Museu da Língua Portuguesa prorroga exposição Menas até o dia 18 de julho

Mais de 100 mil visitantes já viram a mostra sobre erros mais comuns cometidos pelas pessoas

sex, 18/06/2010 - 16h20 | Do Portal do Governo

Devido ao sucesso de público, o Museu da Língua Portuguesa decidiu estender a exposição até o dia 18 de julho. Desde a sua inauguração, em 15 de março, a exposição Menas: o certo do errado, o errado do certo recebeu mais de 100 mil visitantes.

A exposição com curadoria dos professores Ataliba de Castilho e Eduardo Calbucci, conta com sete instalações para enumerar nossos “erros” linguísticos mais comuns, entender por que erramos e discutir a amplitude e a criatividade da língua.

Saiba um pouco mais sobre cada uma das instalações.

Portas Abertas
A visita à exposição Menas começa na gare da Estação da Luz, antes de o visitante passar pela bilheteria do Museu. Em 30 banners estarão grafadas diversas frases com erros ortográficos registrados no português popularmente falado no Brasil. Portas Abertas é o título desta instalação que, segundo os curadores, tem o objetivo de deixar o visitante “com a pulga atrás da orelha”. Este será o passaporte para o que se ocorrerá lá dentro, no restante da exposição.

Óculos
A segunda instalação é um jogo de espelhos que, à primeira vista, sugere ao visitante uma grande bagunça. O objetivo é livrá-lo de seus juízos prévios sobre os erros da linguagem, preparando-o para tirar proveito das outras seções da exposição. Jogos óticos, mecanismos de movimento e outros truques capturam o olhar, provocam uma espécie de vertigem, quebrando antigas certezas e abrindo a mente para o que virá.

Os 100 erros nossos de cada dia
Em um grande painel de 3m × 12m, foram grafados os “100 erros nossos de cada dia” – uma divertida seleção de erros lexicais, semânticos, gramaticais e discursivos mais frequentes, aqueles que todos nós, de vez em quando, cometemos. O visitante verá que, por vezes, é tênue a linha que separa o certo do errado. Os comentários que se seguem a cada erro mostram a motivação estrutural do erro; o fato de que o que se considera errado hoje já foi considerado certo; a motivação fonética do erro; a ênfase exagerada etc. Ou seja, por trás de cada erro há determinada utilização da língua, criativa aqui, analógica acolá, mas sempre inovadora.

Jogo do certo e do errado
Esta instalação utilizará nove telas de computador touch screen ligadas em rede. O “jogo” proposto é um quiz com 15 perguntas em cada tela. O visitante vai encontrar uma atividade que desafiará suas certezas. Entre elas, a que no dia a dia ele encontrará muitas situações em que algo parece estar certo (mas não está) e descobrir outras palavras ou expressões que ele tem certeza de que estão erradas (e, na verdade, não estão). A cada questão correspondem quatro alternativas. O visitante escolhe a que lhe pareça mais adequada. Imediatamente, o sistema calcula o percentual de visitantes que fizeram a mesma escolha. Na sequência, um comentário explica o fundamento das alternativas. A quantificação percentual de todas as perguntas será computada durante todo o período da exposição.

Biblioteca de Babel
Esta instalação encerra uma desordem intencional, cujo objetivo é retratar a língua como de fato ela é. Escritores e compositores se manifestam sobre a língua e sobre a vida, apresentando posições inesperadas e criativas que desarranjam a visão tradicional sobre a língua portuguesa. Daí o título: “Biblioteca” – que supõe a organização, as ideias no lugar, o já sabido – “de Babel” – o avesso disso tudo, a desordem criativa, as ideias provocativas, o não sabido. Biblioteca de Babel é uma metáfora poderosa, que capta a língua portuguesa no que ela tem de estruturado, ordenado, previsível, convivendo com o desarticulado, o caótico, o imprevisível. As antíteses descrevem perfeitamente o que é uma língua natural, representando inesperadamente sua síntese. O português brasileiro exemplifica muito bem esta dupla face das línguas naturais.

Norma, a Camaleoa
É preciso saber gramática para falar e escrever bem? É preciso seguir as regras e o vocabulário certo? A língua é um organismo vivo? Língua é poder? Não tem certo e errado, tem o adequado para cada momento? O importante é saber se comunicar? Dentro da própria língua, há tensões e conflitos de visão de quatro sistemas: a norma gramatical, a norma lexical, a norma semântica e a norma discursiva.

No vídeo Norma, a camaleoa, a atriz Alessandra Colassanti, filha dos escritores Affonso Romano de Sant’Anna e Marina Colasanti, encarna as quatro normas da língua portuguesa ao mesmo tempo, apresentando-as e discutindo-as. O encontro fictício das “Normas” se dá no banheiro do museu, que o visitante observa atrás dos espelhos. Entre um retoque de maquiagem e uma ajeitada no cabelo, elas discutem que, ao operar com as regras em nosso cotidiano, podemos selecionar formas aceitas ou formas rejeitadas pela sociedade. Cada sistema abriga tanto o certo quanto o errado.

Mas as normas são quatro ou são uma só? Elas são tudo isso ao mesmo tempo. Elas são quatro em uma, quando uma mesma expressão apresenta problemas oriundos dos quatro sistemas. Elas são uma em quatro, quando o erro vem de um sistema só. De qualquer forma, não há dúvida que Norma é uma camaleoa.

Janelas abertas
Depois deste mergulho no português brasileiro, está na hora de o visitante retornar aos amplos espaços sociais onde é praticada nossa língua. Um corredor estreito e final da exposição traz à tona índices de uma rua de comércio popular e do linguajar praticado nessas ruas, convidando o público a voltar para a vida fora do Museu e perceber a língua de maneira mais generosa, apreciando sua criatividade e mutabilidade.

Serviço
Menas: o certo do errado, o errado do certo
Até 18 de julho
De terça a domingo, das 10 às 17 horas
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº, Centro
Telefone: (11) 3326-0775
www.museudalinguaportuguesa.org.br  
Ingresso: R$ 6,00 (pagamento somente em dinheiro)
Estudantes com carteira de estudante do ano e documento de identidade pagam meia-entrada. Crianças com até 10 anos e idosos a partir de 60 anos não pagam ingresso, bem como professores da rede pública

Da Secretaria da Cultura