Memorial apresenta, na segunda, 4, Sinfonia Ecológica Brasileira

O concerto acontece no dia 4 de junho, segunda-feira, às 21 h, com entrada franca.

sáb, 02/06/2007 - 12h37 | Do Portal do Governo

Em homenagem ao Dia Mundial do Meio-Ambiente, comemorado no mundo todo no dia 5 de junho, o Memorial apresenta a Sinfonia Ecológica Brasileira, espetáculo que tem a direção de José Possi Neto e a participação da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Grupo Acaba Canta-dores do Pantanal (Mato Grosso do Sul), Companhia Nau de Ícaros (São Paulo) e Academia de Ballet Juliana Omati (Campinas), além da participação especial da cantora Tetê Espíndola. O concerto acontece no dia 4 de junho, segunda-feira, às 21 h, com entrada franca (não é necessário retirar ingresso com antecedência).

Por meio da interação cênico-musical desses grupos, que entre músicos, bailarinos, cantores e equipe de produção envolvem 150 pessoas, a Sinfonia Ecológica Brasileira fala das maravilhas do nosso ecossistema e adverte sobre a degradação do meio-ambiente. O espetáculo “percorre” o caminho das Monções, que levou os Bandeirantes a penetrarem por terras tupis-guaranis e kadiuéus, no Pantanal sul-matogrossense e chaco paraguaio.

O Programa do espetáculo é um verdadeiro passeio ecológico e cultural pelas florestas, pantanal, cerrados, rios e mar brasileiro. A alvorada, o burburinho dos corixos, a revoada dos pássaros, a queimada das florestas, serão momentos inesquecíveis que ficarão na memória de todos aqueles que assistirem a Sinfonia Ecológica Brasileira. A abertura será feita pela OSMC apresentando a Alvorada da ópera “O Escravo”, de Carlos Gomes, sucedendo-se com composições inéditas de pesquisadores da cultura ecológica brasileira, como Moacir e Chico de Lacerda, Tetê Espíndola, passando pelo maestro Cyro Pereira, e grandes compositores como Heitor Vila Lobos e Ary Barroso.

Ao unir talentos de diferentes regiões do País, a Sinfonia Ecológica brasileira visa – a partir de um roteiro de apresentações que recria o trajeto das primeiras monções desbravadoras do século XVI, de São Paulo a Corumbá, às margens do rio Paraguai – lançar um grito de alerta para a necessidade da adoção de medidas imediatas que visem a preservação do meio-ambiente e dos nossos mananciais.

O espetáculo estréia em Campinas (Praça Arautos da Paz), no sábado, 2 de junho, em seguida vem a São Paulo (Memorial) e depois vai às cidades de Campo Grande (dia 8) e Corumbá (dia 10). Este roteiro tem sentido simbólico, pois foi de São Paulo e das cidades próximas, como Porto Feliz (a 100 km de SP), que as pioneiras monções desbravadoras se dirigiram a oeste e resultaram no estabelecimento das primeiras fronteiras nacionais às margens do rio Paraguai, mais precisamente no Porto de Corumbá. Por fim, a turnê será encerrada em Havana (Cuba), no 5º Congresso Internacional de Cultura e Desenvolvimento, no Teatro Karl Marx (13 de junho) e na Praça da Revolução (15 de junho).

Se levaram consigo as raízes do crescimento e da consolidação nacional, cinco séculos depois a herança das monções contabiliza não só riquezas: mananciais poluídos ou irremediavelmente perdidos, rios assoreados, desaparecimento de espécimes preciosos da fauna e da flora, além de outras tragédias ambientais, são o doloroso custo da ocupação humana feita sem critério e sem consciência. Nesse sentido, a Sinfonia Ecológica Brasileira pode ser entendida como um mea culpa atrasado em mais de quinhentos anos. E um grito de alerta.

Regidas pelos maestros Karl Marti e Carlos Fiorini, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas é uma das mais atuantes, criativas e dinâmicas corporações musicais brasileiras fora do eixo Rio/São Paulo, sendo a primeira de sua categoria a ser criada fora das capitais estaduais.

O grupo Acaba Canta-Dores do Pantanal foi formado em 1967 por uma turma heterogênea de profissionais liberais e empresários de Campo Grande e municípios da região. Em comum, o fato de serem músicos de reconhecido talento, e o interesse na divulgação dos valores da cultura do Centro-Oeste brasileiro, mais especificamente da região do Pantanal.

A Academia de Ballet Juliana Omati foi fundada em Campinas em 1982 e tem trazido à cidade produções sucessivas de espetáculos de gala e festivais. A Academia tem direção de Juliana Omati, coreografia de Juan Castiglione e assistência teatral de Paula Palmiere, contando com um corpo de balé estável de doze bailarinos(as).

Oriundo da Escola de Artes e Comunicações da Universidade de São Paulo, o paulistano José Possi Neto é um dos mais importantes nomes do cenário teatral brasileiro. Dirigiu produções nas quais estavam envolvidos Chico Buarque, Tarcísio Meira, Marilena Ansaldi, Paulo Autran e outros.

