Motociclistas e caminhoneiros lideram estatística de acidentes no trânsito

Segundo pesquisa feita pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o principal motivo é a imprudência de quem dirige a moto

qui, 09/08/2018 - 16h42 | Do Portal do Governo

De acordo com levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, os motoqueiros são os que mais sofrem acidentes de trânsito relacionados ao trabalho, e os caminhoneiros os que mais vão a óbito em atividade. Entre 2007 e 2016, os trabalhadores em duas rodas representaram 7,5% dos 118.310 acidentes registrados. Quando o assunto é óbitos, os motoristas de caminhão corresponderam a 13,2% das 16.568 mortes computadas no mesmo período.

Campanhas como o Maio Amarelo são importantes para conscientizar a população sobre o respeito e a cautela no trânsito.

“As ações promovidas pelo Movimento Paulista, em parceria com municípios, iniciativa privada e departamentos do Governo de São Paulo, buscam conscientizar este público. Um exemplo foi a realização, no mês de maio, da segunda edição do projeto para motociclistas, que une educação e fiscalização, e tem como objetivo mobilizar os municípios a difundir junto a esse público a pilotagem defensiva e segura e o espírito de cidadania”, afirma o diretor técnico do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, Evandro Vale.

Um acidente pode custar vidas

O fator humano é o principal causador de acidentes fatais no Estado de São Paulo. Segundo Ricardo Vanzetto, gerente médico do Grau (Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências), da Secretaria, o consumo de bebidas alcoólicas e o uso de estimulantes estão entre os principais responsáveis pelos acidentes que vitimam jovens do sexo masculino. “Dormir pouco, fumar demais e comer mal são combinações perigosas que colocam em risco à vida de jovens motoristas”, explica.

A embriaguez e a falta de educação no trânsito é motivo também para um grande número de acidentes envolvendo ciclistas. “O número de acidentes graves envolvendo ciclistas continua alto porque as bicicletas precisam dividir cada vez mais espaço com os veículos. É preciso haver respeito mutuo e mais locais sinalizados e adequados aos ciclistas”, afirma Hassan Yassine Neto, médico socorrista do Grau.

Mais comum que acidentes envolvendo ciclistas são fatalidades relacionadas a motociclistas. Segundo pesquisa feita pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o principal motivo é a imprudência de quem dirige a moto e/ou de quem dirige o automóvel. “A culpa divide-se igualmente entre motociclistas e motoristas”, diz Júlia Greve, médica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC. “Há um despreparo dos condutores para direção veicular em ambiente congestionado das grandes cidades”.

Quem, no entanto, sofre mais com a imprudência das pessoas no trânsito é o próprio pedestre. São os transeuntes quem lideram o ranking de óbitos. Entre os tipos de colisões mais fatais estão, respectivamente, a de pedestres com automóveis, ônibus e veículos motorizados de duas ou três rodas.

“Quando o pedestre é atingido por um veículo, toda a energia do impacto é transferida para a vítima, que não possui dispositivos de segurança, como cinto de segurança, estofados, air bags, barras de proteção, entre outros, para minimizar a energia liberada após a batida. Mesmo motocicletas ou bicicletas são capazes de causar mortes por conta desta transferência de energia. Além disso, por ser muito frágil quando exposto aos acidentes com outros veículos, o corpo humano fica vulnerável a traumas graves que podem comprometer funções vitais”, diz Gustavo Feriani, supervisor médico do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgência (Grau) da Secretaria.

O Movimento Paulista de Segurança no Trânsito

Programa do Governo do Estado de São Paulo, tem como principal objetivo reduzir pela metade os óbitos no trânsito no Estado até 2020. Inspirado na “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o período de 2011 a 2020, o comitê gestor do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito é coordenado pela Secretaria de Governo e composto por mais nove secretarias de Estado: Casa Civil, Segurança Pública, Logística e Transportes, Saúde, Direitos da Pessoa com Deficiência, Educação, Transportes Metropolitanos, Planejamento e Gestão, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.  As secretarias são responsáveis por construir um conjunto de políticas públicas para redução de vítimas de acidentes de trânsito no Estado.