O Metrô de São Paulo obteve certificação ambiental conferida anteriormente a seleto grupo de operadoras mundiais, como os metrôs de Nova York, Madri, Hong Kong, Bangcoc e Nova Delhi. A companhia paulista passou a ser detentora da certificação NBR: ISO 14.001:2004 para as áreas de manutenção, logística e sustentabilidade. Aceita em âmbito internacional, a ISO 14001:2004 define os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
De janeiro a julho deste ano, o processo para obtenção da certificação envolveu 2,5 mil funcionários do Metrô de São Paulo, o equivalente a um terço do total (7,5 mil). Nesse período foram identificados 114 aspectos ambientais presentes em 3.021 atividades, a maioria da área de manutenção, onde se concentra boa parte da geração de resíduos e impactos ambientais.
Antônio Lazarini, responsável pelo Departamento de Gestão e Monitoramento Ambiental do Metrô-SP, afirma que é possível ter o monitoramento de 75% de todas as atividades. “O SGA é uma ferramenta importante, que, nas mãos de pessoas bem orientadas, permite tomar ações alinhadas com a legislação e fazer o monitoramento contínuo do estado da arte da gestão ambiental na companhia”, diz.
Mobilização interna – Os primeiros passos foram o treinamento de pessoal e a montagem da estrutura para efetivação do SGA alinhada com as normas, segundo Lazarini. “Identificamos toda a legislação, avaliamos o seu cumprimento e fomos a campo para descobrir os diversos aspectos e implementar ações de controle”, explica. “A certificação é o ponto de partida. Agora, a empresa precisa manter atenção redobrada para que o sistema continue vivo e tenha melhorias contínuas”, completa.
Alguns resultados do esforço empreendido pelos empregados podem ser quantificados. Em dois meses e meio, as áreas de manutenção separaram, acondicionaram e destinaram para co-processamento 25 toneladas de resíduos classe I (produtos perigosos) para incineração em aterro, além de promoverem a recuperação e a reciclagem de 100% das lâmpadas fluorescentes (vapor de mercúrio).
O processo envolveu grande campanha de mobilização interna, com treinamento, comunicados e palestras. “Adotamos uma espécie de ‘tolerância zero’: a partir de agora, nada vai para a rede pública de tratamento”, informa o assistente executivo da Gerência de Manutenção do Metrô, José Carlos Mora.
“Só conseguimos sensibilizar sobre a importância do SGA quando apresentamos os números e os impactos envolvidos e adotamos os cuidados no nosso dia-a-dia”, acrescenta Mora. Para ele, a criação de um Comitê Ambiental, composto por empregados de todas as áreas engajadas, foi fundamental para a obtenção do resultado.
Outras certificações
O Metrô-SP foi certificado pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini, instituição credenciada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e membro da The International Certification Network (IQNet), rede internacional de entidades certificadoras que engloba mais de 37 organismos presentes em cerca de 150 países.
Além da ISO NBR 14.001:2004, a companhia detém duas outras certificações: do Sistema de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional (OHSAS 18001:1999), que reconhece a política de gerenciamento das questões de saúde e segurança ocupacional, e do Sistema de Gestão da Qualidade (NBR ISO 9001:2000) em algumas áreas da companhia (manutenção, operação, compras, infra-estrutura e conservação civil para a Linha 2).
Do Metrô
(M.C.)