“Aprendi a cantar com os passarinhos”. Assim a cantora sul-matogrossense Tetê Espíndola define sua formação musical, marcada pela singeleza das vastas planícies e dos horizontes intermináveis do Pantanal. Mantendo intactas suas raízes pantaneiras, Tetê Espíndola é reconhecida como uma das maiores compositoras e intérpretes brasileiras da atualidade.

Os rios que fogem do mar

Nos idos do século XVI, quando os primeiros colonizadores superaram as escarpas da Serra do Mar e deram nas terras altas do planalto de Piratininga, se depararam com uma enorme surpresa. Os rios da região, apesar de terem suas nascentes próximas ao mar, pareciam fugir dele.

Os cursos sinuosos dos rios Atibaia, Camanducaia, Jaguari, Pinheiros, Piracicaba e Sorocaba, entre outros, não corriam no sentido leste, mas se dirigiam a um outro rio, que só poderia ser muito grande – o Tietê. Este também parecia evitar o Atlântico, e dirigia suas águas rumo ao interior profundo, eivado de mistérios, perigos e promessas de riqueza.

Pois foi do paredão de Araritaguaba (pedra onde as araras vem comer, no idioma tupi-guarani) – atual município de Porto Feliz – que as primeiras expedições – denominadas monções – partiram sertão adentro, no século XVI. A partir deste local, de onde o rio Tietê passa a ser navegável, chegaram ao rio Paraná de onde atingiram Mato Grosso até o limiar do Porto de Corumbá, às margens do rio Paraguai, local cheio de simbolismo e luta, um dos marcos da mais significativa das fronteiras brasileiras a oeste.

O Brasil iniciou sua histórias nas águas das imediações da Baía Cabrália. Mas deve seu desenvolvimento e consolidação nos primeiros séculos aos aventureiros que, saindo de Araritaguaba, estenderam nossas primeiras fronteiras a oeste até o Porto de Corumbá, às margens do Rio Paraguai.

Programa:

ALVORADA da ópera “O Escravo” – Carlos Gomes

• Orquestra Sinfônica de CampinasKANANCIUÊ – Moacir de Lacerda e João Luiz Bettencourt

• Grupo Acaba Cata-dores do Pantanal e Nau de ÍcarosPASSARINHADA – Tetê Espíndola e Sérgio Espíndola

• Tetê Espíndola, Marcelo Loureiro, Sandro Moreno, Adriano Praça e Chico LacerdaPIRARETÃ – Tetê Espíndola

• Tetê Espíndola e Grupo AcabaPÁSSARO BRANCO – Chico de Lacerda e Vandir Barreto
Arranjo: Fernando Correa

• Orquestra Sinfônica de Campinas, Grupo Acaba e Tetê EspíndolaAS MONÇÕES – Moacir de Lacerda, Chico de Lacerda, Vandir Barreto e Jairo Lara
Arranjo: Douglas Fonseca

• Orquestra Sinfônica de Campinas  e Grupo AcabaVACA TUCURA, BOI PANTANEIRO – Chico de Lacerda e José Charbel Filho
Arranjo: Rodrigo Morte

• Orquestra Sinfônica de Campinas, Grupo Acaba e Nau de ÍcarosCIRANDA PANTANEIRA – Chico de Lacerda, Moacir de Lacerda e Vandir Barreto

• Grupo Acaba e Balé Juliana OmatiÁGUAS IRREAIS – Tetê Espíndola e Arnaldo Black
Arranjo: Alexandre Mihanovich

• Orquestra Sinfônica de Campinas e Tetê EspíndolaCAYMINIANA – Cyro Pereira

• Orquestra Sinfônica de Campinas
FLORESTA DO AMAZONAS – Heitor Villa-Lobos

“MELODIA SENTIMENTAL”  – Orquestra Sinfônica de Campinas e Nau de Ícaros

“O FOGO NA FLORESTA” – Orquestra Sinfônica de Campinas e Balé Juliana Omati “EPÍLOGO” – Orquestra Sinfônica de Campinas e Balé Juliana OmatiPRELÚDIO da Bachianas Brasileiras N° 4 – Heitor Villa-Lobos

• Orquestra Sinfônica de Campinas e Cia. Nau de Ícaros”
O TRENZINHO DO CAIPIRA” da Bachianas Brasileiras N° 2 – Heitor Villa-Lobos

• Orquestra Sinfônica de Campinas e Balé Juliana Omati
AQUARELA DO BRASIL – Ari Barroso

• Orquestra Sinfônica de Campinas, Grupo Acaba, Balé Juliana Omati e Nau de Ícaros

Serviço

Sinfonia Ecológica Brasileira

Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Grupo Acaba Canta-dores do Pantanal, Companhia Nau de Ícaros, Academia de Ballet Juliana Omati e Tetê Espíndola. Direção: José Possi Neto
Segunda-feira, 4 de junho, às 21h

Auditório Simón Bolívar – Memorial da América Latina

Entrada FrancaRealização: Prefeitura de Campinas

Patrocínio: Governo Federal-Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet,

Banco do Brasil, Sanasa, Petrobrás, Comgás e CPFL.

Apoio: Memorial da América Latina, Ocean Air e Associação de Apoio à Orquestra Sinfônica de Campinas (Assinfocamp).