Moradores do Jardim Elisa terão Tribunal de Pequenas Causas

Três funcionários do juizado especial ficarão no Posto da Justiça Itinerante até a sexta-feira, 18

ter, 15/05/2007 - 18h20 | Do Portal do Governo

Um trailler do Posto da Justiça Itinerante está à disposição esta semana dos moradores do Jardim Elisa Maria, na zona norte da capital. Eles convivem há dois meses com um centro de operações da Polícia Militar, instalado no bairro para combater a criminalidade e permitir o acesso de serviços de interesse da população.

Para complementar os atendimentos odontológicos, veterinários e da base móvel do Poupatempo, serviços que chegaram por meio da Operação Saturação, o Posto da Justiça Itinerante iniciou às 10 horas desta terça-feira, 15, a composição de petições da competência do Juizado Especial Cível.

Causas que envolvam direito do consumidor, colisão de veículos, problemas com o plano de saúde e cobranças em geral, podem ser solucionadas rapidamente quando são feitas as tentativas de acordo por parte dos funcionários do juizado especial.

“É um fórum itinerante que vai dar o atendimento igual ao fórum normal, porém, mais rapidamente e sem o acúmulo de gente que há nos fóruns”, explica o agente de fiscalização Vanderlei Castela. Segundo ele, quem procura esse serviço, sai do local com o processo aberto, a petição inicial feita, além do dia e hora marcados para a audiência de conciliação entre os envolvidos.

José Idelfonso Gonçalves não é morador do Elisa Maria, mas trabalha na região das 8 manhã até às 17h como técnico da empresa Eletropaulo, procurou a Justiça Itinerante que está mais próximo dele. “Eles me instruíram muito bem, fiquei satisfeito”. A petição de José foi feita em 20 minutos e agora ele espera entrar em um acordo, com a pessoa que bateu em seu carro, daqui a duas semanas. “Pensei que ia demorar mais, agora eu estou feliz, se eu conseguir fazer o acordo vai ser ótimo”.

Três funcionários do juizado especial ficarão no Posto da Justiça Itinerante até a sexta-feira (18), oferecendo orientação e fazendo as petições das causas apresentadas pelos moradores da região. Segundo a escrevente técnica judiciário, Rosângela Martino, petições que demoram normalmente um ano, entre a primeira audiência de conciliação até julgamento, são solucionadas em no máximo dois ou três meses por meio do Juizado Itinerante. “Nossa função aqui é desafogar os fóruns regionais”.

A região atendida pela nona edição da Operação Saturação engloba os bairros do Morro do Piolho, Jardim Guarani, Vila Rica, Jardim Peri, Cachoeirinha e Parque Tietê, que juntamente com o Elisa Maria, contam atualmente com 298.796 habitantes.

Outro serviço oferecido na praça localizada entre as ruas Expedito A.C. de Melo e Augusto G.C. Sandino é o tratamento odontológico realizado pelos próprios policiais. A dona de casa Roseli de Paula Vicente de Lima já levou seus três filhos no posto, localizado na esquina de sua casa.

“Tratamento odontológico nota 10”, declara. No local, três dentistas e doze voluntários, todos do Centro Odontológico da Polícia Militar, se revezam na observação de 15 a 20 crianças por dia. “É excelente o atendimento dos policiais. Eles dão muita atenção para a comunidade”, diz Roseli.

“Achei legal porque é a primeira vez que fui ao dentista”, conta Ana Luiza Lima, de 8 anos, filha de Roseli. Além dela, outras 299 crianças entre 5 e 12 anos, já fizeram obturações, curativos e aplicações de flúor nos dentes.

Dois meses de ocupação

O início da ocupação do Jardim Elisa Maria e região aconteceu no dia 13 de março. Nessa data, 601 policiais militares, 189 viaturas, 24 cavalos, um helicóptero e dois cães, todos fazendo parte do efetivo do Choque, foram distribuídos para combater o grande número de ocorrências criminais na região.

Desde o início da operação, quase cinco kg de drogas e 19 armas já foram apreendidas, 60 pessoas presas em flagrante e 2.066 objetos que estavam com os criminosos, como balança de precisão, cápsulas “pinus” para armazenar cocaína, cartões de crédito e notas de dinheiro falsa, estão agora na posse da Polícia.

Para a moradora Rosângela de Lima, a PM mudou a rotina da vizinhança. “Aqui tinha muito homicídio, que a gente até sabia quem estava envolvido, só que era aquela famosa lei do silêncio, nunca podia falar nada”, lembra ela. “Aqui no Elisa Maria foram estourados cativeiros e, na nossa rua, tinha ponto de droga. Melhorou muito”.

Da Secretaria de Segurança Pública