Abertura da Francal 2007 contou com a presença do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge.
Após discurso, o governador José Serra visitou estandes de expositores da Francal 2007
Governador José Serra discursa para empresários e autoridades no lançamento da Francal 2007.
O governador José Serra participou, no final da manhã desta terça-feira, 10, da abertura da Francal 2007 – 39ª Feira Internacional de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na Capital. A feira dá a largada para a venda das coleções primavera-verão do setor calçadista brasileiro.
Serra aproveitou a ocasião para destacar três iniciativas adotadas pelo governo paulista para estimular a indústria calçadista do Estado. Um curso de design com 100 horas de duração foi criado na Fatec de Jaú para o aperfeiçoamento de novas tecnologias. Além disso, o governo diminuiu o valor do ICMS que inside sobre os calçados de 18% para 12%. Por fim, Serra está promovendo o estímulo de arranjos produtivos, “o que significa melhor tecnologia e mais qualidade para os calçados”, disse Serra.
Mas o governador também deixou claro que só isso não basta e apontou um dos principais obstáculos para que a indústria calçadista continue crescento. “Essa é uma indústria que tem eficiência, que é competitiva. Muito mais do que a chinesa ou de qualquer outro país. Tem qualidade. Mas vem sendo prejudicada pelas ações da política monetária e cambial”, observou Serra.
Depois, o governador referiu-se ao fato de que a China dispõe de mais de mil técnicos brasileiros a ensinar o processo de fabricação de calçados. “Os chineses importam a sabedoria alheia. E nós, um país com escassa disponibilidade de recursos humanos preparados, estamos exportando esses recursos, que vão ganhar melhor em outro lugar. Com essa política monetária e cambial, estamos exportando empregos”.
Serra lembra que, como conseqüência da atual política monetária e cambial, o setor de calçados perdeu 15% de seus empregos. “São 150 mil desempregados! E, ao mesmo tempo, foram exportados 5,5 milhões de calçados a menos nos primeiros cinco meses deste ano em comparação com o ano passado. Logo estaremos andando em cima de sapatos chineses. Não porque eles sejam mais eficientes, mas porque temos uma política macroeconômica equivocada, que subsidia as exportações”, entende Serra.
O que pode ser feito? De imediato, terminar com o incentivo dado às aplicações em dólares e títulos da dívida pública, explica Serra. “Essa é uma medida de incentivo ao ingresso de dólares que vêm especular com os juros siderais brasileiros, inclusive isentos de impostos. Quer melhorar o câmbio? Comece a adotar medidas dessa natureza”, afirmou.
Francal
A Francal 2007 reúne mais de mil expositores espalhados por 70 mil metros quadrados do Pavilhão de Exposições do Anhembi. A expectativa dos organizadores é receber cerca de 60 mil visitantes entre os dias 10 e 13 de julho.
O evento contou com a presença do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge; do vice-governador e Secretário Estadual de Desenvolvimento, Alberto Goldman; do prefeito da Capital, Gilberto Kassab, e do presidente da Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos), Alessandro Teixeira; e demais autoridades ligadas ao setor de calçados.
Manoel Schlindwein
