No dia Mundial do Animal, SP cria cadastro da fauna

Decreto que institui o cadastro foi assinado por José Serra nesta quinta-feira, 4, no Zoológico de São Paulo

qui, 04/10/2007 - 13h08 | Do Portal do Governo

Maior do país, com 3,5 mil animais vistos anualmente por 1,5 milhão de visitantes, o  Zoológico de São Paulo foi palco nesta quinta-feira, 4, de duas importantes ações de preservação da fauna e meio ambiente. Marcando o Dia Mundial do Animal, comemorado hoje, o governador José Serra assinou no Zôo o Decreto que institui o Cadastro Estadual da Fauna Silvestre, Nativa e Exótica (Cadfauna). Na seqüência, o governador inaugurou um sistema integrado de tratamento de água e efluentes da Fundação Parque Zoológico de São Paulo.

“Nossa fauna é um ingrediente fundamental do meio ambiente e o Governo está voltado para isso. Nós temos um plano de ação de 21 itens, dos quais, um deles está voltado aos animais silvestres”, afirmou o governador após assinatura do decreto.

Obrigatório e sem ônus, o cadastro faz parte do Projeto Fauna Silvestre, um dos 21 projetos ambientais estratégicos do governo paulista lançados no começo do ano. Ele deverá reunir todas as entidades que atuam com fauna silvestre no Estado, como nas atividades de criadouro ou de pesquisa científica.

Normatizar a proteção da fauna silvestre, combater o comércio ilegal de animais e instalar locais de recebimento de animais silvestre capturados são alguns dos objetivos do Cadfauna, que deve começar a funcionar em 120 dias a partir da data de publicação do decreto. “Quem gerenciará este cadastro é a Fundação Zoológico. E, portanto, ela passa a assumir as suas verdadeiras questões ultrapassando a administração deste zoológico”, afirmou o Secretario Estadual de Meio Ambiente, Francisco Graziano.

De acordo com o presidente da Fundação Parque Zoológico, Paulo Bressan, esse banco de dados será usado pelo grupo responsável pela criação das políticas públicas referentes à fauna silvestre nativa e exótica do Estado. O grupo é formado por diversos órgãos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, como a Fundação Parque Zoológico, o Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais, a Fundação Florestal e a Polícia Ambiental.

Fontes do Ipiranga

A Fundação Parque Zoológico é composta por duas unidades. Uma fazenda que fica no município de Araçoiaba da Serra, região de Sorocaba, onde se produz praticamente toda a alimentação dos animais, o que represente um volume diário de cerca de 3,5 a 4 toneladas de alimentos, com 500 tipos diferentes de cardápios. A outra unidade é o parque de exposição dos animais, localizado no Parque Estadual Fontes do Ipiranga (PEFI), na Capital.

O Pefi é uma área de Mata Atlântica onde vivem diversas espécies nativas da fauna e flora. Além disso, o parque conta com lagos formados por quatro nascentes do Riacho do Ipiranga, que abriga aves residentes e migratórias. A partir de hoje, essa unidade passa a contar com o Sistema Integrado de Tratamento de Água, Efluentes Sanitários e Resíduos Orgânicos, que consiste num conjunto de ações que compõem o Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001/2004 da Fundação Parque Zoológico. Ele foi implantado com o objetivo de controlar e prevenir a poluição das águas do parque, evitando a contaminação do lençol freático.

Paulo Bressan lembra que o parque não contava com rede de esgoto pública. “Recebemos cerca de 1,5 milhão de visitantes por ano e constatamos que para atender esse volume de pessoas era necessário ter uma rede de esgoto própria”, explica.

Além de tratar o esgoto, constatou-se a necessidade de cuidar da água do parque, uma vez que toda a água utilizada ali tinha como destino as fontes, contaminando-as. Assim, foram construídas estações de tratamento de esgoto e de água e uma unidade de compostagem. Esses sistemas, juntos, oferecem destinação adequada ao esgoto de banheiros, dejetos e restos de alimento dos animais.

Tratamento

A estação de tratamento de esgoto tem capacidade para 400 mil litros. O dejeto sanitário provém dos banheiros públicos e de funcionários de todo o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, onde se localizam o Zôo, o Jardim Botânico, a Secretaria Estadual da Agricultura e o Parque de Ciência e Tecnologia da USP (Cientec).

Já a Estação de Tratamento de Água tem capacidade para 25 mil litros por hora. Depois de tratada e filtrada, a água é bombeada para um reservatório, que fica a 40 metros de altura e armazena 300.000 litros. Parte desse volume é usado na limpeza de todas as instituições públicas instaladas no Parque Fontes do Ipiranga e também no Zôo Safári. Outra parte é devolvida aos lagos para repor o volume retirado anteriormente. O ciclo permite que os leitos de água do Zôo sejam renovados constantemente para evitar poluição e formação de algas.

O resíduo sólido resultante do tratamento do esgoto e da água é levado para um sistema de compostagem. A unidade de compostagem tem capacidade para gerar 160 metros cúbicos mensais de matéria orgânica, a partir de restos de comida, excremento dos animais e esgoto de banheiros. “Esse composto orgânico é enviado para a fazenda em Araçoiaba da Serra, onde é usado como adubo, reduzindo a utilização de adubação química. É um ciclo que se fecha”, finaliza Bressan.

Cíntia Cury