Novo sistema da Corregedoria da Polícia vai avaliar atendimento ao público

Critérios estabelecidos dão ênfase à transparência e na ajuda à população com um trabalho de qualidade

sáb, 05/04/2008 - 10h33 | Do Portal do Governo

Muitas pessoas que passam diante do edifício da Corregedoria da Polícia Civil, na Rua da Consolação, e vêem policiais trajando farda preta, desconhecem o trabalho desses agentes. Para tornar a entidade mais pró-ativa e próxima da população, foi criado o Serviço de Avaliação Funcional Institucional (Safi), que distribui um formulário com questões sobre o atendimento oferecido à população nos distritos policiais.

“Queremos saber sobre a qualidade dos serviços prestados nas delegacias, a competência dos policiais e da própria Corregedoria, mas sem caráter punitivo. Ao contrário, queremos realizar um trabalho preventivo”, explica José Antônio Ayres de Araújo, delegado de Polícia Divisionário de Operações Policiais da Corregedoria da PC.

As pesquisas realizadas com a população têm revelado que nosso trabalho é pouco conhecido. “Nosso intuito é dar mais transparência à Corregedoria da Polícia Civil, divulgar nosso trabalho, auxiliar a população e nossos profissionais com um trabalho de qualidade,” ressalta Ayres. Investigação policial, andamento de inquérito e relevância da Corregedoria para a Polícia Civil e a sociedade também são itens avaliados pelo Safi.

Como funciona – As entrevistas para preenchimento do questionário fazem parte do trabalho de 15 policiais da divisão, componentes de cinco equipes de ronda, cada qual com um delegado e dois investigadores, que em turnos de 12 horas visitam distritos em toda a capital. As entrevistas são realizadas aleatoriamente, com pessoas que estão nas delegacias.

As questões do Safi abordam cordialidade, interesse do policial pelo problema apresentado; resolução dos problemas; rapidez no atendimento nos plantões; e nível de conhecimento dos profissionais sobre os serviços oferecidos na delegacia.

De acordo com o delegado divisionário, “a população tem colaborado bastante e até o final deste trimestre (o projeto começou a ser organizado em janeiro) teremos uma avaliação da área visitada e da instituição no geral. O trabalho está em caráter experimental”.

Ayres explica que as equipes de ronda visitam todos os distritos policiais e presídios da capital. “Também damos blitze em viaturas da Polícia Civil, para verificar possíveis irregularidades. Esse trabalho é realizado 24 horas por dia, com o Plantão da Corregedoria”.

Perfil diferenciado

Por meio da Divisão de Operações Especiais (DOP), casos de falsos policiais também são averiguados. “Nessas rondas, descobrimos pessoas que se identificam como policiais para cometerem extorsão ou outro ato ilícito. Na última semana, encontramos alguns advogados que estavam em confronto com a lei”, comenta Alexandre Caixeiro, agente de telecomunicações da DOP.

São cinco equipes de ronda. Cada uma é formada por um delegado de polícia e dois investigadores. Esses profissionais têm um perfil diferenciado. “Angariaram experiência nas ruas e alguns também fizeram curso de manejo de armas automáticas. Esse diferencial é necessário porque investigamos exímios atiradores, ou seja, nossos próprios pares. Para evitar problemas, temos sempre um policial na ronda que sabe manejar com destreza uma metralhadora”, explica Ayres. É o caso do investigador Sandro Lin, que concluiu o curso de submetralhadora e carabina P.4 na Academia de Polícia Civil (Acadepol). “Dá mais segurança na hora da abordagem”, garante.

A viatura é caracterizada e seus membros-integrantes – homens e mulheres – estão devidamente uniformizados. “Nós recebemos treinamento para abordar os policiais civis. Até agora não tivemos problemas e os próprios colegas têm colaborado da melhor maneira para a qualidade dos trabalhos”, frisa Roberta Franco Silva, delegada há cinco meses na Corregedoria e três anos na Polícia Civil.

DOP: 24 horas prestando serviços à população

A Divisão de Operações Especiais conta, ainda, com um plantão 24 horas formado por cinco equipes (delegado, dois investigadores e escrivão), que se revezam no atendimento ao público. Há outra equipe especial: o Serviço Técnico de Prevenção e Repressão às Infrações Funcionais (STPRIF), constituído por dois delegados, seis investigadores e três escrivães que trabalham à paisana e cuidam de informações contidas em denúncias anônimas e expedientes vindos da Ouvidoria e do Ministério Público.

Hamilton Antônio Giansratti, diretor do STPRIF, salienta que as instituições só se solidificam com a melhoria dos serviços prestados, o que leva ao aprimoramento da imagem da instituição perante o público. “Queremos acabar com o estigma de que o policial civil é despreparado, por isso investimos cada vez mais na qualificação profissional de nossos homens”, informa.

O Serviço de Atendimento ao Reclamante (SAR) é outra novidade da DOP. O órgão leva ao conhecimento dos delegados seccionais e titulares, das várias delegacias, os problemas ocorridos entre vítimas e policiais no momento do registro de um boletim de ocorrência. Nesses casos, os profissionais implicados recebem uma recomendação por escrito da Corregedoria para que retornem à delegacia e cuidem do assunto. Os resultados finais são computados na divisão, para controle de eficiência.

Maria Lúcia Zanelli
Agência Imprensa Oficial

(M.S.)