Nova técnica garante erro zero em cirurgias do Instituto do Câncer

Método “Time-Out” garante mais segurança aos pacientes e à equipe médica

dom, 27/09/2009 - 19h00 | Do Portal do Governo

Atualizada dia 28/09 às 13h35

– Bom dia, tudo bem? Sou a enfermeira Renata. Qual seu nome?
– Mariana.
– Mariana, você sabe onde vai ser operada?
– Sim, no ovário esquerdo.

Parece um diálogo casual, mas ele acontece pelo menos 15 vezes ao dia no Instituto do Câncer do Estado do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (ICESP) – Organização Social de Saúde. A conversa faz parte do procedimento de “Time-Out”, técnica criada para garantir a realização de cirurgias sem erros médicos. Já foram realizadas mais de 1,4 mil cirurgias sem nenhuma ocorrência de erro ou evento adverso.

O “Time-Out” é parte de um protocolo internacional de medidas pré-cirúrgicas para garantir a segurança do paciente e da equipe médica, como conferir nome e data de nascimento do paciente e marcar o lado do órgão que deverá ser operado. “Time-Out é uma parada, um tempo de espera em que o processo cirúrgico é confirmado”, explica a enfermeira coordenadora do Centro Cirúrgico, Regiane Vendramini.

Antes da cirurgia o paciente é recepcionado no Centro Cirúrgico e encaminhado à sala de admissão, onde é realizada a checagem dos documentos. Em seguida, o médico cirurgião realiza a marcação do lado a ser operado. Quem não estiver marcado não entra na sala de cirurgia. Para reforçar, uma grande placa amarela indicando o lado correto fica em evidência durante todo o processo cirúrgico. Se a cor da placa for vermelha, um alerta para a equipe: o paciente tem algum tipo de alergia. Na sequência, são registrados no prontuário eletrônico todos os procedimentos a serem realizados.

O Centro Cirúrgico do Instituto do Câncer é o único em todo o mundo a iniciar suas atividades já com essas medidas e o único no Brasil em que o procedimento é realizado com a participação do paciente ainda consciente. “Se um hospital quer ter acreditações nacionais e internacionais, a segurança do paciente é parte fundamental para isso”, diz o enfermeiro João Francisco Possari, Diretor de Enfermagem de Pacientes Internos do ICESP.

Dentro da sala de cirurgia, o enfermeiro inicia em voz alta o “Time-Out” e confere uma lista com tudo o que precisa ser confirmado. Ao final da checagem, enfermeiro, cirurgião e anestesista assinam um papel confirmando que tudo está preparado corretamente. Essa é uma prova por escrito do comprometimento de toda a equipe, que deve estar entrosada e concentrada durante o processo cirúrgico. Só então o paciente pode ser anestesiado. “O objetivo de tudo isso é cumprir os sete certos: paciente, operação, local, antibiótico, equipamentos, documentação e posicionamento corretos”, conclui Wilson Pollara, Coordenador-Chefe do Centro Cirúrgico do ICESP.

Da Secretaria da Saúde