Miguel Reale: existência dedicada à cultura e ao progresso do país

O professor nasceu em São Bento do Sapucaí (SP), em 6 de novembro de 1910

qui, 26/07/2007 - 16h09 | Do Portal do Governo

Um dos grandes juristas do Brasil, homem de múltiplos talentos, o professor Miguel Reale – que hoje dá seu nome à passarela da CPTM sobre a avenida Cidade Jardim –  nasceu em São Bento do Sapucaí (SP), em 6 de novembro de 1910, e morreu em São Paulo, em 14 de abril de 2006.

Ele dedicou sua longa existência ao aprimoramento cultural e ao progresso do País. Advogado militante desde 1934, filósofo, professor, escritor, político, foi um homem de muitas realizações, capaz de colocar sua capacidade intelectual a serviço do pensamento e da ação, da teoria e da prática. 

Fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Filosofia, Miguel Reale é autor de obra filosófica internacionalmente reputada. Além disso, escreveu dezenas de livros de direito, teoria do estado, política e literatura. Foi membro de diversas academias e instituições, no Brasil e no exterior, entre elas a Academia Brasileira de Letras.

Fundamentalmente um homem de reflexão, sabia também colocar seus talentos a serviço da administração pública. Por duas vezes foi reitor da mais reputada universidade brasileira, a Universidade de São Paulo (USP). Também por duas vezes colocou suas elevadas qualificações profissionais a serviço do governo paulista, como secretário da Justiça estadual. De sua experiência como secretário, em 1947, legou uma iniciativa pioneira: a primeira assessoria técnico-legislativa do país, que contribuiu decisivamente para elevar a qualidade desses serviços.

Quando assumiu a reitoria da USP, em 1949, criou as primeiras unidades de ensino superior oficial no interior do estado, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto entre elas. Ainda em 1949, fundou o Instituto Brasileiro de Filosofia, entidade que tem desde então congregado pensadores brasileiros e que é responsável pela Revista Brasileira de Filosofia – já em seu 46º ano de ininterrupta publicação.

Em 1963, Miguel Reale foi novamente nomeado secretário da Justiça, tendo tomado parte ativa na defesa da autonomia do Estado e do regime democrático. Um dos principais elaboradores do Tratado entre o Brasil e o Paraguai para a construção da usina hidroelétrica de Itaipu, deu-lhe estrutura jurídica de empresa binacional.

Em 1969, foi novamente reitor da USP, ocasião em que implantou uma reforma universitária e organizou os campi da Capital e do interior. 

Finalmente, cabe ressaltar uma incansável tarefa a que Miguel Reale se dedicava com indisfarçável entusiasmo: sua colaboração na imprensa brasileira. Seus artigos no Estadão e na Folha eram muitas vezes aguardados com expectativa e lidos com avidez por um leitorado em busca de suas palavras marcadas de bom-senso e autoridade.  

Ao dar o nome do professor Miguel Reale a esta útil obra para os dinâmicos paulistanos, São Paulo homenageia um de seus dinâmicos e ilustres filhos.

Mateus Soares