Mortalidade infantil em SP é a menor da história

Índice de 2006 ficou em 13,28 óbitos por mil nascidos vivos, 21,7% a menos do que o registrado no início da década

qui, 09/08/2007 - 13h08 | Do Portal do Governo

(Atualizada às 16h55)

A mortalidade infantil no Estado de São Paulo atingiu o menor nível da história. A notícia foi divulgada no inicia da tarde desta quinta-feira, 9, pelo governador José Serra na unidade Casa de Maria do Hospital Geral de Itaim Paulista, zona leste da Capital, referência para o país em parto humanizado. Os números da pesquisa organizada pela Secretaria Estadual da Saúde foram obtidos através de informações da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).

“Se nós compararmos com a taxa de mortalidade de meados dos anos 90, o índice caiu quase pela metade, e a queda tem prosseguido nesses últimos anos”, destacou o governador José Serra. Em 2006 o índice ficou em 13,28 óbitos por mil crianças nascidas vivas, 21,7% a menos do que em 2000, quando a taxa era de 16,97. Em relação a 1995, ano em que o índice ficou em 24,58, a queda foi de 46%.

Mas o trabalho não para por aí, Serra fez questão de ressaltar. “Nós vamos continuar empenhadíssimos em prosseguir com essa redução através de todas as ações necessárias para o  aprimoramento das condições de parto, pré e pós-natal, na preparação de pessoal qualificado e a continuidade das ações de saneamento através do projeto Água Limpa nos municípios mais pobres”, disse.

Como ilustrou o governador, a expansão do saneamento básico, a melhoria da assistência às gestantes e aos recém-nascidos, além da vacinação em massa pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são os principais fatores que contribuíram para a queda da taxa.

Em 2005, o índice de mortalidade infantil no Estado foi de 13,44. No ano anterior esse número foi de 14,25. Em 2003 houve 14,85 mortes por mil nascidos vivos. Em 2002, 15,04 e, em 2001, 16,07.

Europa

Dos 645 municípios paulistas, 247 apresentaram índice de mortalidade infantil inferior a dois dígitos, nível comparado a países desenvolvidos da Europa. “Uma criança que mora em Americana ou Hortolândia, por exemplo, tem o mesmo risco de falecer que aquela que nasça em Valência e na Catalúnia, na Espanha”, comparou o Secretário Estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, presente no evento.

Nenhuma região do Estado apresentou taxa superior a 18. “Tenho certeza de que o índice vai cair ainda mais. Já estamos nos aproximando dos níveis apresentados pelos países desenvolvidos da Europa e vamos prosseguir nesse trabalho, que é de poupar vidas e ter mais saúde para as nossas crianças”, comentou o governador.

A mortalidade infantil é o principal indicador da saúde pública. A diminuição contínua dos índices mostra, portanto, que o trabalho do SUS paulista está no caminho certo. “Em parceria com os municípios, vamos nos empenhar para que a taxa de 2007 seja ainda menor do que a de 2006”, afirma o secretário Barradas Barata.

Campinas foi a região que registrou menor taxa de mortalidade infantil em 2006, com 10,2 óbitos por mil nascidos vivos, seguida por Assis, com 10,7. Na comparação com 2005, a região de Araçatuba se destacou por ter registrado a maior redução do índice no período de um ano, passando de 19,5 para 15,6.

Brasil

Ao citar sua contribuição quando Ministro da Saúde durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra destacou que o avanço no indicador da mortalidade infantil é significativo para todo o Brasil.

Serra disse que a queda foi muito acentuada em São Paulo. “O Estado apresenta problema diferente de outras regiões, como o Nordeste, onde o papel do saneamento é menor, e é mais importante o atendimento pré-natal, o parto propriamente dito, e o atendimento pós-natal”.

Estudo

A íntegra do estudo da Fundação Seade sobre a mortalidade infantil no Estado de São Paulo está disponível no site http://www.seade.gov.br/produtos/spdemog/. Lá é possível encontrar oito tabelas nos formatos PDF e XLS, detalhando os indicadores.

Manoel Schlindwein