Número de homicídios na Capital cai 70% nos finais de semana em seis anos

Foram registrados 51 homicídios em 2000 contra 18, em 2006

qua, 01/08/2007 - 11h35 | Do Portal do Governo

O número de homicídios na Capital caiu cerca de 60% entre  2000 e 2006. Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a ação da polícia contra esse tipo de crime, que chegou a fazer uma média de 14 vítimas diariamente, foi responsável pela drástica redução.

Nos finais de semana a queda é ainda maior: 70% (51 homicídios em 2000 contra 18, em 2006). “O trabalho dos policiais está baseado em três estratégias distintas: aperfeiçoamento da investigação, interação entre a polícia e a comunidade e prisão do maior número possível de criminosos”, relatou o diretor do departamento, Domingos Paulo Neto.

De acordo com Domingos, 50% desses assassinatos ocorrem durante os finais de semana, o que resulta em uma média de 13,7 vítimas entre 20 horas da sexta-feira e 8 horas da manhã da segunda. Ele informou que o último final de semana registrou recorde histórico de apenas três homicídios na Capital.

Para o diretor do DHPP a queda na temperatura não é o principal motivo para essa diminuição. “O frio é sempre um pretexto para o criminoso ficar em casa, mas não se pode ignorar todo esse trabalho de desenvolvimento na polícia”, disse o delegado.

Em abril de 2001, o DHPP lançou o “Plano de Combate aos Homicídios Dolosos”. Segundo o delegado, o projeto nasceu após uma discussão com todos os policiais do departamento. “Chegamos a um número de 10 idéias importantes. Dentre essas elas, três nós julgamos como principais”, esclareceu. O DHPP registrou no primeiro semestre daquele ano uma média diária de 14,2 homicídios na Capital. Seis anos depois a média caiu para 4 mortes por dia.

Por meio do estreitamento dos laços de confiança com a comunidade local, a polícia teve a intenção de viabilizar o repasse de informações das pessoas aos policiais civis e militares. Isso foi feito com a fixação geográfica do policial à sua área de atuação específica, reduzindo a rotatividade dos policiais.

A segunda medida adotada foi a implantação da “cultura da prisão”, diminuindo a sensação de impunidade e aumentando a credibilidade na polícia. “A população percebeu essa mudança e confia no nosso trabalho”, disse Domingos. A terceira estratégia compreende a evolução na qualidade do inquérito policial, por meio da aplicação maciça de recursos de informática.

A ampliação da unidade de inteligência do DHPP teve papel fundamental para por em prática as estratégias da diretoria do departamento. “Hoje, quando nós fazemos o levantamento do local do crime, uma equipe vai com a câmera digital e disponibiliza as imagens para todo o Departamento algumas horas depois da ocorrência”, explica Domingos Paulo Neto.

Segundo ele, por meio da implantação do Sistema de Gestão de Inteligência Policial (GIP), existe agora, o fluxo dessas imagens e de todas as outras informações sobre os crimes, entre as unidades operacionais e administrativas do departamento. Foi permitido desta forma, traçar o perfil metodológico do crime, além de determinar os locais de atuação dos homicidas.

Reorganização DHPP

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa começa a funcionar amanhã de forma diferenciada. “A diminuição no número de homicídios nos possibilitou dividir melhor as áreas de combate ao crime, além de racionalizar e distribuir melhor os nossos recursos”, informou Domingos Paulo Neto.

O departamento dividia a Capital em 18 regiões diferentes, gerenciadas por uma equipe de policiais, investigadores e escrivães responsáveis pela apuração e investigação de todos os homicídios ocorridos em suas áreas de trabalho.

“Desativamos duas equipes transferindo os recursos materiais e humanos para outras delegacias para que sejam aproveitados de forma melhor”, explica o diretor do DHPP. Segundo ele, os delegados das equipes se dedicarão de segunda a sexta somente à investigação, podendo trabalhar diretamente com as ocorrências.

Foi criado o Grupo Especializado em Assessoramento do Local do Crime (GEAcrim) formado por dez delegados que irão se especializar no levantamento de informações sobre as características dos homicídios que ocorrem nos locais onde eles foram designados para trabalharem.

“Quem faz o levantamento não vai investigar. Inicialmente pode parecer que não estamos utilizando bem nosso efetivo, mas após um período, as equipes do GEAcrim terão muito conhecimento sobre as suas áreas e, isso é racionalizar os recursos”, esclareceu o delegado.

Da Secretaria de Segurança Pública