Moradia nas metrópoles e vidraria são temas de novas exposições no MCB

Da casa própria idealizada aos barracos erguidos em locais irregulares, uma visão poética – e crítica – da arte de morar

sáb, 03/11/2007 - 11h58 | Do Portal do Governo

O Museu da Casa Brasileira (MCB) abre duas exposições neste mês: Casas do Brasil 2007 e Um Mar de Vidros – Murano 1915/2000. A primeira, com curadoria do jornalista e fotógrafo Eder Chiodetto, apresenta obras artísticas e registros fotográficos que tratam da questão da moradia nas metrópoles. A segunda traz peças representativas da famosa vidraria produzida na região de Veneza, na Itália.

Chiodetto explica que, mais do que retratar tipos e formas de moradias no Brasil urbano, buscou pensar “aspectos que transitam entre a fantasia da casa própria idealizada, a construção do interior de uma casa de classe média e a realidade abrupta daqueles que constroem moradias improvisadas em locais irregulares”. As obras exibidas são dos artistas Marcelo Zocchio e Bruno Faria e dos fotógrafos da Cia. de Foto, Rafael Jacinto, Pio Figueiroa e João Kehl.

As imagens publicitárias dos projetos de novos prédios e condomínios, que almejam ter a chancela de veracidade atribuída aos registros fotográficos, ganham leitura irônica e contundente na instalação do jovem artista Bruno Faria. A partir de recortes de campanhas impressas distribuídas pela cidade, Faria constrói uma cidade improvável, permeada de promessas de felicidade e do desejo de ascensão social.

A cidade possível surge na realidade vivida pela parcela da sociedade que constrói barracos em locais inóspitos e de grande visibilidade, num gesto político que cobra soluções do poder público. Desafiados pelo curador, os fotodocumentaristas da Cia. de Foto buscaram novas formas de representar e expor esse universo, tão fustigado pelo excesso de imagens clichês na mídia.

Entre esses dois pólos, surge a classe média, representada por obras elaboradas a partir de fotografias que ganham aspectos tridimensionais ao serem trabalhadas num diálogo com a marcenaria do artista Marcelo Zocchio. Numa sala eqüidistante entre os dois outros mundos, os objetos e móveis do interior da casa são uma espécie de mapeamento poético e particular da vida de seus habitantes.Arte do vidro – Realização conjunta do MCB e do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, a mostra Um Mar de Vidros – Murano 1915/2000 exibe objetos que revelam a maestria dos artistas e designers de Murano (ilha da região de Veneza com grande tradição em vidraria). As peças, consagradas nas bienais de Veneza e nas trienais de Milão e Monza, apresentam formas inovadoras, que indicam uma técnica muito particular de execução, além de riqueza da matéria-prima e justaposições de cores.

“Esta coleção, como testemunho da arte do vidro de Murano, não é completa nem exaustiva de tudo o que se pôde pensar, projetar ou produzir na Veneza do século passado”, afirma Giorgio Forni, curador da mostra e diretor da Fundação Sartirana Arte, de Pavia (Itália). “É um pequeno panorama transversal de décadas de trabalho”, diz.

A exposição enfatiza dois aspectos da vidraria veneziana: o tecnológico e o propriamente artístico, fruto do trabalho paciente de anônimos mestres vidreiros, que preservaram a tradição de altíssima escola. O MCB é uma organização social de cultura vinculada à Secretaria de Estado da Cultura.

SERVIÇO

• Exposição: Casas do Brasil 2007 Visitação: até 25 de novembro, de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas

• Exposição: Um Mar de Vidros – Murano 1915/2000 Visitação: até 18 de novembro, de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas

Museu da Casa Brasileira – Avenida Faria Lima, 2.705 – Jardim Paulistano – capital
Telefone (11) 3032-3727
Ingresso: R$ 4 (estudantes: R$ 2). Aos domingos, entrada gratuita
Visitas monitoradas: telefone (11) 3032-2564 – e-mail agendamentomcb@terra.com.br
Site: www.mcb.sp.gov.br

Da Agência Imprensa Oficial

(C.C.)