Novos investimentos para modernização da Furp vão dobrar produção de remédios

Ampliação da fábrica, prédio multi-uso e laboratório de controle de qualidade e desenvolvimento farmacotécnico, inaugurados hoje, possibilitam aumento

qua, 18/04/2001 - 17h04 | Do Portal do Governo


Ampliação da fábrica, prédio multi-uso e
laboratório de controle de qualidade e
desenvolvimento farmacotécnico, inaugurados hoje, possibilitam aumento de produtividade

A Fundação para o Remédio Popular (Furp) vai dobrar sua capacidade de produção até o final de 2002. Com a liberação de investimentos de R$ 4,34 milhões para o início da montagem de duas novas linhas de produção autorizadas nesta quarta-feira, dia 18, pelo governador Geraldo Alckmin, a empresa que produziu 1,8 bilhão de unidades deve alcançar a marca de três bilhões no próximo ano. O governador também participou hoje da cerimônia de inauguração do prédio multi-uso e do laboratório de controle de qualidade e desenvolvimento farmacotécnico, obras que vão aliviar a fábrica e permitir o aumento da produtividade.

De acordo com Alckmin, os remédios produzidos pela Furp abastecem as Unidades de Saúde dos 645 municípios do Estado, além de atender hospitais filantrópicos, inclusive em outros Estados. A Fundação também recebeu o certificado de qualidade ISO 9002 em diversas áreas. ‘Essa empresa não tem fim lucrativo. Tem alta qualidade, custo mais baixo e possibilita, pelo Programa Dose Certa, dar gratuitamente o remédio às pessoas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS)’, ressaltou. De acordo com o superintendente da Furp, Pompílio Mercadante Neto, a produção nesses três primeiros meses de 2001, em faturamento, já está acima de 10% do que foi o ano passado. ‘Praticamente estamos com toda a produção desse ano vendida’, afirmou.

Com os novos investimentos autorizados pelo governador serão desenvolvidas duas linhas de produção: uma de sólidos (comprimidos) via úmida, em que há teor de água na massa dos remédios durante o processo de compressão; e via seca, ‘que é a última palavra em tecnologia de comprimidos. Com essa compressão seca, nós diminuímos os processos de fabricação e, portanto, poderemos diminuir ainda mais os custos dos medicamentos’, explicou o superintendente da Furp. ‘Na área de via úmida, vamos continuar produzindo o que produzimos hoje, 90 milhões de comprimidos por mês. Já na via seca, vamos produzir outros 90 milhões por mês. Ou seja, nós vamos dobrar nossa capacidade’, completou.

Além disso, a linha de injetáveis volta a funcionar na empresa após um período de paralisação durante a fase de adequação, na qual recebeu novos maquinários. ‘Nessa área, serão produzidos dois milhões de ampolas por mês e essa produção será toda voltada para os hospitais da rede pública estadual’, esclarece Pompílio. ‘A logística de distribuição é bastante diferente da que praticamos até hoje, que é a ambulatorial. Estamos ganhando nova experiência com uma distribuição de grande porte’. Já na linha dos anti-retrovirais (remédios para o combate da Aids), a Furp, que já fabrica o AZT, vai lançar outros produtos que compõem o coquetel anti-Aids, podendo fabricar em torno de 20 milhões de unidades de anti-retrovirais mensalmente. Pompílio destaca que o processo de modernização também inclui os cuidados para evitar qualquer tipo de contaminação e garantir a segurança das pessoas que trabalham diretamente com os medicamentos.

Para o secretário estadual da Saúde, José da Silva Guedes, o prédio multi-uso garante uma área para estoque de matéria-prima. ‘Toda vez que a Furp tenta fazer uma licitação internacional e os laboratórios tentam boicotar esse processo para que ela não compre a matéria-prima mais barata e que tenha que adquirir aqui das mãos deles, a gente pode atrasar uma compra’, afirmou. ‘E se a gente atrasa uma compra, pode atrasar uma entrega. E nós temos o compromisso nesse Estado de manter a entrega em dia, pontual, completa, de uma linha de medicamentos que é fundamental para nossa população’.

Entre as obras já autorizadas, estão a central de pesagem e uma fábrica de pomadas. Quando for inaugurada, a nova fábrica deve produzir 1,2 milhão de bisnagas por mês, que vão se somar às 600 mil já produzidas atualmente.

Furp teve crescimento de 550% em seis anos

Quando o governador Mário Covas assumiu o Governo de São Paulo, em 1995, a Furp estava ‘desmantelada’. A empresa, que iniciou suas atividades em 1974, desviou-se de sua função de produtora de medicamentos durante vários anos, tornando-se um mero distribuidor, que revendia remédios produzidos por outros laboratórios. ‘Faltava uma direção mais adequada para que essa fábrica pudesse fazer o que ela faz hoje’, afirmou o secretário Guedes.

