Moradores de cortiços recebem apartamentos da CDHU no Pari

O investimento na construção das 85 unidades habitacionais foi de R$ 3,8 milhões

ter, 09/09/2008 - 10h46 | Do Portal do Governo

Três cortiços do bairro do Pari deram lugar a prédios construídos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Famílias inteiras que dividiam cômodos em um único imóvel agora ganharam o direito a sua própria moradia. As chaves dos apartamentos foram entregues no último sábado, dia 6. Participaram da solenidade o secretário-adjunto de Estado da Habitação, Ulrich Hoffmann, e o diretor de Planejamento e Gestão da CDHU, Reinaldo Iapequino.

O secretário-adjunto Ulrich Hoffmann afirmou aos novos moradores que as unidades estão sendo entregues com toda a infra-estrutura e segurança necessárias. “Possibilitar que famílias deixem de viver em condições precárias e passem a viver com dignidade é a razão de todo nosso trabalho”.

Para o secretário-adjunto, outra questão priorizada, é a legalização das unidades habitacionais da CDHU. “Assim como a preocupação com as condições ideais de habitabilidade, o Governo Serra considera fundamental a aprovação e a averbação dos empreendimentos. Ou seja, garantir as condições legais para que, após a quitação do financiamento, os mutuários tenham seu título de propriedade”, concluiu Hoffmann.

Reinaldo Iapequino, diretor de Planejamento e Gestão, destacou que a grande obra, a partir da entrega das chaves, começa agora. “É hora da construção da harmonia, das relações de respeito entre os vizinhos, do cuidado com os idosos e as crianças. A obra física terminou, mas a social está se iniciando e seu sucesso depende da consciência individual de que todos têm direitos iguais”, completou.

Os conjuntos habitacionais foram construídos em terrenos desapropriados pela CDHU. São 68 apartamentos na Rua Canindé e outros 17 na Rua Hanemann. O investimento foi de R$ 3,8 milhões. A oferta habitacional e as condições da região, que já dispõe de saneamento, equipamentos urbanos e infra-estrutura, contribui para a revitalização da área central de São Paulo.

As famílias que receberão as chaves dos imóveis são antigas moradoras de cortiços da região, sendo que 18 delas viviam exatamente nos locais onde os prédios foram construídos. Ana Paula Matos Bergamin, casada, com um filho de dois meses, é uma das contempladas. Ela, que se mudará para o conjunto Canindé, estava bastante satisfeita e falou da transformação na vida de sua família. “Nem consigo explicar a minha felicidade. Morava aqui mesmo num cortiço, sem dignidade. Ter a minha casa significa tudo que sempre sonhei. Virei uma pessoa com endereço, moradia, lar”, comemorou Ana Paula.

Outra contemplada, Ana Cristina dos Santos, solteira, tem três filhos e vai morar no conjunto Renascer, vizinho do Canindé. Garçonete, trabalha próximo ao local onde passará a morar. “É a realização de um sonho antigo: ter minha própria casa pagando prestações menores do que um aluguel. Serei, além de dona do meu apartamento, capaz de dar muito mais conforto a minha família”, afirmou.

Quem também estava alegre com a entrega das chaves era Mariana das Dores Araújo. “Somente pessoas que viveram em cortiço sabem o que isso significa. Não estou nem acreditando no que está me acontecendo. O meu marido falou que ganhamos na loteria”.

O projeto dos prédios foi customizado, por isso, diferentemente de outros empreendimentos da Companhia, os imóveis têm tamanhos variados. São 29 quitinetes com 24 m²  de  área  construída, 31 apartamentos com um dormitório e área média de 35 m²; e 25 com dois dormitórios e área média de 48  m².  O andar térreo dos edifícios dispõe de área de lazer e de apoio ao condomínio, além de unidades adaptadas para cadeirantes.

O valor do financiamento das unidades é subsidiado para que os mutuários possam arcar com as prestações. As quitinetes terão valor mensal de R$ 90,00. Os moradores dos apartamentos de um dormitório pagarão R$ 135,00 por mês e os de dois dormitórios devem desembolsar R$ 185,00.

O Pari é um dos setores de intervenção do Programa de Atuação em Cortiços da CDHU. Para erradicar esse tipo de habitação precária no bairro, a Companhia também indica os imóveis encortiçados para a prefeitura, que fiscaliza os locais e, de acordo com as condições de salubridade, os interdita ou  notifica os proprietários para melhorar as suas condições de habitabilidade.

Atuação em Cortiços – O Programa Atuação em Cortiços atende a famílias de baixa renda que residem em cortiços. São três frentes de atuação: reforma de moradias existentes, construção de novas unidades ou compra de imóveis disponíveis no mercado por meio de cartas de crédito. Na Capital, o programa já entregou 797 moradias e concedeu 411 cartas de crédito. Atualmente, estão em produção 950 apartamentos em bairros da região central.

Da CDHU