Metropolitanos: CPTM centraliza sonorização das estações da linha Jundiaí/Rio Grande da Serra

Sistema moderno vai melhorar a comunicação, com avisos simultâneos em todas as estações

sex, 24/03/2006 - 14h02 | Do Portal do Governo

As estações das Linhas A (Luz – Francisco Morato) e D (Luz – Rio Grande da Serra), da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), poderão receber qualquer sinal de áudio – música ambiente e avisos ao público (AP’s), por exemplo – de uma central localizada na Luz e repassá-los através da sonorização nas plataformas e demais dependências, sem nenhuma interferência e em tempo real. A previsão é que o novo sistema alcance todas as estações dessa linha até o mês de julho.

A transmissão é feita por meio de um sistema de cabos de fibra ótica, que vai da Estação Jundiaí até Rio Grande da Serra, e é considerado um dos mais complexos das ferrovias brasileiras. Atualmente, as estações Lapa, Jaraguá, Perus, Franco Rocha e Francisco Morato, na Linha A, Rio Grande da Serra, Mauá, Santo André, Prefeito Saladino, São Caetano e Ipiranga, na Linha D, já reproduzem em fase experimental, mas com fidelidade, o áudio de emissora FM, sintonizada no Centro de Controle Operacional (CCO) da Luz.

Para atender o restante das estações, a empresa adquiriu recentemente 20 conjuntos de som de alta performance, formados por um amplificador, um pré-amplificador, um gongo, um microfone de haste flexível e cabos de conexão. Os equipamentos serão instalados em etapas, a partir de abril. O investimento foi de pouco mais de R$ 30 mil.

Aparentemente simples, o chamado “sistema de sonorização centralizada das Linhas A e D” só se tornou uma realidade com uma solução técnica arrojada, desenvolvida pela Equipe de Rádio e Sonorização, do Departamento de Manutenção de Sistemas Elétricos e Eletrônicos da CPTM.

Apesar da rede de fibra ótica já consolidada, havia a necessidade de um equipamento para captar os diversos sinais analógicos (voz, música, rádio, etc), convertê-los para o padrão digital, transmiti-los e depois transformá-los novamente para o padrão original, a fim de permitir a propagação sonora nas estações.

“Agora, temos a possibilidade de dar um aviso ao público simultâneo de um único ponto para todas as estações dessas linhas, com a mesma qualidade de áudio”, explica Sérgio Nicolau da Silva, coordenador da Equipe de Rádio e Sonorização das Linhas A e D.

Somente as Linhas B (Julio Prestes – Itapevi) e C (Osasco – Jurubatuba) contam com sistema centralizado de sonorização similar, porém sem transmissão em fibra ótica. O CCO de Presidente Altino é interligado a todas as outras estações por cabo de áudio comum. O som é recuperado e amplificado em cada estação, sendo propagado por repetição. Nas Linhas E (Luz – Estudantes) e F (Brás Calmon Viana), cada estação controla a sua própria sonorização.

Após o término da fase de instalação e testes dos equipamentos, a área de Engenharia da Gerência de Operação de Estações (GOP) receberá da Manutenção todas as informações técnicas necessárias para elaborar os documentos formais, que estabelecerão os procedimentos operacionais. Na seqüência, todos os funcionários das estações serão devidamente capacitados para operar o sistema.

“Vamos melhorar os processos de comunicação”, avalia Lauro Jorri Neto, assistente técnico da área de Engenharia de Estações. “Hoje, o CCO não consegue dar um aviso ao público, sobrepondo a sonorização local, então precisa telefonar para cada estação para passar uma informação. Essa rotina, por exemplo, será alterada”, acrescenta.

Além da música ambiente e emissão de AP’s centralizada e padronizada, Sérgio lista uma série de outras possíveis aplicações disponibilizadas por essa infra-estrutura. “Poderíamos veicular notícias de interesse do usuário, criar uma estação de rádio, permitir a inserção de anúncios publicitários, entre outros”.

Solução

No final de 2003, a CPTM adquiriu um equipamento chamado “bastidor de placas de conversão de sinais” e instalou-o na central de fibra ótica da Luz. No ano seguinte, iniciou testes experimentais nas estações Santo André e Francisco Morato, que passaram a retransmitir avisos ao público e som de rádio FM pelas cornetas e sonofletores (caixinhas de som) espalhados pelas plataformas e áreas operacionais.

Depois de vários ajustes, o projeto foi ampliado para mais nove estações, sendo Rio Grande da Serra a última a receber o rack de som, no final de 2005. As demais unidades ganharão os novos aparelhos e serão conectadas ao sistema até o segundo semestre.

Como funciona

No CCO Luz encontra-se um conjunto de equipamentos transmissores e de tratamento do áudio (sintonizador de rádio, equalizador gráfico e pré-amplificador, gongo e microfone). Estes, por sua vez estão conectados fisicamente por cabos de áudio aos bastidores de placas da central de fibra ótica, que fica a alguns metros dali.

Os sinais analógicos são convertidos para digital e transmitidos através do sistema ótico para todas as salas técnicas, localizadas em pontos estratégicos ao longo das Linhas A e D (próximas a estações, subestações de energia e bases de manutenção). Entre a sala técnica e o conjunto de sonorização da estação, a conexão é feita também por cabos de áudio.

Deste modo, a partir do CCO é possível sintonizar a mesma emissora de rádio ou emitir um aviso pelo microfone, sem atrasos ou interferências para todas as estações.

Da Assessoria de Imprensa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM

C.C.