passado, a maioria estudantes. Permanece aberto de terça a sexta-feira – exceto em dias chuvosos – das 9 às 12 horas e das 13h30 às 16h30. Aos domingos, das 10 às 15h30. A entrada é franca.

Exposições

Há duas entradas no Museu Octávio Vecchi. Uma dá acesso ao pavimento superior e outra, usada atualmente, ao pavimento térreo. A partir dela, a primeira sala é destinada às exposições temporárias. Já abrigou bonsais (técnica japonesa) e arte em geral. Uma vez por ano, nos meses de agosto e setembro, há a exposição da paz, referente a uma carta do reitor de uma universidade de Hiroshima, no Japão, cidade destruída pela bomba atômica em 1945.

Ele enviou a várias instituições do mundo correspondência pedindo sementes. A partir de 1951, começou a reconstruir o câmpus com as sementes e mudas de árvores que recebeu. “Na ocasião da mostra, expomos a carta e criamos o tema a cada ano de forma diferente”, conta Roselaine. Em cartaz está a mostra de monotipia “Olhar, Memória e Paisagem”, de Tuka Martins.

SERVIÇO

Museu Florestal Octávio Vecchi

Rua do Horto, 931 – dentro do Horto Florestal

Telefone 6231-8049

Simone de Marco

Da Agência Imprensa Oficial

 

(I.P.)