Museu de Entorpecentes do Denarc é referência nas escolas

Aeromodelo utilizado por traficante para transporte

qui, 17/01/2008 - 15h25 | Do Portal do Governo

O Museu de Entorpecentes do Departamento de Narcóticos (Denarc) tem uma história de mais de 30 anos e é utilizado até hoje como referência didática por escolas para apresentar aos alunos os perigos do mundo das drogas. Além de amostras originais da maioria dos entorpecentes que são encontrados nas ruas, o acervo contém objetos utilizados por traficantes, como malas, com fundos falsos, tranques de combustíveis e até um aeromodelo.

Todo o material existente no museu é fruto de apreensões realizadas pela polícia e o acervo é atualizado de acordo com elas. Quando surge alguma novidade ou um objeto interessante, é solicitada uma ordem judicial para que uma pequena quantidade seja mantida no museu a fim de instrução pedagógica. Maconha, skunk, haxixe, cocaína, crack, LSD, ecstasy, cápsula do vento, todos esses entorpecentes estão expostos no museu.

Aberto ao público em geral, o museu também é utilizado pela Academia de Polícia (Acadepol) para instruir os jovens policiais. “Eles passam aqui para conhecer curiosidades e ter a mente e a visão aguçada para diferentes formas de tráfico, já que temos aqui alguns exemplos muito interessantes”, declarou o delegado Luiz Carlos Magno, do Denarc.

Atrações

Entre esses exemplos, o delegado mostrou duas malas de viagem que foram apreendidas com traficantes. Uma delas possui um fundo falso onde era escondida a droga. A outra, um pouco mais mirabolante, apreendida em 1992, é feita com o próprio entorpecente. “Ela é feita de cocaína, tudo é cocaína. Quando a mala chega no destinatário, um perito químico, usando reagentes, desmonta isso e separa a resina da cocaína”, explicou.

O delegado contou que, recentemente, o Denarc apreendeu cocaína dissolvida em vinho. “Já fizemos apreensão de cocaína misturada até a cimento. Esses métodos dissimulam cães farejadores. Aquela roldana que ia para Israel (também presente no museu), ali havia seis quilos de cocaína dentro e envolto em graxa. É impossível detectar esse tipo de substância sem uma boa investigação”, contou Magno.

Um pequeno avião utilizado por traficantes da Barra Funda em abril de 2002 para o transporte de droga também está exposto no local. “Esse aeromodelo é uma forma de tráfico, pode transportar até três quilos de cocaína e tem uma autonomia de 80 a 100 quilômetros de vôo”. Magno explicou que, em uma modalidade como essa, bastante utilizada na fronteira México e EUA, uma pessoa vai de carro embaixo dirigindo o avião, que é teleguiado. “É eficaz porque se a polícia prender o traficante no chão, é só ele jogar o aparelho e deixar o avião ir embora, aí você não tem nada na mão”.

Outros pontos fortes do acervo são quadros com fundo falso, que foram apreendidas quando iam para a Europa e tanques de combustível de automóveis encontrados cheios de cocaína. Uma das apreensões mais recentes, realizada em 2006, é a de duas estufas caseiras de skunk, uma maconha potencializada com um princípio ativo aproximadamente 15 vezes mais forte. “Estava em dois apartamentos na Pompéia e chamava atenção o elevado consumo de energia elétrica das casas. Eles gastavam quase mil reais por mês em energia elétrica, porque as luzes têm que ficar ligadas 24 horas”, explicou.

Serviço

As visitas no museu, tanto por grupos como individual, devem ser agendadas com antecedência. Os visitantes assistem a uma palestra de orientação e depois são acompanhados por uma pessoa do Denarc que acompanha o grupo para dar as explicações sobre as drogas. Magno lembra que atende “preferencialmente alunos de 12 anos pra cima, pois abaixo dessa faixa etária é preferível orientar os pais”. Em 2007, mais de duas mil pessoas assinaram o livro de visitas do museu.

O museu de entorpecentes está aberto de segunda à sexta, das 10 às 18 horas e o telefone para agendar visitas é o 3094-4647.

Da Secretaria de Segurança Pública