Mosteiro usa receita da família de frei Galvão para servir doces ao papa

No Brasil, o papa Bento 16 vai saborear doces exclusivos feitos a partir de receitas de familiares de frei Galvão.

ter, 17/04/2007 - 17h41 | Do Portal do Governo

da Folha Online

Durante sua visita ao Brasil, o papa Bento 16 vai saborear doces exclusivos feitos a partir de receitas de familiares de frei franciscano Antônio de Sant’Anna Galvão (1739-1822), o frei Galvão –que será canonizado em maio. Entre os quitutes estão creme de rainha e bombom de castanha.

Enquanto estiver na capital paulista, o papa se hospedará no Mosteiro de São Bento, na região central de São Paulo, que divulgou hoje o cardápio a ser oferecido à sua comitiva. Além dos doces, há sopa de palmito, nhoques de mandioquinha, bolos de fubá e de banana e pão de nozes.

Compõem o menu também 15 tipos de vinho, cinco deles nacionais, fabricados em Petrolina (PE). Os demais são argentinos, uruguaios e chilenos. Segundo os monges, toda a comida e bebida que será servida ao papa vieram de doações de empresas e fiéis.

“O santo padre demonstrou interesse em experimentar o vinho nacional”, afirma dom João Evangelista Kovas, prior do mosteiro.

O Vaticano não fez qualquer restrição à alimentação do pontífice, segundo dom Matthias Tolentino Braga. Mas o próprio mosteiro resolveu tomar algumas precauções por iniciativa dos monges. Foram vetados frutos do mar e fungos do cardápio que será servido ao papa.

Uma das responsáveis pela comida dos monges, Mazzô França Pinto, diz que a comida será basicamente italiana com toque brasileiro.

As três cozinhas do mosteiro funcionarão 24 horas por dia enquanto Bento 16 estiver na capital paulista. Uma equipe de 50 a 60 profissionais trabalhará para atender cerca de 300 pessoas, entre integrantes da comitiva (11 membros, entre eles, cinco guardas suíços e um médico), convidados e os monges.

Receitas exclusivas

As receitas exclusivas dos doces estão sob a guarda de Emília Mathias Serafim, 79, que trabalha para a família do frei Galvão há 65 anos. Ela não revela os principais componentes dos quitutes, produzidos há mais de 100 anos. Diz apenas que são à base de gemas de ovos, frutas secas e açúcar.

“Segui as sugestões de minha patroa, [a sobrinha tetraneta do frei, Maria Cecília Vicente de Azevedo] que me pediu para fazer os [doces] mais brasileiros”, conta Serafim.

Outras guloseimas oferecidas serão nozes fingidas, raspadurinha de leite, amêndoas encarpadas e olho de sogra.

Ela pretende fazer cerca de 1.800 unidades para o papa. Sobre a expectativa de aprovação de Bento 16, ela brinca: “Estou rezando para ele gostar”.

Serafim recebeu o convite na semana passada para cozinhar para o pontífice. “Não esperava e fiquei honrada”, conta.

(M.S.)