Logo no primeiro ano da atual administração, a Furp praticamente dobrou sua produção, que passou de 365 milhões de unidades em 1994 para 650 milhões em 1995. De lá para cá, a produção não parou de crescer, atingindo, a marca de 1,8 bilhão de unidades em 2000, com mais de cem tipos diferentes de medicamentos. Além disso, a Fundação se transformou no melhor, maior e mais avançado laboratório estatal da América Latina. ‘A Furp é hoje o orgulho do nosso Estado por sua eficiência gerencial. Novos modelos gerenciais, novas tecnologias, qualidade no trabalho que é feito. E com essa ampliação, o ISO 9002 vai poder ser ampliado para outras áreas’, ressaltou o governador. ‘Nós esperamos, cada vez mais, a ampliação de seu espaço e a modernização dos equipamentos para que possamos continuar competindo. Para que a gente possa continuar fazendo um produto de qualidade, com o menor preço’, disse Guedes. ‘Não queremos lançar toneladas de remédios para nossa população. O que a gente quer é poder colocar à disposição da população os medicamentos que são essenciais para que a gente obtenha, em parte, qualidade de vida e reduza a mortalidade’, afirmou.

Dose Certa

Os remédios produzidos pela Furp abastecem as secretarias de Saúde, ou seja, as Unidades de Saúde das prefeituras, pelo Programa Dose Certa. O Governo do Estado entrega uma cesta com 41 tipos diferentes de medicamentos para os 645 municípios de São Paulo.

Iniciado em 1995, o programa distribuía uma cesta básica de 38 medicamentos para 491 municípios do Estado, com até 30 mil habitantes. Aos poucos, e a pedido dos próprios municípios, o programa foi sendo ampliado e, seis anos depois, o Dose Certa oferece 41 tipos diferentes de medicamentos para todos os 645 municípios. Estima-se que 70% da população paulista atendida pelo SUS seja beneficiada com os remédios desse programa.

Da produção atual da Furp, mais de 900 milhões de unidades de medicamentos são destinados ao Dose Certa, que já distribuiu, desde 1995, mais de 2,3 bilhões de unidades, com investimentos de mais de R$ 170 milhões.

Mortalidade menor e maior expectativa de vida

Alckmin destacou as conquistas alcançadas na área da saúde. ‘As pessoas estão vivendo mais e a mortalidade infantil está caindo’, afirmou. Em 1995, morriam 23 crianças no primeiro ano de vida para cada mil nascidos vivos. Hoje, esse número se reduziu para 16,5 e a tendência é de queda. A expectativa de vida média em São Paulo já passa de 70 anos de idade, sendo cerca de 68 anos para os homens e quase 73 para as mulheres. ‘Os avanços da tecnologia estão possibilitando reduzir a mortalidade infantil e as pessoas podem viver mais tempo e com maior qualidade de vida’, disse. Para o governador, a Furp é uma celebração à vida, pois os remédios produzidos pelo laboratório ‘ajudam as pessoas a recuperarem a saúde’.

O governador também fez um rápido balanço das obras da atual administração paulista na área da Saúde. ‘O governador Mário Covas, quando assumiu, pôs a locomotiva nos trilhos’. Com o ajuste das finanças públicas do Governo, o Estado retomou sua capacidade de investimentos, sem aumentar impostos. ‘Pelo contrário, São Paulo reduziu imposto em 172 produtos e serviços, inclusive para a pequena empresa’, afirmou.

Alckmin também destacou o programa Qualis, o Médico de Saúde da Família na Capital, que conta com médico, enfermeiros e agentes de saúde que vão de casa em casa levar saúde para a população. Além disso, nesses cinco anos da atual administração, foram retomadas as obras de 14 hospitais. Onze já foram entregues: os de Itaim Paulista, Itaquaquecetuba, Grajaú, Guarulhos, Diadema, Pirajussara, Carapicuíba, Itapecerica da Serra, Pedreira, Itapevi e Sumaré (no Interior). ‘Ao todo, são mais de três mil novos leitos’, afirmou Alckmin. Os hospitais de Sapopemba, Vila Alpina e Santo André tiveram suas obras retomadas e devem ser inaugurados até o começo do ano que vem.

O governador também informou que há um grande esforço do Governo do Estado para retomar as obras dos hospitais de Bauru (paralisadas há quase dez anos), do Instituto da Mulher e da Santa Casa de São José dos Campos, além de reformar e ampliar os hospitais de Mogi das Cruzes, Militar, Instituto de Cardiologia Dante Pazanezzi (que vai ter sua capacidade de atendimento à população dobrada) e Darcy Vargas (dedicado à criança). Também será construído um mini-hospital na Zona Leste, que terá cinqüenta leitos e será referenciado como hospital regional, para atendimento de casos mais urgentes, como cesarianas e insuficiência cardíaca congestiva.

Cíntia Cury