Microempreendedores do Programa de Auto-Emprego encerram participação na maior feira latino-american

Aviso de Pauta - Sexta-feira, dia 23 - O PAE é um programa da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho e já criou 540 microempresas em 85 municípi

sex, 23/03/2001 - 10h23 | Do Portal do Governo

Microempreendedores do Programa de Auto-Emprego (PAE) da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho encerram nesta sexta-feira, dia 23, sua participação na 8ª Feira Internacional de Máquinas Têxteis (Bitmex) e 1ª Feira Internacional de Máquinas e Componentes para a Indústria de Confecções (Feimaco), que reuniu cerca de 700 expositores – perto de 400 do exterior, contabilizando encomendas, novos contratos e principalmente, contatos com empresas brasileiras e de outros países. A maior feira latino-americana da indústria têxtil e de equipamentos mostrou a produção dos pequenos fabricantes de roupas de cama e lingerie, que geralmente funcionam dentro da casa dos microempresários, ao lado de gigantes multinacionais do setor de máquinas, como a Brother e a Auccon, e do setor têxtil, como a Petenatti.

Comprovando a tese dos representantes do setor, de que 30% da produção brasileira de roupas é feita hoje por pequenas empresas terceirizadas, os empreendedores do PAE estão comemorando os negócios fechados na feira. É o caso de Sandra Regina Santos, responsável pelo estande da União Sul Confecções. “Aqui temos a oportunidade de expor a qualidade de nossos produtos. Fomos contatados por um buffet e já estamos preparando o orçamento para confecção de 150 toalhas de mesa, 150 centros de mesa e 150 guardanapos”, conta. Para quem produz num canto improvisado da garagem de casa, é uma encomenda e tanto.

Sandra montou uma cooperativa com outras sete sócias há um ano e oito meses. Desde então já confeccionaram cortinas para a empresa Cortileste, uma grande revendedora do ramo, além de costurarem cerca de 600 peças entre jalecos e bonés, uniforme usado por bolsistas do Programa Frentes de Trabalho, também da Secretaria do Emprego.

A Coperstil, que fabrica camisetas, camisas e uniformes já tem um pedido de 10 mil peças, fechado durante a feira. A produção da cooperativa, que existe há 1 ano e 4 meses é de 2 mil camisas por mês. Helena Maria Silva, técnica contábil, ficou desempregada e resolveu participar dos cursos do PAE. Montou a cooperativa, que hoje tem 6 costureiras, que funciona em sua casa, no Jardim Vergueiro.

Quando a Meias Luppo de Araraquara fechou suas portas, 72 empregados viram-se na rua. Destes, 20 montaram uma cooperativa de meias, a Coperara, que já funciona há três anos. Na feira, seus associados fecharam dois pedidos para fabricação de 30 dúzias de pares de meias para São Paulo. Fizeram contato ainda com revendedores da Argentina, Paraguai e outros estados, como Mato Grosso, Sergipe, Paraná e Santa Catarina. A média de produção da Coperara pode chegar a 600 dúzias por mês mas a cooperativa não havia conseguido atingir essa meta ainda por falta de clientes.

O PAE foi implantado em outubro de 1996 e já criou 540 microempresas em 85 municípios paulistas, capacitando cerca de 18 mil pessoas. Segundo o secretário de Emprego e Relações do Trabalho, Walter Barelli, o programa consiste em treinar desempregados para exercer alguma função e montar seu próprio negócio, transformando-o em microempresário.