Novo site oferece informações sobre presença paulista na independência do País

Iniciativa faz parte de projeto que prevê criação de museus

sex, 12/09/2008 - 8h59 | Do Portal do Governo

Em pleno mês da comemoração da Independência do País, São Paulo passou a dispor de inovação que vai agradar aos internautas: o site www.historiapaulista.sp.gov.br/independencia, que oferece informações sobre a participação paulista nos eventos que levaram à Independência do Brasil, em 1822. A nova página eletrônica é a primeira parte de um portal a ser desenvolvido com o objetivo de resgatar a memória paulista e a participação do Estado nos grandes momentos da história do Brasil. Trata-se de ambicioso projeto, sob responsabilidade da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), em parceria com a Imprensa Oficial do Estado e a Secretaria de Estado da Cultura, que prevê a estruturação de um centro de documentação, nos moldes do afamado Centro de Pesquisa e Documentação (Cepedoc) da Fundação Getúlio Vargas, e de um museu da história paulista.

No ar há duas semanas, o site lembra uma biblioteca virtual, onde podem ser pesquisados, por enquanto, temas da história paulista relativos à proclamação da Independência, mediante a consulta de dezenas de obras e fotos, muitas exclusivas e inéditas. Há também um banco de dados com análises críticas de estudiosos, sob a coordenação-geral do historiador Marco Antonio Villa. É um importante instrumento de pesquisa para quem trabalha nessa área, pois contém as biografias dos principais personagens que participaram do 7 de Setembro de 1822, além de apresentar linha do tempo com os eventos ocorridos entre dezembro de 1815 e agosto de 1825. Por meio desse portal, qualquer pessoa pode obter, sem despesas, a informação desejada, conhecer e acessar obras, imagens e monumentos referentes ao período e seus personagens, utilizar coletânea de textos dos jornais, mapas, e até baixar músicas da época, como os hinos Nacional, da Bandeira e da Independência.

Resgate da memória – Segundo Villa, o portal, que abrigará o site recém-inaugurado, será abastecido com muitas informações e links para outros locais onde há dados sobre a história do Estado de São Paulo. “O objetivo é resgatar a memória política, cultural, econômica e social de São Paulo, com ênfase no registro da história local, razão pela qual vamos oferecer na Internet depoimentos, fontes orais e escritas”. Villa comenta que é de fundamental importância a utilização desse site nas esscolas, por professores e alunos. “Não adianta nada esse esforço se os recursos não chegarem até a sala de aula”.  Geraldo Biazoto, diretor-executivo da Fundap, ressalta que se pretende dar informação às pessoas e viabilizar mais acesso às fontes de pesquisa. “Por isso, numa segunda etapa, será desenvolvido o link acessaescola”. Biazoto explica: “Não é São Paulo por São Paulo, e sim a história de São Paulo nas distintas articulações da construção da independência e da democracia. Quem quiser pesquisar sobre Teodoro Sampaio, por exemplo, descobrirá coisas interessantes a respeito do engenheiro baiano que viveu e trabalhou em São Paulo, participou da criação da Escola Politécnica e do Instituto Histórico e Geográfico, um dos responsáveis pelo saneamento do Estado e pela exploração dos rios Itapetininga e Paranapanema. Uma surpresa para quem só associa o nome de Teodoro à rua famosa de São Paulo”.

Parcerias editoriais – Para Villa, essa é a vitrine de um projeto bem mais amplo do governo do Estado, surgido no ano passado, a partir da constatação de que São Paulo carece de um espaço para resgatar, abrigar e garantir o acesso a conjuntos documentais relevantes da história paulista. “Preservar documentos não é um fim em si, mas sem isso não há acesso à informação possível. Eis porque o projeto visa à preservação do patrimônio documental de aspectos específicos da história paulista”. Daí surgiu o Centro Paulista de Documentação (SPDOC), com a finalidade de produzir, organizar, pesquisar, publicar e divulgar documentos referentes à memória e à história de São Paulo. Ele é inspirado no Centro de Documentação da Fundação Getúlio Vargas (Cepdoc) do Rio de Janeiro.

O projeto tem várias linhas de trabalho, entre as quais as realizações editoriais em parceria com a Imprensa Oficial. Em 2007, foi lançada a Coleção Paulista, cinco livros, em fac-símile, esgotados há muitas décadas. São eles: A Província de São Paulo, de Joaquim Floriano de Godoy; Discursos Parlamentares, de José Bonifácio de Andrada e Silva; Manifestos e Mensagens, de Campos Salles;  Cartas Sertanejas e Procellarias, de Júlio Ribeiro, e Agora Nós, de Paulo Duarte. Para o final deste ano, serão preparados mais quatro títulos dessa coleção: Raposo Tavares e a formação territorial do Brasil, de Jaime Cortesão; Não há de ser nada e Ilha Grande, de Orígenes Lessa; Memórias de um exilado e Bastilhas modernas, de Everardo Dias; e Palmares pelo avesso, de Paulo Duarte. Outras obras estão em andamento, como a Coleção Memória Paulista, a Coleção Histórias de São Paulo, a Coleção História Geral de São Paulo, além de um Dicionário Histórico-Biográfico, também sobre São Paulo”. Em pouco tempo, já conseguimos muita coisa”, diz Villa. “No momento, há pesquisadores, historiadores, enfim, muita gente envolvida com os futuros trabalhos. Todo mundo está em campo”. No site, esses livros poderão ser consultados em versão pdf.

Centro Paulista de Documentação na rede virtual

O Centro Paulista de Documentação (SPDOC) terá, ainda, memória oral, que vai registrar entrevistas com personalidades de destaque na história política de São Paulo, como o ex-governador Laudo Natel, já entrevistado; uma reconstituição do governo Carvalho Pinto, feita por Plínio de Arruda Sampaio, que foi assessor do governador. Desenvolverá curso de História a distância para professores da rede pública, manterá programas de pesquisa histórico-documental (abrangendo o período da primeira República) e abrigará o Portal do Conhecimento (espaço virtual para agregar conteúdos gerados no âmbito do Centro e também acesso a outros centros de documentação e pesquisa).

No futuro, o SPDOC será parte integrante do Museu da História do Estado de São Paulo, com sede própria, criado no mês passado, por decreto do governador do Estado. Atuará em parceria com o Arquivo do Estado, a Casa Civil, os arquivos municipais, as universidades e instituições afins.

Maria das Graças Leocadio, da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)